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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Creche: Quanto mais cedo melhor?

Estudo revela que crianças que frequentaram a creche com menos de três anos obtiveram melhores resultados no desenvolvimento cognitivo e linguagem do que aquelas que ficaram até mais tarde em casa, com os pais ou com a mãe.

A ideia surgiu-lhes no âmbito do trabalho diário, enquanto médicos de unidades saúde familiar do distrito de Braga. Vítor Portela Cardoso e Paula Mendes ouviam muitas vezes dos pais perguntas e inquietações sobre qual seria a melhor solução para os filhos: pô-los a frequentar uma creche ou entregá-los a uma ama?

Os dois médicos perceberam que o aumento da idade da reforma tem vindo a tornar cada vez mais díficil aos avós assumirem os papéis tradicionais de coadjuvantes dos pais no que a tomar conta das crianças diz respeito. Vítor Portela Cardoso e Paula Mendes, por considerarem ter “o dever de proteger e assegurar todo o potencial de desenvolvimento das crianças, bem como evitar riscos desnecessários”, foram pesquisar artigos científicos nos últimos 37 anos que trouxessem alguma luz sobre os efeitos dos cuidados não parentais, fora do domicílio, no desenvolvimento cognitivo e da linguagem. Os resultados foram publicados numa das últimas edições da revista Acta Pediátrica Portuguesa e mostram que os cuidados não parentais até aos três anos podem ser benéficos ao nível do desenvolvimento cognitivo e da linguagem, traduzindo-se “possivelmente”, arriscam os autores, “num melhor desempenho escolar”.

O estudo de Vítor Cardoso e Paula Mendes é do tipo “revisão baseada na evidência” e incidiu nas crianças com menos de 3 anos, excluindo as que tinham um contexto sócio-económico desfavorável, as que pertenciam a minorias étnicas ou que estavam em risco de atraso de desenvolvimento (como os prematuros ou com baixo peso à nascença). “Ficámos desde logo surpreendidos pelo reduzido número de resultados obtidos. Apesar de o tema ser comum, verificámos que os estudos sobre os efeitos dos cuidados não parentais eram escassos e de qualidade limitada”, esclarece Vítor Cardoso,que trabalha na Unidade de Saúde Familiar de Gualtar, Braga.

Dos 89 artigos encontrados, apenas três tinham as características de coorte - isto é, eram estudos de observação que se prolongam no tempo. O mais relevante deles é o que foi levado a cabo pelo grupo norte-americano National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), no qual foram seguidas 856 crianças desde o nascimento até ao completar três anos de vida. A maioria das crianças acompanhadas iniciou cuidados não parentais por volta dos quatro meses - uma realidade muito próxima da portuguesa, já que a licença de maternidade em Portugal termina aos quatro meses.

O estudo procurou comparar três tipos de cuidados: os das instituições, como as creches; os prestados em domicílios de um não familiar, como a ama; e os que são prestados no próprio domicílio, ou seja, em casa dos pais ou avós. E procurou apreciar o tipo, a qualidade e a quantidade dos cuidados que eram prestados em cada um destes contextos. 

Os resultados demostraram, em primeiro lugar, e com pouca surpresa, que a qualidade dos cuidados é muito importante para o desenvolvimento cognitivo e da linguagem das crianças. Mais relevante era talvez a conclusão de que as crianças que frequentaram creches de média a elevada qualidade apresentavam melhores resultados do que aquelas que tiveram cuidados maternos exclusivos, mesmo em idades muito precoces. Os cuidados não parentais fora do domicílio por parte de uma pessoa não familiar, como uma ama, foram os que apresentaram resultados mais fracos. O rendimento familiar, a qualidade do ambiente doméstico, o sexo da criança e o grupo étnico a que pertencia revelaram-se variáveis sem impactos consistentes neste estudo.

É difícil, pelo menos em termos científicos, transpor a validade destes resultados, obtidos no ano 2000 e em famílias de dez estados norte-americanos, para a realidade portuguesa. Vítor Portela Cardoso e Paula Mendes são os primeiros a assumi-lo, admitindo ser difícil formular conclusões definitivas e estabelecer inferências causais. Mas Vítor Cardoso não tem dúvidas em afirmar que o desenvolvimento infantil que encontra nas consultas em idades pré-escolares, com crianças de três e quatro anos, é muito heterogéneo. Acrescenta que tem a impressão de “que as crianças que frequentaram a creche ou infantários demonstram mais aptidões cognitivas e melhor interação social relativamente àquelas que não o fizeram.” 

