domingo, 14 de março de 2010

Bullying

Nestas últimas semanas, devido ao despoletar do caso Leandro, um menino de 12 anos que se atirou às gélidas águas do rio Tua, começámos a ouvir, ler e a falar sobre Bullying.

Durante a minha viagem Viseu-Lisboa e depois de uma semana em reflexão, decidi escrever algo não para condenar, não para explicar o inexplicável…apenas para reflectirmos em conjunto e alertarmos um fenómeno que infelizmente está em expansão.

O que é então o Bullying? De forma muito resumida, Bullying é a forma usada para intimidar as vítimas que muitas vezes se sobrepõem, ou os mais “fracos”. Muitos dos casos passam-se entre os portões das escolas, mas passam esses portões para o exterior.

Podemos dividir o Bullying em 4 tipos:

- Físico, onde existe algum tipo de violência física, onde o objectivo é “deixar marcas” nas vítimas;

- Emocional ou Psicológico, onde se pretende excluir a vítima das relações sociais, ameaçando e amedrontando. Nas escolas podemos observá-lo muitas vezes no gozar com algumas características da vítima: “olha o gordo”, “olha o caixa de óculos”…

- Racista, onde se pretende ofender com a finalidade de humilhar com base na cor da pele e nas diferenças culturais;

- “Cyberbullying”, é a utilização da internet, ou dos telemóveis para difamar/ofender/gozar. Geralmente utiliza-se a divulgação de imagens embaraçosas, mensagens ameaçadoras e publicação de comentários caluniosos.

Em poucas palavras, e de forma pouco científica, temos descrito o fenómeno do Bullying.

Se repararmos no que é descrito podemos chegar à conclusão que este é um fenómeno secular, agora descrito com outro nome e com outro impacto na sociedade actual. Porquê? É aqui que pretendo chegar, para reflectirmos!!!

Penso que todos nós, sem excepção quando éramos crianças assistimos a um tipo de Bullying, se calhar alguns até foram vítimas de Bullying, e na altura em conjunto com Pais e Escola as situações foram ultrapassadas.

E essa relação Família/Escola era fundamental, essa relação actualmente está completamente quebrada, as nossas crianças são “largadas” sem regras a cumprir…

Chamo atenção para importância do diálogo entre Família e Escola, de forma a superar muitas das dificuldades. É fulcral chamar a Família à Escola, e voltar a dar a esta última alguma estabilidade.

Mas para este caso concreto, do Bullying, aponto mais uma solução, a existência de Animadores Culturais nos recreios e a criação de “clubes” para dinamizarem certas actividades nos recreios das escolas…

Uma outra solução, que não sendo inovadora acho-a bastante interessante, no sentido de criar nas nossas crianças/jovens um espírito de colaboração e responsabilidade. Falo na criação de tutores entre pares. Passo a explicar, os alunos mais velhos, finalistas como são vulgarmente chamados ficariam responsáveis por ajudar/acompanhar quando necessário um dos alunos “caloiro” naquela escola. Fosse na fila da cantina, no recreio, entre outras coisas.

Deixo aqui três possíveis medidas, que não sendo inovadoras, são importantes para a redução de casos de violência escolar. Relembro também que as escolas também não podem ser negligentes ao ponto de fazer “ouvidos moucos” ao que é relatado pelas famílias, pois assim o tão ambicionado diálogo/relação Família/Escola fica “cortado à raiz”.

2 comentários:

  1. Continuo a ter muita dificuldae em aceitar esta realidade, confesso!! Creio num mundo melhor onde se respeite todo e qq um. Como tal o bullying não me entra no vocabulário...
    Excelente artigo com pertinentes estratégias educativas!!

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  2. Continuo a ter muita dificuldae em aceitar esta realidade, confesso!! Creio num mundo melhor onde se respeite todo e qq um. Como tal o bullying não me entra no vocabulário...
    Excelente artigo com pertinentes estratégias educativas!!

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