domingo, 7 de março de 2010

Programa de auto-controlo pode reduzir bullying nas escolas

O suicídio de Leandro Filipe, que na passada terça-feira se atirou ao Rio Tua, trouxe novamente para a praça pública o tema do bullying. Desde então já chegaram às páginas dos jornais outros relatos de violência na Escola Luciano Cordeiro, em Mirandela, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Este caso, a juntar a outros relatos que aos poucos estão a chegar, vem despertar o país para uma realidade muitas vezes escondida mas que acontece com frequência dentro das escolas portuguesas.

Foi hoje publicado no Journal of Abnormal Child Psychology um estudo que pode ajudar a combater este problema. A tese inicial é que crianças que aprendem a controlar a sua raiva e outras emoções têm melhor comportamento na sala de aula, apresentando menos medidas disciplinares ou suspensões.

O estudo da Universidade do Centro Médico de Rochester, nos Estados Unidos, vem comprovar que as crianças com programas de orientação de controlo de emoções têm metade das probabilidades de ter qualquer incidente disciplinar.

Durante os três meses de análises, as crianças em estudo tiveram também uma diminuição em 43 por cento de suspensões em comparação com o grupo que não recebeu a orientação de capacidades de auto-controle.

Quatro meses após o início da intervenção, 1.8 por cento das crianças do grupo mentor foram suspensas em comparação com os 6,1 por cento do grupo de controlo.

Lidar com as emoções

“É interessante que os mentores adultos, que não são profissionais de psiquiatria, ensinaram às crianças um conjunto de competências que reforçou significativamente a capacidade dos alunos para se comportarem nas salas de aula e responder às expectativas da escola”, afirmou Peter Wyman, o principal autor do artigo e professor de Psiquiatria do centro médico.

"Este estudo sugere que, com orientação adequada de um adulto, as crianças são capazes de aprender muito sobre as suas emoções e a lidar com elas de forma eficaz. Essas competências podem ter benefícios directos para o funcionamento das escolas”, concluiu o mesmo investigador.

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