É apenas uma impressão e não é sequer partilhada pela presidente da Sociedade de Pediatria do Neurodesenvolvimento, da Sociedade Portuguesa de Pediatria. Maria Júlia Guimarães observa que, “além dos resultados cognitivos e da aprendizagem da linguagem, temos os aspectos emocionais, que não foram abordados" no estudo de Vítor Portela Cardoso e Paula Mendes "e que são muitíssimo importantes”. Uma das principais traves do neurodesenvolvimento pediátrico é aquela que estabelece a importância da ligação emocional e afectiva entre a criança e o seu cuidador. “A mãe está sempre numa grande ambivalência, e naquela dúvida terrível sobre onde vai deixar o filho, quando tem de voltar ao trabalho, porque não pode prescindir do seu salário. Queixam-se da baixa taxa de natalidade, mas ninguém se lembra que as crianças não nascem com três anos de idade. O Estado demite-se de responsabilidades e deixa tudo nos ombros das famílias. Mas é preciso apoiá-las”, exorta a pediatra.

Por um lado, são poucas as mães que conseguem fazer uma pausa no emprego e não se apressam a regressar ao trabalho, findos os quatro meses de licença. Por outro, o aumento da idade da reforma tem deixado os avós menos disponíveis para ajudar. E os custos cobrados pela guarda das crianças é excessivo para a maior parte da população.

Segundo a última Carta Social, que inventaria a Rede de Serviços e Equipamentos Sociais, em 2013 existiam em Portugal continental quase 113 mil creches, um número que praticamente duplicou relativamente ao ano 2000. Quanto às amas registadas pela Segurança Social eram menos de 1200 em finais de 2014. Mas, com a liberalização da actividade, o número de amas deve aumentar exponencialmente. 

Psicóloga clínica especializada em bebés, Clementina Almeida defende que a escolha de uma creche ou de uma ama será das decisões mais importantes que algum dia vão ser pedidas a uma mãe. Isto, porque os primeiros dois anos de vida do bebé são cruciais no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. “Ao contrário de outros órgãos, não há nada de automático no desenvolvimento cerebral. Quando nasce, o cérebro está completamente dependente das relações e dos estímulos que vai receber. E hoje em dia já há muitos estudos a demonstrar que há conexões entre o primeiro ano de vida de um bebé e o que vai acontecer, em termos de saúde física e mental", ao mesmo indivíduo adulto, "nomeadamente em termos de patologias como a depressão”, defende. 

Clementina Almeida dá exemplos. “Quando o bebé é tratado de forma estritamente funcional - mudar a fralda, dar a papa ou o biberão - e o cuidador não estabelece laços afectivos com ele, aumentam os níveis de cortisol, uma substância que é segregada em situações de perigo e que vai ter sequelas. Vamos encontrar rapazes mais agressivos ou meninas mais ansiosas”, explica.

É por existir esse conhecimento cientifico, o que demonstra a neuroplasticidade e a maneira como se processa a formação do sistema nervoso central, que Maria Júlia Guimarães defende que os primeiros dois anos de vida do bebé devem corresponder ao período em que há maior exigência de qualidade por parte dos que assumem a responsabilidade de guardar as crianças. “Se é imprescindível haver um estabelecimento de guarda, então que haja a garantia de que ele é o melhor possível”, defende a representante da Sociedade Portuguesa de Pediatria.

E quem deveria dar essas garantias? Vítor Portela Cardoso e Paula Mendes defendem que as creches não podem ser encaradas como meros depósitos de crianças que ficam a aguardar pelo regresso dos pais do trabalho. “Em Portugal as creches não são tuteladas pelo Ministério da Educação, dado que são mais encaradas como prestadores de cuidados de guarda do que propriamente de resposta educativa”, criticam os dois médicos. E defendem que, demonstrados os variados efeitos dos cuidados prestados às crianças em instituições como as creches, mesmo em idades muito precoces, “se deve promover a integração de uma resposta e tutela igualmente educativa”.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Crianças com melhor coordenação motora apresentaram melhores resultados em tarefas cognitivas

De acordo com uma investigação realizada pelo Laboratório de Comportamento Motor da Faculdade de Motricidade Humana/Universidade de Lisboa parece existir uma associação moderada entre a componente motora e a cognitiva (funções executivas) em crianças que deve ser tomada em consideração. Porém, a velocidade de processamento de informação parece condicionar a força desta relação.

O artigo completo, da autoria de Carlos Luz, Luis P. Rodrigues e Rita Cordovil, publicado no European Journal of Developmental Psychology encontra-se aqui

Os resultados sugerem ainda que crianças com elevado nível coordenativo, quando confrontadas com tarefas com maior dificuldade cognitiva respondem significativamente melhor do que os seus pares com menor aptidão coordenativa.

No entanto, em tarefas simples não existem diferenças significativas. Apesar de os resultados reportarem medidas comportamentais, parecem corroborar a ideia que os domínios cognitivos e motor partilham semelhantes estruturas neurais.

Assim o decréscimo da aptidão coordenativa e física parece provocar efeitos nefastos não só ao nível das doenças cardiovasculares mas também ao nível das funções cognitivas, nomeadamente nas funções de planeamento.

