quinta-feira, 25 de março de 2010

Qual a melhor altura para o seu filho largar as fraldas?

Se não podemos nem devemos forçar uma criança a comer ou a dormir, também não podemos nem devemos forçá-la a fazer chichi e cocó quando queremos e onde queremos.

Não existe nenhuma idade específica para iniciar o treino de largar as fraldas. A idade adequada depende do desenvolvimento físico e psicológico de cada criança. As crianças menores de 12 meses não possuem controlo sobre a bexiga ou os movimentos intestinais e, mesmo após os 18 meses, esse controlo ainda é mínimo. Normalmente, entre os 18 e os 24 meses a criança começa a dar sinais de estar pronta. Há, no entanto, algumas crianças que só se sentem preparadas por volta dos 30 meses ou até mesmo depois.

A criança precisa também de estar emocionalmente preparada. É necessário que se encontre disposta, sem conflitos e sem sinais de medo. Quando há alguma resistência, é conveniente esperar mais algum tempo.

Deixar as fraldas depende de aspectos fisiológicos, mas também de aspectos cognitivos, psicológicos e emocionais. Deve, por isso, e para perceber se ela estará pronta para este passo, avaliar, separadamente, alguns parâmetros de desenvolvimento do seu filho.

Como saber se o seu filho está preparado?

Procure os seguintes sinais antes de tentar tirar-lhe as fraldas:

Ao nível do desenvolvimento fisiológico e motor:

A criança demonstra estar consciente das suas necessidades, antes de fazer, agachando-se, escondendo-se;

Já não faz cocó durante a noite;

Mantém-se com a fralda seca durante longos períodos, talvez até durante a sesta;

Faz uma grande quantidade de chichi (menos vezes) e não pouquinho de cada vez (e muitas vezes);

Adopta hábitos regulares para fazer cocó;

Consegue despir-se sozinha, baixar as calças, tirar a fralda, baixar e subir as cuecas

Ao nível do desenvolvimento cognitivo e linguagem:

Domina o vocabulário envolvido no processo de deixar as fraldas (depende de cada família encontrar as palavras mais adequadas para o efeito);

A criança compreende instruções complexas, que envolvem várias fases (vai ao teu quarto buscar o livro e põe-no no saco, por exemplo);


A criança gosta de imitar o comportamento dos mais velhos e repetir aquilo que dizem.
A nível emocional e social:

Demonstra desejo de agradar aos pais

Revela autodomínio;

Quer ser como as outras, faz tudo o que fazem as crianças mais velhas, para ser crescida e se sentir integrada.

Alguns conselhos aos pais...

Tenham muita paciência;

Não ponham fralda à criança no fim-de-semana só porque é mais cómodo. No caso de terem de sair de casa, usem as "fraldas-cuecas" para prevenir acidentes no carro, mas continuem a levar a criança à casa de banho com frequência e a lembrá-la que deve pedir para fazer chichi e cocó. Nunca dizer "faz na fralda"!;

"Acertem agulhas" em caso de divórcio. Haver regras diferentes em casa da mãe e do pai dificulta o processo e baralha muito as crianças;

Mostrem muita satisfação de cada vez que a criança pede para fazer chichi ou cocó e faz no bacio ou na sanita. Valorizá-la e felicitá-la por uma conquista que é sua;

Nunca repreendam a criança por uma distracção. Estar preparado para a ocorrência de "acidentes", estes fazem parte do processo. Repreensões e humilhações podem fazer com que a criança se recuse a colaborar e deixe de querer andar sem fralda;

Nunca forcem uma criança a estar sentada no bacio. Se a criança parece preparada, mas depois o processo se torna muito complicado, se ela se recusa, se faz constantemente chichi no chão, talvez seja melhor adiar por algum tempo uma nova tentativa;

Não caiam na tentação de fazer comparações com outras crianças. Cada criança é única!

Cada criança tem o seu ritmo e nesta como noutras questões é preciso dar tempo ao tempo. E se não podemos nem devemos forçar uma criança a comer ou a dormir, também não podemos nem devemos forçá-la a fazer chichi e cocó quando queremos e onde queremos.

Mais cedo ou mais tarde todas acabam abandonando as fraldas. Ansiedade ou intolerância só dificultam o processo.

De: Clara Machado, com a colaboração de Albina Silva, pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga

Sem comentários:

Enviar um comentário