Projecto-piloto para detectar necessidades educativas especiais em crianças até à idade escolar vai arrancar em Santa Maria da Feira. Evitar dificuldades de aprendizagem e abrandar o número de casos que chegam ao 1.º ciclo são alguns dos objectivos.
A avaliação psicológica é o primeiro passo. Uma metodologia que servirá para identificar dificuldades de aprendizagem das crianças em idade pré-escolar, no sentido de intervir o mais precocemente possível e evitar atrasos de desenvolvimento dos mais pequenos. "Sorrisos felizes" é o nome do projecto-piloto que o pelouro da educação da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira vai implementar em três jardins-de-infância do concelho já a partir deste mês. Numa fase posterior, pretende-se que o programa se estenda aos 86 estabelecimentos do pré-escolar da rede pública do município.
Os objectivos são claros. Detectar casos de crianças com necessidades educativas especiais, dar-lhes a mão. Abrandar o número de situações que chegam ao 1.º ciclo do Ensino Básico sem a maturidade necessária e que poderão traduzir-se em futuras dificuldades de aprendizagem. Promover o sucesso escolar.
Há, no fundo, três razões principais que sustentam este projecto de prevenção, de intervenção precoce. Maximizar o potencial de desenvolvimento de cada criança, proporcionar apoio e assistência à família em momentos mais complicados, rentabilizar os benefícios sociais dos menores e respectivos agregados familiares.
Contrariar a manifestação de problemas de aprendizagem ou prevenir que eles aconteçam é um ponto de partida. O "Sorrisos felizes" intervirá junto de crianças, mas o seu trabalho é mais abrangente, uma vez que as famílias serão directamente envolvidas no processo. A intervenção precoce pode ter um papel importante nos pais e irmãos das crianças em risco.
"O stress acrescido pela presença de uma criança com necessidades educativas especiais pode afectar o bem-estar da família e interferir no desenvolvimento da própria criança", refere-se na descrição do projecto. "Estas famílias poderão ser mais susceptíveis de viver situações como, por exemplo, o divórcio e, de igual forma, estas crianças são mais susceptíveis a situações de abuso e negligência", acrescenta-se.
Uma equipa de psicólogos está preparada para ir para o terreno para a primeira etapa de avaliação, contando com a ajuda dos educadores dos jardins-de-infância. O trabalho implica a celebração de protocolos de colaboração com várias entidades, nomeadamente com um agrupamento de escolas, de forma a maximizar recursos e assegurar reencaminhamentos nas valências da terapia da fala, psicologia e terapia ocupacional. Detectados os casos, os técnicos direccionam a criança para o acompanhamento mais adequado, conforme cada situação.
"A intervenção precoce deve resultar no desenvolvimento de melhores atitudes parentais e deve proporcionar mais informações e melhores competências para lidar com a criança, incentivando a libertação de algum tempo para o descanso e lazer", defende-se no projecto municipal.
Sem dúvida, boas noticias. A intervenção precoce é isso mesmo, mais do que a sua nomenclatura trata-se efectivamente de atender a todas as crianças precocemente!!
ResponderEliminarEsperemos que esta excelente iniciativa se alargue por todo o País.
ResponderEliminarIniciativas como esta são de louvar!
No papel parece sempre tudo muito bem. Mas o caminho que vai do papel à realidade é longo, sinuoso e cheio de obstáculos. Em qualquer lugar, mas em Portugal parece que ainda mais.
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