Urge a necessidade de modificar o paradigma actual de excesso de solicitação cognitiva em detrimento do desenvolvimento motor de forma a proporcionar um desenvolvimento integral das nossas crianças.

Menor preocupação pelo desenvolvimento motor

Numa sociedade onde é exigido cada vez mais cedo uma multiplicidade de tarefas que ocupam grande parte do quotidiano das crianças, é cada vez mais raro vermos os agentes educativos favorecerem tarefas de actividade física e/ou motora em alternativa às actividades cognitivas.

Esta menor preocupação pelo desenvolvimento motor, nas últimas décadas, tem tido consequências nefastas para o desenvolvimento integral das crianças. Tem sido verificado um decréscimo da actividade física com impactos negativos na aptidão física e coordenativa com consequências nefastas para a saúde das nossas crianças e para a participação em actividades organizados e não organizadas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como apoiar a imaginação e a criatividade das crianças

Como se a imaginação fosse um vício da infância "Georges Jean"



Criatividade e imaginação são palavras que usamos no nosso dia-a-dia com um sentido positivo e ainda mais quando falamos sobre as mesmas no desenvolvimento das crianças.

Mas o que é a criatividade e imaginação, e porque andam estas palavras na sua maioria das vezes acopladas uma na outra?

Criatividade envolve a criação de algo novo enquanto que a imaginação é uma faculdade mental que permite a representação de objectos com determinadas qualidades que são dadas à mente através dos sentidos. Agora imaginemo-nos a aplicar estas palavras ao desenvolvimento de uma criança, por certo todos consideramos importante que as crianças tenham imaginação e sejam criativas, mas de que forma fomentamos esta prática na vida das crianças?

A escola, a creche e o jardim-de-infância são espaços fundamentais para desenvolver estes alicerces. No entanto, não devemos descurar outro contexto importante no desenvolvimento da criança: a família. Na infância, as crianças observam o mundo que existe à sua volta, e têm uma confiança inabalável na sua imaginação. É nesse espaço que só elas conhecem, na sua mente, que se estabelecem ligações inimagináveis, criativas e ilimitadas sobre o que somos, podemos ser, podemos fazer, imaginar e criar.

“Hoje proporcionamos-lhes quase tudo feito, deixando pouco espaço para que as crianças possam descobrir, explorar, criar ou imaginar”

A sua importância
A importância que a criatividade tem ao nível do desenvolvimento da criança, do ponto de vista cognitivo, está relacionada com um conjunto de processos que ocorrem em simultâneo, de forma a obter novas ideias ou até usar territórios ainda não explorados na nossa mente.

Percebemos agora o porquê das crianças serem espontaneamente criativas. Os seus cérebros ainda estão em «expansão» no que concerne à sua utilização, ao fortalecimento das suas ligações neuronais que não tem um número limite, são infinitas.
Mas, temos a certeza da importância de explorar ao máximo as capacidades das crianças, pois sabemos que com o passar dos anos esta expansão neuronal tendencialmente diminuí.

Inteligência é o resultado de duas palavras latinas: inter = entre e eligere = escolher, significando a capacidade de compreensão das coisas escolhendo o melhor caminho.

Os seus cérebros ainda estão em «expansão» no que concerne à sua utilização, ao fortalecimento das suas ligações neuronais que não têm um número limite, são infinitas

O meio que nos envolve
Está provado que a nossa carga genética contribuí com 50% das nossas opções, e a restante e igual percentagem está atribuída ao nosso meio envolvente. Existem alguns estudos que atribuem uma maior percentagem para o meio. Atendendo à importância que o meio envolvente tem no desenvolvimento da imaginação e criatividade da criança, levam-nos a reflectir sobre o que potenciamos ou limitamos nas experiências que lhes proporcionamos, sejamos pais ou educadores.

“Na infância, as crianças observam o mundo que existe à sua volta, e têm uma confiança inabalável na sua imaginação”

Pistas para a imaginação
Uma das críticas efectuadas nos dias de hoje sobre o desenvolvimento das crianças é que muitas vezes proporcionamos-lhes quase tudo feito, deixando pouco espaço para que as mesmas possam descobrir, explorar, criar ou imaginar. As crianças querem-se imaginativas e criativas, para que possam treinar a sua mente para aprender e conseguir antever consequências de actos que podem acontecer.

Mas, o que podemos fazer? Podemos brincar! ”Mas isso já eu faço!" - dirão alguns pais, mas precisamos de brincar com intencionalidade, mas com a naturalidade que caracteriza a relação entre pais e filhos.

