terça-feira, 9 de agosto de 2011

Lisboa: Novo espaço para jovens com Asperger

A Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA) vai abrir um Centro de Atividades Ocupacionais e uma Residência Autónoma para pessoas com Síndrome de Asperger (SA). O projeto deve estar concluído dentro de um ano.

Arrancaram ontem as obras de requalificação de um edifício do século XVII na Quinta da Granja, em Benfica. Com este novo espaço, “Casa Grande”, a APSA pretende dar formação, emprego e residência a jovens com mais de 16 anos, habilitações literárias a partir do 9º ano de escolaridade e Síndrome de Asperger.

Segundo o site oficial da APSA, “existe um número significativo de portadores de SA que deixa a escola a partir dos 16 anos, surgindo então os primeiros problemas na inserção na vida ativa. Embora a legislação portuguesa contemple a possibilidade de recurso ao emprego protegido, na prática tal não se verifica”.

É por esta razão que nasceu o projeto “Casa Grande”, “um espaço de formação, de treino de competências sociais e de emprego temporário, favorecendo a integração social e profissional, tendo em vista a construção de um projeto de vida futuro, com maior autonomia”.

40.000 portadores do Síndrome em Portugal

Esta doença comporta uma perturbação neurocomportamental, de origem genética, que se manifesta por alterações sobretudo na interação social na comunicação e no comportamento.

Segundo a APSA, “os portadores de Síndrome de Asperger acabam por se isolar e limitar os seus interesses a determinados temas assuntos, atitude que prejudica ainda mais a sua relação com o outro”.

Em Portugal existem cerca de 40.000 portadores de Síndrome de Asperger, afetando maioritariamente os rapazes.

Uma casa com vários objetivos

A “Casa Grande” tem dois objetivos fundamentais. Em primeiro lugar, “Contribuir para a formação e a inserção na vida ativa de portadores de Síndrome de Asperger (SA), promovendo a autonomia e tornando-os responsáveis pela construção do seu projeto de vida”.

Por outro lado, a APSA pretende também “assegurar respostas sociais de apoio aos portadores de SA e famílias, como forma de prevenir processos de exclusão e de favorecer a integração social e as condições para uma vida mais digna”.

Assim, esta casa vai contar com espaços informáticos e de acesso à internet, serviços de reprografia, impressão e multimédia, serviços de lavandaria, costura e cozinha, funcionamento de um quiosque, realização de ações de formação, entre outros.

Para além de poderem estar melhor integrados na sociedade e no mercado de trabalho, estes jovens vão prestar serviços de apoio à comunidade.

Como pode ajudar

Neste momento, o projeto “Casa Grande” está disponível para receber ajuda de quem quiser colaborar. Qualquer pessoa pode apoiar a associação através de cheques (à ordem de Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger), vales de correio e transferências bancárias para o NIB Banco Millennium bcp: 0033 0000 453717070300 5.

Clique AQUI para aceder à página oficial do projecto.

Investigadores abrem mais portas na genética da esquizofrenia

Um grupo de investigadores encontrou uma série de novas mutações genéticas que conseguiu associar à esquizofrenia. As conclusões do estudo acabam de ser publicadas na revista Nature Genetics e abrem portas a novas formas de abordagem desta patologia.

A esquizofrenia é uma patologia muitas vezes com origem genética, ainda que só seja hereditária numa pequena percentagem de casos. Este novo estudo, liderado por Maria Karayiorgou, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, conseguiu encontrar uma elevada frequência de novas mutações – ou erros genéticos – que estão presentes nos doentes com esquizofrenia mas que não existem nos seus pais, avança o diário espanhol El Mundo.

Apesar de nas últimas décadas terem surgido várias terapêuticas para a esquizofrenia, esta é uma doença que permanece com muito por explicar. As suas origens não são claras e os cientistas procuram pequenas pistas que possam ajudar em novos tratamentos. A equipa norte-americana estudou, por isso, o genoma de 53 doentes e de outras 22 pessoas não afectadas pela esquizofrenia. Estudou também os pais de todas elas.

A análise permitiu identificar cerca de 40 novas mutações relacionadas com esta patologia e que até agora não eram conhecidas. A maioria tem como consequência a alteração do funcionamento de uma proteína. A equipa de Karayiorgou já tinha encontrado outros problemas genéticos em estudos anteriores e não descarta que continuem a surgir mais. “A identificação destas mutações transformou profundamente o conhecimento das bases genéticas da esquizofrenia”, explicou ao El Mundo Bin Xu, outro dos investigadores do estudo.