Sugestões:
- Pergunte ao seu filho como correu a escola. Faça isso como sendo parte de uma conversa sem que se torne rotineiro e com hora marcada (no sentido de tornar esta tarefa chata e aborrecida). Mesmo que já tenha este hábito, torne-o ainda mais desafiante para si e para o seu filho, problematize algumas coisas que ele lhe conta, pergunte-lhe a opinião sobre algumas coisas que aconteceram e até como seria possível resolver alguns assuntos que ele conta;

- Realize pequenas brincadeiras de "faz de conta" criando diferentes personagens, situações e histórias. A borracha pode deixar de apagar e passar a ser um carro, uma nave, uma casa ou mesmo um colchão;

- Em casa tenham sempre uma caixa com diferentes materiais como: os tubos de papel higiénico, pauzinhos e conchas apanhadas na praia ou num passeio de campo, e construam objectos imaginados por vocês, que depois servirão como novos brinquedos;

- Tenha, sempre que possa, disponível barro, terracota ou plasticina. Irá, sujar um pouco mais o espaço, mas poderá aproveitar também esses momentos de limpeza para proporcionar outras experiências ao seu filho;

- Leia histórias ao seu filho (não interessa o tamanho das mesmas), o essencial é que proporcione o contacto com livros e outro material impresso, pois irão despertar o seu interesse e curiosidade pelo imaginário mas também pelo código escrito;

- Construa livros com o seu filho. Pegue em folhas brancas e em imagens ou algumas fotografias das vossas férias. Faça a montagem com eles e deixe o texto para o seu filho construir de cada vez que estiver a ler as imagens;

- As tarefas quotidianas dos adultos podem ser rotineiras mas para uma criança são uma oportunidade de descoberta;

- Incentive a que o seu filho tenha diferentes brinquedos para que os possa explorar de diferentes forma;

- Brincar no parque, subir e descer o escorrega, contornar obstáculos, saltar, aprender a dar balanço no baloiço, são actividades que estimulação e imaginação. Nesses dias poderão sempre ser os super heróis do parque e sempre que lá vão, temos um episódio diferente.

“As tarefas quotidianas dos adultos podem ser rotineiras mas para uma criança são uma oportunidade de descoberta”

Tempo em exclusivo
Para apoiar a imaginação e a criatividade do seu filho aplique uma de duas regras: dispense dez minutos para estar realmente e apenas com o seu filho a brincar, ou então enquanto realiza uma qualquer tarefa, sente-o na mesa deixando-o explorar uma das brincadeiras mencionadas anteriormente e vá conversando com ele criando-lhe desafios. Pode não ver de imediato mas está a construir bases para o futuro.

Ken Robinson dá este exemplo: ”Se perguntarmos a uma turma do primeiro ano de escolaridade quem é que se acha criativo, todos levantarão a mão. Se fizermos a mesma pergunta a um grupo de alunos mais velhos, a maior parte não se considera criativa”.

O mundo é um lugar ilimitado e através da imaginação e criatividade das crianças descobrimos as soluções mais interessantes para resolver obstáculos na nossa vida. Aproveite o tempo que tem com o seu filho, não se culpe, seja criativo!

Texto: Ana Correia, Educadora - Clínica da Educação

terça-feira, 7 de junho de 2011

Brincar é tão importante que é quase trabalho

Para o bebé a brincadeira é fundamental para descobrir o que o rodeia e os que o rodeiam. A mãe sorri, fala com ele e este responde ao jogo da mesma forma. Antes de começar a falar já percebeu “onde está o nariz, onde estão os olhinhos, onde está a boca?”, através do jogo com os pais.

Ou seja, a brincadeira é fundamental para as crianças, sendo que é através dela que desenvolvem funções cognitivas e motoras. 

É através da brincadeira que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento (aprende a seguir as regras de um jogo, a fazer puzzles), desenvolve músculos (ao cortar com uma tesoura) e músculos ainda mais exigentes (ao trepar, ao saltar), que desenvolve a sua criatividade e imaginação ( ao criar histórias) e mesmo as suas capacidades sociais (assume papéis diferentes durante a brincadeira).

É através do brincar que a criança exprime muitas das suas emoções. Uma observação mais cuidada permite vê-la passar da agressividade ao carinho, da tristeza à alegria. À medida que vai brincando vai resolvendo problemas, questões que ela própria levanta neste processo. É assim que ela lida com experiências passadas, presentes e aprende igualmente a lidar com situações futuras.

É igualmente no brincar que se criam laços, com as outras crianças e com os adultos (pais, avós, amigos), que se aprende a estabelecer e a respeitar limites. Dito assim, afinal brincar parece ser muito mais importante do que aparenta ser. E é, de facto. 

Há quem atribua ao brincar da criança o mesmo significado que trabalhar. Porque é isso mesmo, a criança desenvolve muito trabalho em todo este seu brincar. 

A brincadeira é tão importante para a criança que foi reconhecida com um direito seu pela Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas. 

Por isso, e apesar de saber as limitações que muitos pais têm durante a semana para acompanhar os filhos nas suas brincadeiras durante a semana, aproveite os fins de semana da melhor forma e vá para espaços abertos onde eles podem correr, pular, trepar, actividades que vão ajudar a estabelecer as ligações neuronais e com isso excelentes capacidades a nível cerebral. 

Deixe-se contagiar pelas brincadeiras deles e envolva-se, recue à sua meninice e lembre-se como era feliz quando brincava com os amigos da sua idade, as memórias que ainda tem desses momentos e dê aos seus filhos a hipótese de poderem também eles criar as suas. Não os sente em frente da televisão, do computador, do jogo. Mas, dê o exemplo, e brinque com eles. 

Por: Zélia Parijs

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Guloseimas afetam desenvolvimento das crianças

Um estudo recente revela que é cada vez mais importante a influência dos pais na escolha da alimentação das crianças. O mesmo estudo indica que na lista de alimentos não devem figurar guloseimas, salgados ou refrigerantes, que podem reduzir a vitalidade e mesmo o crescimento físico.


quarta-feira, 16 de março de 2011

Desenvolvimento no período escolar

Porque 'a criança não é um adulto em miniatura', é fundamental conhecer as diferentes etapas que caracterizam o seu desenvolvimento, de forma a satisfazer o melhor possível as suas necessidades.

Ao longo deste artigo centrar-me-ei no período compreendido entre os 6 e os 11 anos aproximadamente, habitualmente designado como período escolar pelo facto de a escola constituir uma experiência central nesta fase de vida.

Ao longo deste período, a criança sofre importantes transformações em termos físicos, cognitivos e psicossociais. Apesar de a família continuar a ter um grande impacto na sua personalidade, o grupo de pares torna-se mais influente que anteriormente.

Em termos físicos, apesar de o crescimento ter abrandado, verifica-se um desenvolvimento significativo da força, da energia, da resistência e da eficiência motora, necessárias para participar em jogos organizados e em desportos. A maioria das crianças, apesar das doenças respiratórias ainda serem comuns, apresenta uma saúde, em geral, melhor que em qualquer outra fase da vida.

Em termos cognitivos, a criança entra no estádio que Piaget designou das operações concretas. Torna-se menos egocêntrica e é capaz de pensar com lógica, tendo em consideração múltiplos aspetos de uma situação e não apenas um único. O facto de compreender melhor o ponto de vista dos outros ajuda-a a comunicar de forma mais eficaz. Note-se, no entanto, que a criança está ainda limitada ao pensamento sobre situações reais muito concretas, uma vez que o raciocínio abstrato só se desenvolverá na adolescência. Nesta fase, a abordagem 'mãos à obra' é altamente recomendada, uma vez que a atividade é fundamental para que exista aprendizagem.

O desenvolvimento pessoal e emocional das crianças no período escolar caracteriza-se pela viragem para o exterior. As arenas de desenvolvimento deixam de ser só o lar e passam a ser a sala de aula, a vizinhança e o grupo. Estes contextos tornam-se nos principais agentes de socialização.

A memória e a linguagem desenvolvem-se também bastante neste período. A criança consegue concentrar-se mais tempo e excluir informação irrelevante. Como já compreende e interpreta a comunicação oral e escrita, é agora capaz de se fazer compreender melhor.

A adaptação da criança à escola e a sua capacidade para se aplicar depende não só das suas capacidades cognitivas, mas também do seu temperamento, das suas atitudes e das suas emoções. Os pais têm também um papel importante no percurso escolar dos filhos. Sempre que lhes comunicam que a aprendizagem é valiosa, que a mestria traz satisfação e que o esforço é mais importante que a capacidade, estão a contribuir para que eles se tornem mais motivados para a realização. Não é necessário que os pais se comportem como professores dos filhos para que estes tenham uma boa realização escolar. Se mostrarem interesse pelo que se passa na escola, falando do que lá se passa, se estabelecerem horas para as refeições, horas de deitar e de estudar, se providenciarem um espaço onde a criança possa estudar e guardar os seus materiais, já estarão a ter um papel muito importante para potenciar o sucesso escolar.

Por tudo o que aqui foi referido, é possível concluir que esta fase é marcada por progressos importantes em várias áreas. Por esta razão é importante um trabalho conjunto de pais e professores, no sentido de aproveitar ao máximo todas as potencialidades da criança.

VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMA:


 Desenvolvimento no período escolar

Por: Adriana Campos

domingo, 9 de janeiro de 2011

Leia livros aos seus filhos... desde o berço

“De pequenino se torce o pepino”! A expressão popular aplica-se a muitas situações, nomeadamente à leitura, que deve ser estimulada desde o nascimento do bebé.

Dizer que é importante ler para um bebé pode parecer estranho, mas a verdade é que o recém- nascido aprende a “ler” desde muito cedo, ora escutando as vozes, ora observando os rostos e a linguagem corporal dos que com eles lidam no dia-a-dia.