De acordo com o mesmo especialista, o que é “particularmente fascinante” é que as mutações são em genes distintos, “o que sugere que pode haver muitas mais do que pensamos, o que provavelmente se deve à complexidade dos circuitos neurológicos afectados pela doença”.

O trabalho recorda, ainda, que existem outros factores desencadeadores da patologia, que não só os genéticos, destacando-se os factores ambientais. A esquizofrenia afecta milhões de pessoas em todo o mundo, estimando-se que atinja uma em cada 100 pessoas. Caracteriza-se por problemas nos circuitos cerebrais que permitem que os neurónios comuniquem entre si mediante impulsos eléctricos – o que se traduz em alterações ao nível do pensamento, afectos, percepções e comportamento.

domingo, 7 de agosto de 2011

PSP aprende língua gestual

Os novos agentes da PSP já serão capazes de comunicar com pessoas com deficiências auditivas. Os cerca de 1000 alunos do 8º Curso de Formação de Agentes, da Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, receberam formação em Língua Gestual, na disciplina de Comunicação e Atendimento, avançou ao Boas Notícias fonte da PSP.

Estes novos agentes receberam a primeira formação da PSP em língua gestual, podendo, a partir de agora, acompanhar de forma mais próxima situações que envolvam apoio à vítima, fiscalização rodoviária ou violência doméstica.

Para começar, os polícias aprenderam como levar a cabo algumas práticas operacionais com pessoas com estas limitações. Em aula, os novos alunos praticaram a abordagem em situações do dia a dia como pedir documentos numa operação Stop, ou, já na esquadra, receber uma queixa de um furto ou a descrição de um suspeito.

Segundo disse ao Boas Notícias fonte da PSP, os novos agentes ficaram “muito sensibilizados” com esta formação e manifestaram vontade de aprender mais sobre esta língua.

As aulas são dadas pelo agente João Cunha, licenciado em Tradução e Interpretação de Linguagem Gestual Portuguesa, que informou também os alunos à cerca da possibilidade de chamar à esquadra um intérprete, em caso de necessidade, através de um número de telefone disponibilizado aos alunos.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Junta de Freguesia de Ourique promove inclusão de cidadãos com deficiências

A Junta de Freguesia de Ourique promove a partir deste mês de Agosto, e pelo período de um ano, um projecto de inclusão de pessoas com deficiência e incapacidades.

A iniciativa é promovida no âmbito do Programa de Emprego e Apoio à Qualificação das Pessoas com Deficiência e Incapacidades do IEFP e resulta, segundo fonte oficial da Junta de Freguesia, "da consciência social e de promoção da cidadania" por parte do seu executivo, permitindo "inserir no mercado de trabalho seis cidadãos da área da freguesia com deficiência e incapacidades". 

"Desde o início do mandato que a Junta de Freguesia tem procurado corresponder à necessidade de valorização das pessoas com condições especiais, promovendo assim as garantias de uma sociedade mais justa e solidária", acrescenta a mesma fonte.

In: Ajudas

A Importância do Meio Ambiente na Educação

É sabido que existe uma multiplicidade de contributos que convergem na educação das crianças, desde os que são originários dos pais até aos que são originários dos amigos, passando, com a devida acentuação, pelos que decorrem da ação direta da Escola.

Mas é evidente que os alunos são igualmente influenciados pelo meio social em que vivem, recebendo elementos que acrescem e participam do seu processo educativo, designadamente no respeitante à aquisição de valores e atitudes de comportamento.

E, sendo assim, devemos interrogar-nos sobre se a natureza do meio envolvente não constitui um fortíssimo fator de assimetrias educacionais, pois que as influências junto das crianças se orientam no sentido positivo ou negativo, consoante a perspetiva com que encaramos esse meio envolvente.

Não é difícil antever que um meio social e evoluído pode contribuir positivamente para a educação de uma criança que nele viva dominantemente; como é fácil imaginar que um meio social degradado e de marginalidades diversas influência, negativamente, a educação das crianças que nele passam os seus dias.

É que, quer se contrarie ou não, os valores dominantes do meio são aqueles que as crianças vão recolhendo, como outros aspetos de natureza linguística, comportamental, etc.