Desde o nascimento, o cérebro da criança desperta para tudo o que o rodeia e os seus neurónios estão à espera de todos os estímulos possíveis para estabelecerem ligações numa rede elaborada que lhe permitirá, mais tarde, um excelente desenvolvimento cognitivo e emocional.

Leia para os seus filhos, e, se na época que atravessamos tem dúvidas em relação aos presentes a dar aos mais pequenos, pode sempre optar por livros coloridos, impermeáveis para resistir mesmo debaixo de água, grossos para resistir às investidas dos seus pequenos e desajeitados dedos e com animações para captar o seu interesse.

Acima de tudo, saberá que este é um instrumento que está a contribuir para o desenvolvimento salutar do seu filho.

Sabemos hoje que a leitura é muito importante para as crianças, em termos de saúde e de bem-estar. A criança que não consegue ler correctamente pode desenvolver problemas emocionais e comportamentais. Esta é uma capacidade importante, que a vai acompanhar ao longo da sua vida.

Consulte a tabela para perceber as aquisições que a criança vai fazendo à medida que vai crescendo e as contribuições que os pais podem dar para tornar esse crescimento numa partilha, no fundo, numa história sobre o crescimento do seu filho.


 


Por: Zélia Parijs, psicóloga
In: JN online

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Falta de pediatras nos centros de saúde afecta "cuidados mais adequados à criança"

A Sociedade Portuguesa de Pediatria lamenta a falta de pediatras nos centros de saúde, o que diz levar a que só as crianças mais favorecidas tenham acesso a médicos especialistas, através do sistema privado.

Em entrevista à agência Lusa, Inês Azevedo, da direcção da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), lembra que no Serviço Nacional de Saúde o seguimento de crianças saudáveis é da responsabilidade de médicos de medicina geral e familiar.

"Como a formação da maioria destes profissionais em pediatria é de muita curta duração, nem sempre são prestados os cuidados mais adequados à criança, situação percepcionada por muitos pais e profissionais de saúde. Isso conduz a injustiça social", refere a pediatra.

Em Portugal existem cerca de mil pediatras, mas a sua distribuição pelo país não é homogénea, o que também leva a desigualdades no acesso a cuidados especializados, lembra ainda a SPP.

"Todas as crianças deveriam poder ter acesso a cuidados regulares prestados pelo seu pediatra assistente", defende Inês Azevedo.

A falta de reconhecimento da maioria das sub-especialidades pediátricas é outro dos problemas da medicina dedicada às crianças em Portugal, tema que será debatido no Congresso de Pediatria que começa na quarta feira no Funchal.

"O problema mais grave no nosso país é o não reconhecimento por parte da Ordem dos Médicos da maioria das sub-especialidades pediátricas já há muito aprovadas em países desenvolvidos", salienta Inês Azevedo.

Isto leva a "situações delicadas", em que muitas crianças são acompanhadas e tratadas por médicos especialistas de adultos, o que vai contra as directrizes da União Europeia.

Pneumologia, reumatologia ou imunoalergologia são algumas das sub-especialidades pediátricas que ainda não se encontram oficialmente reconhecidas em Portugal.

Recentemente, o campo de trabalho da pediatria estendeu-se até aos 18 anos, o que levou à necessidade de formar os pediatras para técnicas de entrevista com adolescentes, por exemplo.

O acompanhamento e referenciação de perturbações comportamentais, alcoolismo e toxicodependência, tratamento anticoncepcional ou doenças sexualmente transmissíveis são algumas das novas situações para as quais os pediatras têm de estar formados, refere a SPP.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sexualidade. O que fazer quando as crianças descobrem o prazer

As manifestações apanham os pais de surpresa. A reacção pode ditar comportamentos na vida adulta.

Ter um filho de cinco anos em casa tem destas coisas. Por muito que o pediatra diga que são comportamentos normais, Cátia Jorge, de 32 anos, vê-se "aflita" para responder a algumas perguntas do filho e, por muito que tente abordar "sem tabus" as temáticas ligadas ao sexo, confessa que nem sempre é fácil.

"Ele é muito curioso e às vezes até me parece precoce", conta a jornalista de Mafra. Apesar de ser criança, Diogo passa "muito tempo a olhar para a pilinha e a mexer-lhe". Cátia já teve até de engolir em seco quando o filho lhe disse: "Mãe, ela está viva" ou "Acho que está velhota e quase a morrer". Diogo até arranjou uma namorada na natação, um ano mais velha. "Um dia, apanhei-a a dizer: 'Diogo, vamos fazer sexy debaixo de água'", lembra. Pensou no pior: "Tenho de afastar esta mulher do meu filho." E depois: "Estarei a transformar-me na sogra mais bruxa do mundo?"