Um conhecido escritor espanhol disse um dia que não se pode dissociar um homem das circunstâncias, no entendimento de que ninguém consegue isolar-se completamente daquilo que o rodeia, no respeitante ao seu pensamento e à sua vida.

Ora, em relação às crianças, essa dificuldade torna-se maior, desde logo porque lhe escasseiam elementos para selecionar o que importa e formular juízos críticos sobre o que vê e sente.

Por isso, bom seria que os ambientes que rodeiam as crianças fossem devidamente acautelados, em termos de se preservar a sua atividade educativa.

Observe-se, a este respeito, o que escreveu W.D. Wall, no seu Livro 'Educação construtiva para as crianças':

'Se as categorias dominantes do pensamento forem mágicas e não causais, se a língua é pobre em conceitos de tempo, espaço, ordenação e cardinação, então certas noções necessárias à escolarização convencional não serão normalmente adquiridas sem um ensino especial e podem revelar-se extremamente difíceis de adquirir de qualquer maneira. Do mesmo modo, a riqueza da experiência linguística pré-escolar da criança tem relação com o modo como o seu pensamento se desenvolve e com a sua prontidão em aprender tudo o que envolva uma parte importante de simbolismos verbais. Neste sentido podemos falar de 'privação', uma vez que, seja qual for a cultura, o desenvolvimento de capacidades inteiramente efetivas de pensar implica o contacto com uma grande variedade de conceitos de tipos muito diversos. 
Algumas culturas ou subculturas dentro de determinada sociedade proporcionam todo o estímulo necessário para um florescimento razoável da inteligência, mas o conteúdo real, ou mais concretamente os sistemas de valor, as motivações e as disposições para agir ou prestar atenção são muito diferentes das que pressupõe o sistema de educação a que as crianças acedem após a primeira infância. Estas crianças não estão privadas culturalmente: mas experimentam um choque de cultura e podem sentir-se rejeitadas pela escola, e por isso rejeitá-la'.

Por: Albano Estrela

In: EDUCARE

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Jovens com deficiência protagonistas em Madrid

A Jornada Mundial da Juventude é um evento aberto a todos os jovens que desejarem participar. Também está preparado para acolher os doentes ou são portadores de uma deficiência - auditiva, visual, intelectual ou física.

Os organizadores da JMJ estão a fazer todo o esforço possível para criar as melhores condições logísticas necessárias para que 4.000 jovens nestas condições possam participar na JMJ e sentir-se como em sua própria casa. Mais de 1.500 ficarão hospedados em estruturas completamente adaptadas e acessíveis. Mais de 600 voluntários da JMJ estarão à disposição deles para responder às suas exigências. 

A responsável deste sector da JMJ, Maria José González, explicou em conferência de imprensa: “Estes jovens terão lugares apropriados e exclusivos nos principais eventos da JMJ. O próprio Papa quer encontrar-se com um grupo representativo dos jovens portadores de deficiência, na sede da Fundação Instituto de São José, a 20 de Agosto. Um jovem com deficiência física estará presente no jantar que o Santo Padre terá com 12 jovens do mundo”.

Maria José González referiu-se à grande tenda da deficiência com o lema: «Capazes de amar», que ficará no Parque do Retiro e que pretende dar a conhecer aos jovens a realidade da deficiência e do voluntariado com deficientes. Na tenda haverá stands de diversas realidades eclesiais a favor dos jovens portadores de deficiência e estarão expostas as 25 fotos vencedoras do concurso «Com outro olhar», em que os jovens representaram o tema da deficiência na vida da Igreja.

In: Ajudas

1/5 das crianças à guarda do Estado tem problemas mentais

Dos 5620 menores até à idade de 14 anos entregues aos cuidados do Estado ou a famílias de acolhimento, 1134 apresentam deficiências mentais. Ou seja, cerca de um quinto das crianças até essa idade.

Estamos a falar de miúdos que foram retirados temporariamente aos pais pelo Estados, abandonados ou ainda menores disponíveis para adopção.

Os dados constam no relatório "Caracterização das Crianças e Jovens em situação de Acolhimento em 2010", a que o DN teve acesso. O documento fala de deficiências mentais profundas - caso de crianças de 12 anos com um nível intelectual igual ao de uma de sete - e também de dificuldades emocionais agudas e de socialização, que pedem acompanhamento psiquiátrico regular ou mesmo contínuo.