As crianças têm uma sexualidade e negar esse facto é meio caminho andado para que na idade adulta não saibam lidar devidamente com a intimidade e com o sexo. "Há sexualidade em todas as idades, embora as componentes que a envolvem, como a companhia, o erotismo, o bem-estar, a realização ou a procriação variem consoante as idades", explica o pediatra Mário Cordeiro. 

Logo no ventre materno e a partir do sétimo mês de gestação, o feto começa a ter erecções regulares, "que nada têm a ver com a libido, mas com o próprio amadurecimento do órgão genital", explica o pediatra Gomes Pedro. Enquanto recém-nascido e sobretudo depois de deixar as fraldas, o bebé percebe que sente prazer quando toca nos genitais. "Não se pode falar em masturbação, porque isso implicaria a existência de fantasias", esclarece Mário Cordeiro. Essa "manipulação" do corpo faz parte da descoberta da sexualidade e quando o bebé percebe, instintivamente, que "tem prazer", começa a repetir o gesto. 

Por volta dos quatro anos, as crianças começam a brincar aos médicos. Um comportamento normal, que favorece a descoberta do próprio corpo e do corpo do outro, mas que "apavora os adultos", admite a psicóloga infantil Rita Jonet. "Eles só querem perceber as diferenças, não se pode encarar essa curiosidade como uma experiência aflitiva", recomenda. Na maioria dos casos, as brincadeiras acontecem entre irmãos, vizinhos, primos e, frequentemente, entre crianças do mesmo sexo. "Porque nessas idades há maior intimidade entre rapazes ou entre raparigas do que com o sexo oposto", justifica a psicóloga. "É a descoberta através do corpo do outro. É tocar para sentir como será ser tocado", acrescenta Mário Cordeiro. 

Como lidar A resposta é simples, apesar de raramente ser fácil de aplicar: agir e reagir com naturalidade. Castrar estes comportamentos "por causa de moralismos, falsos ou verdadeiros, acabará por interromper, mais tarde, a sexualidade normal da pessoa", aconselha Mário Cordeiro. Gomes Pedro concorda: "Nunca se deve fazer mistério em torno dos assuntos. Por vezes, os adultos diabolizam, porque já se esqueceram de como eram." 

Mesmo assim, há dois sinais a que os pais devem estar atentos. O primeiro é se a masturbação acontecer em público. "Os pais têm de ensinar o valor da intimidade e da privacidade", refere Mário Cordeiro. "Explicando que o corpo é um tesouro que deve ser guardado", acrescenta Rita Jonet. O segundo é se a masturbação ou os contactos com outras crianças são demasiado frequentes. "Se chega a casa e abdica de outros entretenimentos ou tarefas e se começa a isolar", explica Rita Jonet. O mais indicado é distrair a criança. "Chamá-la para outras actividades, como ver televisão", recomenda. Caso o comportamento se mantenha, então será preciso consultar o médico ou um psicólogo. Normalmente, explica Gomes Pedro, as crianças que se tocam demasiadas vezes é porque estão sob stresse "e percebem que é uma forma de diminuir a ansiedade".

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ácidos Gordos são essênciais para as crianças

Os Ácidos Gordos são necessários ao crescimento e desenvolvimento das crianças. Estas gorduras fornecem energia, regulam a temperatura do corpo e facilitam a absorção de vitaminas. Os Ácidos Gordos asseguram também a constituição saudável das paredes das células.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

O jogo como terapia...

Gostei muito deste vídeo e considero-o bastante interessante... 


Espero que muitos o vejam e ainda mais reflictam sobre a importância do jogo para o desenvolvimento da criança...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Bebés que praticam natação têm mais equilíbrio na infância


Um estudo da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU) demonstrou que bebés que praticam natação desenvolvem mais o equilíbrio e a capacidade de compreensão do que aqueles que não sabem nadar.

Ao longo da investigação foram comparadas dois grupos compostos por 19 bebés cada um, sendo que um dos grupos era de praticantes de natação e outro não. Este era mesmo o único factor de diferenciação entre ambos, visto que ao nível da educação dos pais, da habitação ou do estatuto económico, apresentavam as mesmas características.

As crianças que sabiam nadar tinham praticado natação durante duas horas semanais desde os dois ou três meses de idade até aos sete meses. Ao longo das aulas, realizaram actividades como cambalhotas num tapete flutuante, mergulho, saltos da margem da piscina e outros exercícios de equilíbrio.

Cinco anos após terem deixado de praticar natação, o grupo de bebés nadadores e o grupo de controlo foram sujeitos a exercícios como caminhar em bicos de pés, equilibrar-se num único pé, saltar à corda, entre outros e, de acordo com os investigadores, os resultados não deixaram dúvidas. “Vimos claramente que as crianças que tinham praticado natação foram melhores nos exercícios de equilíbrio e na capacidade de compreensão do que lhes era pedido para fazer”, sublinhou Hermundur Sigmundsson, docente de psicologia na NTNU.

A componente prática desta investigação foi realizada na Islândia, algo que Sigmundsson justifica com o facto de a água ser muito importante para os islandeses. “Um típico islandês nada, em média, uma ou duas vezes por semana, e [na Islândia] há muito interesse na natação para bebés”, explicou. O docente de psicologia revelou ainda ter ficado impressionado o professor de natação :“Ele foi capaz de fazer com que os bebés de três meses se equilibrassem de pé na palma da sua mão. Foi fantástico ter visto isso”.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Qual a melhor altura para o seu filho largar as fraldas?

Se não podemos nem devemos forçar uma criança a comer ou a dormir, também não podemos nem devemos forçá-la a fazer chichi e cocó quando queremos e onde queremos.

Não existe nenhuma idade específica para iniciar o treino de largar as fraldas. A idade adequada depende do desenvolvimento físico e psicológico de cada criança. As crianças menores de 12 meses não possuem controlo sobre a bexiga ou os movimentos intestinais e, mesmo após os 18 meses, esse controlo ainda é mínimo. Normalmente, entre os 18 e os 24 meses a criança começa a dar sinais de estar pronta. Há, no entanto, algumas crianças que só se sentem preparadas por volta dos 30 meses ou até mesmo depois.

A criança precisa também de estar emocionalmente preparada. É necessário que se encontre disposta, sem conflitos e sem sinais de medo. Quando há alguma resistência, é conveniente esperar mais algum tempo.

Deixar as fraldas depende de aspectos fisiológicos, mas também de aspectos cognitivos, psicológicos e emocionais. Deve, por isso, e para perceber se ela estará pronta para este passo, avaliar, separadamente, alguns parâmetros de desenvolvimento do seu filho.

Como saber se o seu filho está preparado?

Procure os seguintes sinais antes de tentar tirar-lhe as fraldas:

Ao nível do desenvolvimento fisiológico e motor:

A criança demonstra estar consciente das suas necessidades, antes de fazer, agachando-se, escondendo-se;

Já não faz cocó durante a noite;

Mantém-se com a fralda seca durante longos períodos, talvez até durante a sesta;

Faz uma grande quantidade de chichi (menos vezes) e não pouquinho de cada vez (e muitas vezes);

Adopta hábitos regulares para fazer cocó;

Consegue despir-se sozinha, baixar as calças, tirar a fralda, baixar e subir as cuecas

Ao nível do desenvolvimento cognitivo e linguagem:

Domina o vocabulário envolvido no processo de deixar as fraldas (depende de cada família encontrar as palavras mais adequadas para o efeito);

A criança compreende instruções complexas, que envolvem várias fases (vai ao teu quarto buscar o livro e põe-no no saco, por exemplo);


A criança gosta de imitar o comportamento dos mais velhos e repetir aquilo que dizem.
A nível emocional e social:

Demonstra desejo de agradar aos pais

Revela autodomínio;

Quer ser como as outras, faz tudo o que fazem as crianças mais velhas, para ser crescida e se sentir integrada.

Alguns conselhos aos pais...

Tenham muita paciência;

Não ponham fralda à criança no fim-de-semana só porque é mais cómodo. No caso de terem de sair de casa, usem as "fraldas-cuecas" para prevenir acidentes no carro, mas continuem a levar a criança à casa de banho com frequência e a lembrá-la que deve pedir para fazer chichi e cocó. Nunca dizer "faz na fralda"!;

"Acertem agulhas" em caso de divórcio. Haver regras diferentes em casa da mãe e do pai dificulta o processo e baralha muito as crianças;

Mostrem muita satisfação de cada vez que a criança pede para fazer chichi ou cocó e faz no bacio ou na sanita. Valorizá-la e felicitá-la por uma conquista que é sua;

Nunca repreendam a criança por uma distracção. Estar preparado para a ocorrência de "acidentes", estes fazem parte do processo. Repreensões e humilhações podem fazer com que a criança se recuse a colaborar e deixe de querer andar sem fralda;

Nunca forcem uma criança a estar sentada no bacio. Se a criança parece preparada, mas depois o processo se torna muito complicado, se ela se recusa, se faz constantemente chichi no chão, talvez seja melhor adiar por algum tempo uma nova tentativa;

Não caiam na tentação de fazer comparações com outras crianças. Cada criança é única!

Cada criança tem o seu ritmo e nesta como noutras questões é preciso dar tempo ao tempo. E se não podemos nem devemos forçar uma criança a comer ou a dormir, também não podemos nem devemos forçá-la a fazer chichi e cocó quando queremos e onde queremos.

Mais cedo ou mais tarde todas acabam abandonando as fraldas. Ansiedade ou intolerância só dificultam o processo.

De: Clara Machado, com a colaboração de Albina Silva, pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga