domingo, 28 de fevereiro de 2010

Vodafone lança videochamada para surdos

Os clientes surdos e/ou mudos da Vodafone vão poder ligar ao número 12472 e aceder, por vídeochamada, a um serviço de intérprete da Associação Portuguesa de Surdos a custos reduzidos.

Um comunicado da Vodafone revela que as videochamadas realizadas para este número vão custar 1,1 cêntimos por minuto, reflectindo uma redução de 98,63% do custo que o serviço tinha anteriormente.

O 12472 é um número de telefone que disponibiliza serviços de tradução de linguagem gestual na hora, permitindo que pessoas com deficiências auditivas possam chamar táxis ou ambulâncias, marquem análises ou consultas médicas, ou requisitem serviços de reparação de equipamentos usados no lar.

Doenças Raras - Síndrome de Angelman e Doença do Ciclo de Ureia

As doenças raras afectam 600 mil portugueses. Os maiores problemas têm a ver com a identificação e diagnóstico. Neste dia em que se assinalam os casos raros, mostramos-lhe dois exemplos, de uma lista, que se estima que tenha 5 a 8 mil doenças raras.



sábado, 27 de fevereiro de 2010

Opiniões/Sugestões

Olá a Todos!

Passaram-se um pouco mais de dois meses desde da criação deste espaço. Espaço esse que foi crescendo dia após dia graças às vossas visitas e comentários que me foram encorajando a querer cada vez mais.

Este fim-de-semana guardo um "tempinho" para reflexão e espero a vossa colaboração.

 Que balanço fazem destes dois meses iniciais? O que mudariam no blogue? Estas são apenas duas questões que lanço para saber as vossas opiniões...

Aproveito para agradecer a cada um de forma muito especial.

Muito obrigado!!!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Estudo apura prevalência de doenças raras em Portugal

Em Portugal, cerca de 700 mil pessoas sofrem de doenças raras. A grande maioria dos doentes tem subjacente uma alteração genética. Determinar a prevalência e a incidências destas patologias é o objectivo de um estudo que está a ser realizado pela Federação das Doenças Raras.



Doenças mentais afectam um milhão de portugueses

Mais de um milhão de portugueses - o que representa 11,5 por cento da população -, sofre em cada ano uma perturbação mental que tem reflexos na família, no meio laboral e na sociedade.

Estes são alguns dados revelados ao início desta quinta-feira por Caldas de Almeida, coordenador da Comissão Nacional para a Saúde Mental e comissário do Fórum “As Diferentes Faces da Saúde Mental”, que decorre ao longo do dia na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Caldas de Almeida sublinhou ao CM que os custos das doenças mentais têm um peso grande, mas remeteu a divulgação dos resultados do primeiro estudo nacional da prevalência das doenças mentais na população portuguesa para o dia 23 de Março. “Apesar de algumas diferenças, a realidade portuguesa não difere muito da de outros países. A Organização Mundial de Saúde revela que os custos directos e indirectos das doenças mentais representam três a quatro por cento do Produto Interno Bruto na perda de produtividade.”

No global, as doenças mentais são causa da perda de 70 a 140 dias de trabalho por ano.

Um estudo recente na Europa revela que 48 por cento dos doentes que necessitariam de cuidados de saúde mental não têm acesso, enquanto essa percentagem baixa para os oito por cento em relação aos diabéticos.

Dificuldade no acesso aos serviços de saúde, doentes sem tratamento, profissionais de saúde sem formação são alguns problemas diagnosticados por Caldas de Almeida.

In: http://www.cmjornal.xl.pt/

Projecto CORTIVIS - Próteses para cegos Interagindo Directamente com o Córtex Visual

O INESC-ID, Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores: Investigação e Desenvolvimento, entidade participada pelo IST, promove um projecto altamente inovador e de grande relevância social que tem como objectivo o desenvolvimento de uma prótese visual que, interagindo directamente com o córtex visual, se destina a restabelecer a capacidade de cegos profundos percepcionarem estímulos visuais.

O estímulo visual, captado através de uma câmara de vídeo embutida no aro de uns óculos, é codificado numa sequência de impulsos eléctricos que se aproxima à resposta das células ganglionares da retina humana. Seguidamente, o estímulo codificado é transmitido para a matriz de micro-eléctrodos através de uma ligação sem fios, estabelecida por um transformador de baixo acoplamento. Esta ligação, do tipo indutiva, é ainda usada para transmitir em simultâneo a energia necessária ao funcionamento do circuito de micro-estimulação acoplado à matriz de micro-eléctrodos que foi previamente implantado no córtex visual.

Do projecto “CORTIVIS - Próteses para cegos Interagindo Directamente com o Córtex Visual”, resultou um protótipo de uma prótese visual, cujo funcionamento foi já testado em animais.

Foi desenvolvido um demonstrador para a sala de exposições do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores do IST, designado por Elónica, que envolve várias tecnologias e sistemas acessórios à prótese.

Participaram múltiplas equipas interdisciplinares distribuídas por alguns dos melhores centros de investigação na Europa, integrando conhecimentos nas áreas da medicina, biologia e engenharia, sendo a equipa de investigação do INESC-ID constituída pelos docentes Moisés Piedade, José Gerald, Leonel Sousa, Gonçalo Tavares e Pedro Tomás.

O Projecto tem uma nova fase, financiada pela FCT, denominado de “ICONS - Intra Cortical Neuronal Stimulator”.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Recém-nascidos têm sensibilidade musical


Um estudo da Universidade Vita-Salute del San Raffaele, em Milão, verificou que os recém-nascidos são sensíveis às notas musicais e que têm capacidade para reconhecer as dissonâncias e mudanças de tom das melodias logo nos primeiros dias de vida.

De acordo com os investigadores, este estudo poderá ser importante na medida em que contribuiu para determinar se a percepção da música é inata ou resultado do ambiente em que um bebé vive.

Os autores desta investigação, cujos resultados foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, recorreram a 18 recém-nascidos, a quem apresentaram três excertos de músicas com a duração de 21 segundos. O primeiro era uma melodia tocada em piano, o segundo era semelhante, mas com algumas notas num tom mais alto. Já o último excerto era totalmente dissonante.

Enquanto ouviam as melodias, os bebés foram submetidos a ressonâncias magnéticas que permitiram verificar quais as partes do cérebro que eram activadas durante o processamento das informações recebidas pela música. Os investigadores constataram assim que em todos os casos, o hemisfério direito do cérebro foi activado, nomeadamente as mesmas zonas que são activadas durante a apresentação de excertos musicais de músicas para adultos. Já quando ouviram as músicas alteradas, a activação do hemisfério direito foi mais fraca, em prol de uma zona do hemisfério esquerdo que foi activada.

"Esses resultados mostram que o cérebro dos recém-nascidos apresenta capacidades de percepção da música desde as primeiras horas após o nascimento", consideram os investigadores, acrescentando que "além disso, eles já estão aptos a reconhecer as dissonâncias e as mudanças de tom".

Escolas Inclusivas – O novo olhar de Mary Warnock


Em 1978, o Warnock Report propôs uma nova concepção educativa. Os objectivos educacionais deviam ser os mesmos quer se tratassem de alunos com ou sem dificuldades de aprendizagem.

Segundo Mary Warnock, um dos primeiros objectivos devia ser o de aumentar o conhecimento das crianças acerca do mundo em que viviam e das suas responsabilidades nele. Um segundo objectivo seria o de possibilitar a maior independência e auto-suficiência possíveis, através de matérias que permitissem a estas crianças uma preparação para o mundo do trabalho e para controlar a sua própria vida. O relatório avançava que provavelmente, uma em cada cinco crianças poderia ter NEE, em alguma fase do seu percurso escolar. Assim, estimava-se em cerca de 20% as crianças com necessidades educativas especiais, em vez dos 2% categorizados anteriormente como deficientes. Este relatório acabou por perspectivar a Educação Especial de uma forma mais abrangente.

Nesse sentido, a resposta à necessidade educativa da criança não deveria estar relacionada com o rótulo de uma deficiência, mas sim com um relatório pormenorizado em que estivessem descritas as necessidades educativas especiais da criança. Esta forma mais ampla de encarar a Educação Especial levou à defesa da integração das crianças com NEE nas escolas regulares, pois as Escolas Especiais não poderiam dar resposta a um número tão elevado de casos. O  Warnock Report considerava que as Escolas Especiais poderiam continuar a funcionar para as crianças com deficiências severas ou profundas e também poderiam assumir novos papéis como transformar-se em centros de recursos, locais de formação especializada para formação em exercício, centros de aconselhamento para pais e para profissionais e centros de apoio às práticas educativas nas escolas regulares.

Para surpresa de muitos, Mary Warnock veio anunciar em 2005 que tinha alterado alguns dos seus pontos de vista relativamente ao facto de algumas crianças com necessidades educativas especiais serem educadas em escolas regulares. Estava a referir-se aos casos mais graves, pois deu-se conta que mesmo estes tinham deixado as escolas especiais e estavam integrados nas escolas regulares. Tudo estaria bem, se estivessem a usufruir de um atendimento especializado que fosse de encontro às suas necessidades. Mas não. Mary Warnock compreendeu que estes alunos eram simplesmente colocados nas escolas públicas, mas sem os recursos quer humanos quer materiais necessários. Ao serem todos misturados, esqueciam-se as suas especificidades e os alunos acabavam por não evoluir, nem em termos de conhecimentos, nem de socialização. Ainda por cima, acabavam por ser vítimas de violência (bullying) por parte dos colegas. A sua filosofia, na teoria, acabava por não funcionar na prática, porque tanto as escolas, como até as autoridades locais se demitiam das suas responsabilidades.

Permitam-me citar algumas frases de Mary Warnock:

   "Inclusion must embrace the feeling of belonging - necessary for well-being and successful learning";

   "Special equipment may make it possible that some children with sensory deprivation …can be taught in the ordinary classroom";

   "The fact is that, if educated in mainstream schools, many such children are not included at all";

   "The idea of inclusion should be rethought".

Bibliography:

Warnock, Mary (2005) Pamphlet "Special educational needs: a new look", n.º11 in a series of policy discussions. Published by the Philosophy of Education Society of Great Britain

In: http://escoladereferencia.blogs.sapo.pt/15005.html

A minha leitura do Warnok Report


O Warnock Report, em 1978, teve um papel decisivo e um peso convulsionador no movimento de ideias a favor da integração educacional de crianças com Necessidades Educativas Especiais, assim como na divulgação deste conceito.

A Educação Especial começa a ser relacionada, sobretudo, com uma problemática que envolve todo o sistema regular de educação, observando-se uma tendência ao nível mundial para integrar as crianças com NEE no seio das estruturas regulares de ensino: a “integração”.

Este relatório promove ainda a mudança dos conceitos relativos a “normal”, “deficiente” e “educação de deficientes”, e em sua substituição propõe o conceito de crianças com “Necessidades Educativas Especiais” e define “Educação Especial” como um conjunto de medidas a serem utilizadas para responder a essas mesmas necessidades.

O conceito de deficiência não é totalmente abandonado e é proposto um quadro para a recolha de dados sobre o número de crianças que são portadoras das categorias mais importantes de deficiências. No entanto, esta categorização começa a ser contestada por inúmeras razões:

   - As categorias constituem rótulos que só por si são estigmatizantes, oferecendo resistência à mudança;

   - Não revelam o problema educativo da criança;

   - Não enquadram satisfatoriamente as crianças portadoras de deficiência de diversa ordem;

   - Pressupõem a ausência absoluta de problemas educativos no grupo das não deficientes, o que é falso;

   - Perpetuam uma rígida distinção entre normal e deficiente, o que é incorrecto e traz consequências negativas para a criança;

   - As categorias clássicas fazem perder de vista as diferenças individuais.

Propõe-se, então, a noção de crianças com “Necessidades Educativas Especiais” e define-se a Educação Especial como o conjunto de processos utilizados para responder a essas mesmas necessidades. Esta visão mais alargada e flexível possibilita enfatizar o conceito de educação, como algo que se impõe também fora do contexto escolar, sendo necessária a adopção de medidas educativas especiais independentemente de se situarem além da escolaridade obrigatória.

Assiste-se, claramente, à emergência de um paradigma Educacional de referência, contrariando o paradigma Médico – Pedagógico, até então vigente, abrindo perspectivas a uma intervenção essencialmente virada para os sujeitos e as suas capacidades.

Passados mais de trinta anos voltamos a apostar na categorização dos alunos, tendo por referência critérios expressos na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde (art.º 4º), no momento em que a nível mundial se tende a descategorizar e olhar para uma pessoa no seu todo, rejeitando olhares parcelares que a despersonalizam.

Diferenciar, mesmo positivamente, separando, não vai ensinar cada um a aprender a lidar com o outro que é diferente de si, porque nunca se tem a possibilidade de ouvir uma outra forma de estar, de fazer e de sentir. Aprender a lidar com o outro na sua diversidade é estar com ele, aprender com ele, trocar experiências e saberes, nos contextos que são de todos.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Crianças hiperactivas são cada vez mais - Reportagem RTP

Há cada vez mais crianças com hiperactividade e défice de atenção. Os pediatras recorrem a um fármaco para tentar reduzir as consequências do problema e garantem que o medicamento não cria habituação.



Síndrome de Tourette e Perturbação Obsessivo-Compulsiva - Workshop

Workshop para Profissionais de Saúde

A Síndrome de Tourette é uma perturbação crónica e neuropsiquiatrica caracterizada por tiques motores e vocais involuntários, que têm um impacto importante na vida do doente. Aparece frequentemente associada à Perturbação Obsessivo-Compulsiva, motivo pelo qual abordamos as duas perturbações neste workshop.

No dia 6 de Março de 2010, abordaremos a etiologia e caracterização das perturbações, apresentaremos instrumentos de avaliação diagnóstica e as intervenções terapêuticas mais ajustadas para o tratamento destas perturbações. Finalizaremos com a apresentação e discussão de casos clínicos.

Consulte o programa e outras informações no folheto disponível em: http://www.cadin.net/uploads/docs/folheto_workshop_stpoc.pdf


Workshop: Jogos para leitura e escrita - aplicação prática dos jogos

A APPDA – Setúbal, Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS). Fundada em 2005 por um grupo de pais e técnicos que consideraram indispensável a constituição de uma Associação que promova o desenvolvimento, a educação, a integração social e a participação na vida activa das pessoas com perturbações do espectro do autismo (p.e.a.), no Distrito de Setúbal.

A Associação coloca para à disposição de pais, técnicos e sociedade em geral, informações sobre:

- a problemática do autismo;

- indicações dos serviços que respondem à problemática do autismo, (diagnóstico, estratégias de intervenção, terapias, …);

- legislação de apoio às pessoas com p.e.a. e seus familiares.

A Associação dinamiza reuniões mensais de “Ajuda Mútua de Pais e Técnicos” e promove acções de sensibilização e formação sobre a problemática das perturbações do espectro autista.

Programa:

“CURRÍCULOS FUNCIONAIS NO 1º, 2º E 3º CICLOS”

09h30 – Recepção dos participantes

10h00 – Avaliação comportamental e selecção dos objectivos:

- Como estabelecer propriedades de acordo com a faixa etária e o nível de funcionamento;

- Definição de objectivos a longo e curto prazo.

10h45 – Significância Social:

- Envolvimento de todas as partes significantes da vida do indivíduo;

- Comunicação entre todos os contextos escolares;

- Consideração e utilização dos recursos escolares (aquisição e generalização).

11h30 – Coffe Break

11h45 – Prática: Estruturação de um currículo funcional – 1º ciclo

13h00 – Pausa para almoço

14h30 – Prática: Estruturação de um currículo funcional – 2º ciclo

16h00 – Intervalo

16h15 – Prática: Estruturação de um currículo funcional – 3º ciclo

17h30 – Encerramento

Este workshop tem como objectivo apresentar as considerações envolvidas no desenvolvimento de um currículo individualizado para crianças com necessidades educativas especiais. Os participantes aprenderão conceitos e estratégias como a análise de tarefa, “pivotal responses”, “behavioral cusps”, entre outros, que em conjunto permitem definir objectivos funcionais e adaptados, bem como implementá-los de forma eficaz e produtiva. O workshop incluirá também a possibilidade de aplicação dos conceitos teóricos apresentados, na elaboração de parte de um currículo.

Workshop "Jogos para leitura e escrita - aplicação prática dos jogos"

Data: 27 de Fevereiro de 2010

Horário: 10:00h - 17:30h

Carga horária: 6 horas

Local: Av. Cova dos Vidros, lote 2367 R/C Quinta do Conde 2975-333 Sesimbra

Preço: Sócios da APPDA-Setúbal e Estudantes - 40.00 Euros

Não sócios - 50.00 Euros



terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Aprendendo com os Gansos

Quando os gansos selvagens voam em formação V, eles fazem-no a uma

velocidade de 70% maior do que se estivessem voando sozinhos. (É que à

medida que cada pássaro bate as suas asas, é criada uma “sustentação”

para o pássaro que segue).

Quando o ganso que está no vértice de V fica cansado, ele (ou ela)

passa para trás da formação e outro ganso voa para a

posição da ponta.

Durante o voo os gansos da retaguarda grasnam para encorajar

aqueles que vão à frente a manterem as suas velocidades. Os

gansos acompanham os fracos. Quando um deles fica

doente, ferido ou é abatido, no mínimo outro ganso sai

da formação e segue-o na descida, para o ajudar e

proteger.

Ele permanece na sua companhia até que ele possa

voar novamente ou morra. Ele vai então em busca

de outra formação ou integra-se ao próprio

grupo. Sendo parte de uma equipa, também

podemos utilizar adequadamente os

recursos disponíveis, para que o fruto do

nosso trabalho ganhe em qualidades.

Se tivermos senso de comunidade

como os gansos, saberemos revezar-

-nos na execução das tarefas

difíceis compartilhando uma

direcção comum. Da

próxima vez, ao ver uma

formação de gansos

voando, lembre-se

que é uma

recompensa, um

desafio e um

privilégio fazer

parte de

uma

equipa.


De: Ministério da Educação, Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento curricular.

Aprendamos com os Gansos, de modo a possuirmos verdadeiras equipas de intervenção.

Estas equipas devem "caminhar" com um espírito de partilha, interacção e diálogo.

Só assim obtemos o sucesso, o sucesso de cada criança e respectiva família.

KNFB-Reader – O OCR portátil para telemóveis

A Ataraxia a pioneira no desenvolvimento das melhores soluções de acesso à informação para pessoas com deficiência visual, orgulha-se de ter introduzido no mercado nacional o KNFB-Reader, o software de reconhecimento, apresentação e leitura de texto para telemóveis.

O KNFB-Reader é o melhor software de reconhecimento, apresentação e leitura de texto para telemóveis no mercado internacional, pois reúne em si características e funções únicas de acesso à informação escrita.

Compatível com cada vez mais modelos de telemóveis, o KNFB-Reader permite ao utilizador:

- seleccionar o modo de leitura consoante a configuração do texto,

- digitalizar um documento com várias páginas, iniciando a leitura de todo o texto de uma só vez logo após a digitalização,

- o controle total da iniciação e paragem do processo de digitalização e leitura,

- guardar e transferir documentos de imagem e texto.

O software de reconhecimento de caracteres para telemóveis o KNFB-Reader é o único software no mercado internacional a ler o documento ao mesmo tempo que o texto é apresentado em alto contraste e as palavras são salienteadas à medida que a leitura avança.

Igualmente único do KNFB-Reader é o reconhecimento da moeda assim como os comandos de alinhamento por voz. Este mecanismo de alinhamento reduz substancialmente a probabilidade de cortar o documento aquando a digitalização.

Hoje, o telemóvel adaptado com o KNFB-Reader representa um instrumento indispensável de acesso à informação. Independentemente do local onde se encontre, quer seja em casa no local de trabalho ou no café, o telemóvel deixou de ser apenas um instrumento para receber e efectuar chamadas para passar a ser também um leitor autónomo portátil.


A polémica ritalina

Em continuação de "Geração Ritalina", deixo-vos com um artigo da mesma autora: "A polémica da ritalina" onde se pretende responder a algumas questões lançadas anteriormente.

"No artigo anterior (Geração ritalina), em resposta à questão de um leitor, debrucei-me sobre a Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA) e ao uso de determinadas substâncias químicas no seu controlo.

Tal como ficou combinado anteriormente, retomarei este tema, procurando reflectir um pouco acerca das polémicas questões que se seguem, recorrendo à opinião de especialistas na área.

A existência de um fenómeno de "sobrediagnóstico" relativamente à Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA) é uma hipótese a desprezar? Haverá uma procura excessiva e um uso abusivo de metilfenidato? Existirão efeitos secundários a curto e a longo prazo em resultado da ingestão de ritalina? A acção do metilfenidato leva à cura da hiperactividade?

No que se refere à primeira questão, sou de opinião, atendendo à minha prática profissional, de que nem sempre são feitos diagnósticos rigorosos da Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA). Como foi referido no artigo anterior, a realização de um diagnóstico adequado exige o levantamento de informação em diferentes contextos, mediante a recolha de dados junto dos pais e dos professores. Tenho conhecimento de algumas situações em que a ritalina é prescrita com base apenas na informação transmitida pelos pais. Na opinião de José Carlos Ferreira, neuropediatra no Hospital Egas Moniz e no Hospital Cuf Descobertas, "há bolsas de sobrediagnóstico, em determinadas áreas geográficas e estratos sociais, com maior acesso às consultas. No entanto, como se estima que a prevalência desta perturbação seja de 3% a 5% da população total, há crianças com défice de atenção e hiperactividade que ainda não estão diagnosticadas"(*).

Quanto ao uso abusivo do metilfenidato, não há consenso entre os especialistas: há quem considere que a ritalina ou a concerta são prescritos indiscriminadamente e quem defenda que ainda mais crianças deveriam beneficiar do tratamento. Nos EUA, onde o reinado do metilfenidato já dura há mais de 50 anos, a polémica já chegou à sociedade civil. Neste país são várias as associações e os movimentos que nasceram para combater ou defender o uso de medicamentos nas crianças com défice de atenção. No nosso país, há também quem questione a forma como a ritalina e a concerta são administradas. Para alguns especialistas, o metilfenidato não deve ser seleccionado para uma intervenção de primeira linha, uma vez que as terapias comportamentais podem ajudar a criança a controlar da sua hiperactividade. Outros consideram que o uso de medicamentos deve ser a primeira opção no tratamento de casos de PHDA, uma vez que a medicação tem efeitos muito positivos em termos académicos, ao nível do relacionamento interpessoal e na auto-estima.

Quanto à existência ou não de efeitos secundários, a curto e a longo prazo, devido ao consumo diário deste químico, também não há consenso. Alguns especialistas consideram que os medicamentos usados no tratamento da PHDA são muito bem tolerados podendo usar-se durante anos, uma vez que os seus efeitos secundários são desprezíveis. Outros apresentam algumas reservas quanto aos efeitos a longo prazo, dado que as crianças que consomem metilfenidato têm, geralmente, peso e estatura mais baixos.

Por fim, a última questão. Será que a acção do metilfenidato leva à cura da hiperactividade? Relativamente a esta parece existir consenso, uma vez que os vários especialistas consideram que, efectivamente, o metilfenidato não tem um efeito curativo, uma vez que a sua acção sobre o cérebro só dura enquanto o comprimido faz efeito, ou seja, o tratamento é apenas sintomático. Face a isto, alguns médicos manifestam-se insatisfeitos porque o medicamento apenas tira os sintomas e não resolve a situação, ao passo que outros pensam que o facto de ele atenuar os sintomas e aumentar a qualidade de vida da criança é, por si só, muito importante.

Polémicas à parte, para mim, que diariamente falo com pais que vivem no dia-a-dia o problema da PHDA, sei que, apesar do dilema que a medicação constitui na sua vida, a opção por ela é sentida como um mal menor. Para estes pais, sem esta medicação os filhos teriam uma vida escolar e relacional completamente destroçada. A prova disso é o fim-de-semana, quando a medicação é retirada e tudo à sua volta se transforma num verdadeiro caos!"

(*) Opinião extraída da revista Pais & Filhos. Novembro de 2004, pág. 94.

Bibliografia

Barkeley, R. A. (2006). Attention Deficit Hyperactivity Disorder. A Handbook for diagnosis and treatment (3rd ed.). New York: Guilford Press.

De: Adriana Campos

Escrita finta deficiência

De acordo com uma notícia publicada do Jornal de Notícias, Adriana Ferreira, uma menina com 16 anos, de raízes humildes, consegue ultrapassar as dificuldades advindas da paralisia cerebral, através da sua escrita.

Adriana escreveu duas peças de teatro para a escolar, vários poemas e participou em concursos. Após a estreia nos livros com o conto infantil "O Dálmata Sem Pintas", que tem apresentado pelas escolas do Minho, prepara já a autobiografia, que deve chamar-se "Uma Estrela Especial Chamada Adriana".

A jovem autora editou o seu primeiro livro aos 15 anos de idade, com o intuito de promover a inclusão, incentivando as pessoas com deficiência, e de ajudar a sua família.

O seu primeiro livro conta a história de um cão rejeitado pelo irmão, que quer sair de casa por recusar viver com o dálmata sem pintas. Foi co-escrito com a docente de ensino especial Eugénia Carvalho, do Agrupamento Braga Oeste, ilustrado pela educadora Anabela Marta e com grafismo da docente de TIC Hélia Lima. A primeira edição de autor de mil unidades foi paga com receitas de uma festa dos escuteiros de Martim, terra da autora. Face à procura foi lançada a segunda edição da obra, que culmina três anos do projecto Superar Barreiras. Aí, os estudantes abordaram por exemplo as barreiras humanas e arquitectónicas, enviando até a lista de falhas à DREN, Câmara e Estradas de Portugal, que agiram de imediato. Percebeu-se ainda que a mochila no chão prejudica o colega invisual, o surdo tem de pedir no bar por escrito ou, na biblioteca, a falta de volumes em Braille e prateleiras altas atrapalham invisuais e deficientes motores.

Em entrevista dada ao Jornal de Notícias, Adriana Ferreira disse: "Não me imaginava como escritora, foi de repente, na escola apoiaram-me muito. Oxalá o livro sirva de exemplo aos que têm dificuldades idênticas às minhas, pois quando era pequena a aceitação social foi bastante difícil”.

"A comunidade sensibilizou-se e a Adriana, antes incomodadíssima com a diferença, viu que a cadeira de rodas é um detalhe; tem forte auto-estima, talento, boas ideias e desbravou mentalidades e barreiras, sobretudo sociais", anuiu Eugénia Carvalho. "Estou orgulhosa, nunca pensei que a minha filha fosse tão longe", reagiu Esmeralda Cardoso.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Música ajuda a tratar as doenças mentais

É com um fado e um poema da sua autoria, sobre Jesus, que José Júlio salta para o meio da roda e solta a voz. A sua actuação marca o início de mais uma sessão de musicoterapia na Unidade de Doentes de Evolução Prolongada de Psiquiatria, nos Andrinos, Leiria, onde estão internados os doentes mentais crónicos.

A música é usada como terapia e não como entretenimento, no âmbito de um projecto pioneiro que abrange os doentes mentais crónicos e também os que estão internados por curtos períodos – 18 dias em média – no Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental, no 4º piso do Hospital de Santo André (HSA).

O projecto ‘Música com Arte’ resulta de uma parceria entre a Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP) e o HSA, que envolve músicos e profissionais de saúde.

Os benefícios são claros, com os doentes crónicos a registarem uma evolução notória na comunicação e interacção com os outros. Mesmo com idades e patologias distintas, conseguem estabelecer um vínculo através da música, que lhes permite viajar do universo deles para o universo comunicacional oral, onde estão todos os outros.

"Nas primeiras sessões os doentes estavam irrequietos e levantavam-se com frequência para irem fumar, enquanto agora a adesão é espectacular, estão motivados, concentrados e são participativos", explica Catarina Curado, psicóloga do HSA.

Nos doentes agudos, a música ajuda-os a saírem do marasmo e da monotonia que representa o internamento hospitalar e facilita a sua reabilitação clínica. "Não há actividade humana tão complexa como a música, que aqui é usada como uma ferramenta de trabalho, no sentido em que auxilia quem trabalha com o cérebro", diz Paulo Lameiro, director pedagógico da SAMP, lembrando que já Platão defendia que a música penetra mais fundo na alma humana.

EVOLUÇÃO É AVALIADA

A avaliação da evolução dos doentes mentais abrangidos pelo projecto está a ser feita de uma forma "pormenorizada", para se apurar o seu impacto real, uma vez que até agora apenas há "resultados empíricos", diz António Cabeço. O estudo será apresentado em breve pelo Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do HSA. No próximo dia 12, a musicoterapia será apresentada – num encontro sobre saúde mental – como nova terapia.

SAÚDE COM ARTE

SEM LIMITES

O projecto ‘Saúde com Arte’ integra três programas distintos. Para os doentes crónicos foi criado o ‘100 limites ao som’, com sessões às terças-feiras.

CONSENTIR SOM

O programa ‘Consentir o Som’ é o mais recente e destina-se aos doentes internados no 4.º piso do HSA. Está organizado em duas sessões semanais.

ALEGRAR BEBÉS

O ‘Allegro Pediátrico’ é dedicado às crianças internadas no Serviço de Pediatria do HSA. Tem duas sessões semanais e envolve por ano 2500 doentes.

DISCURSO DIRECTO

"ESTÍMULO DO SOM AJUDA NA RECUPERAÇÃO": António Cabeço Director do Serviço Psiquiatria do HSA

CM – Quais as vantagens da música como forma de terapia?

António Cabeço – O estímulo provocado pelo som é agradável ao ouvido e pode criar uma interferência a nível cerebral que vai provocar ou ajudar na evolução favorável do doente agudo e na sua recuperação clínica.

– Mas é também uma forma de entretenimento?

– A música em ambiente hospitalar não é entretenimento ou diversão, tem de ser interpretada como terapia, em complemento à intervenção psicofarmacológica.

– E para os doentes crónicos?

– Nesses é notória a evolução no comportamento, na assertividade e na atitude perante os outros. Andam mais calmos e consomem menos medicamentos.

O MEU CASO: MÁRCIA FERREIRA

VENCEU A GAGUEZ A CANTAR MÚSICA

Sem saber explicar porquê, de um dia para o outro Márcia Ferreira, de 23 anos, dá por si internada no 4º piso do Hospital de Santo André, onde estão os doentes mentais agudos. "Primeiro deixei de falar, depois comecei a gaguejar e tinha espasmos", conta a jovem, adiantando que os médicos atribuíram esses sintomas a uma sucessão de "medos e ansiedade que causaram uma reacção no cérebro".

Foi internada em finais de Janeiro e a pouco e pouco recuperou a fala, mas começou a gaguejar. "No início, até a cantar se notava a gaguez, mas depois comecei a acompanhar os músicos e a sentir melhoras", conta. Incentivada pela equipa médica, Márcia Ferreira copiou para o telemóvel algumas músicas da sua preferência, que ouvia ao longo do dia, acompanhando os cantores. Ao fim de algum tempo deixou de gaguejar, retomando o seu tom de voz normal.

A música foi o estímulo de que precisava para perder a gaguez e recuperar a fala, por isso só tem "bem a dizer" do programa. "As sessões de musicoterapia foram muito produtivas para mim."

NOTAS

DUAS UNIDADES

O Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental cuida de 93 doentes, que estão nos Andrinos (foto) e no 4.º piso do HSA.

HOSPITAL DE FUTURO

O projecto de musicoterapia recebeu o prémio Hospital do Futuro 2008/2009, na categoria Parcerias em Saúde.

CRIANÇAS A SORRIR

As crianças internadas na Pediatria sorriem ao receber a visita dos músicos da SAMP, que cantam e tocam para elas.


"Escafandro e Borboleta" - Resumo

Aos 43 anos Jean-Dominique Baudy, editor da revista ELLE, sofreu um acidente vascular cerebral, deixando-o totalmente paralisado. A única excepção era um olho e...a sua mente.

Depois de "receber" esta notícia dos médicos, abateu-se nele um "pesadelo", chegando mesmo a desejar morrer.

"Palavra alguma exprime aquilo que me invadiu..."

No entanto, descobre que a sua memória e imaginação estão "bem vivas", decide escrever um livro, através de um sistema de comunicação desenvolvido pela sua ortofonista. A dedicação e empenho desta técnica levam o paciente a alcançar resultados espantosos.

Detesta o domingo, pois "este é uma longa travessia no deserto"...sem nenhuma das habituais técnicas que o acompanhavam regularmente.

Letra a letra, ideia a ideia, de forma detalhada vai comunicando, transmitindo as suas angústias, as suas vivências, acabando por escrever a sua auto-biografia.

Quando se pensavam estar a alcançar melhorias significativas, Jean Baudy sofre uma pneumonia, acabando por morrer dias mais tarde. Mas não sem antes recordar o episódio que o leva a ficar paralisado, acabando por dedicar o livro a pessoas muito especiais.

Feche os olhos e deixe-se levar por esta história e pelas suas emoções.

Um filme premiado e essencial para quem trabalha na Educação Especial.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Despacho normativo n.º 6/2010

Foi publicado no dia 19 de Fevereiro no Diário da República, entrando no dia a seguir em vigor, o Despacho Normativo n.º 6/2010 que altera o sistema de avaliação dos alunos. A justificação das alterações é fundamentada na Lei n.º 85/2008, que estende a escolaridade obrigatória até aos 18 anos de idade.
O mesmo Despacho vem alterar o Despacho Normativo n.º 1/2005, de 5 de Janeiro, com as alterações que lhe foram introduzidas pelos Despachos Normativos n.os 18/2006, de 14 de Março, e 5/2007, de 10 de Janeiro.

Este Despacho vem introduzir algumas alterações ao alunos que se encontram abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro. Transcrevo agora aquelas que considero mais relevantes:

9 — A escola ou agrupamento deve assegurar as condições de participação dos alunos, dos encarregados de educação, dos profissionais com competência em matéria de apoios especializados e dos demais intervenientes, nos termos definidos no regulamento interno.

72 - Um aluno que revele capacidades de aprendizagem excepcionais e um adequado grau de maturidade, a par do desenvolvimento das competências previstas para o ciclo que frequenta, poderá progredir mais rapidamente no ensino básico, beneficiando de uma das seguintes hipóteses ou de ambas:

a) Concluir o 1º ciclo com 9 anos de idade, completados até 31 de Dezembro do ano respectivo, podendo completar o 1º ciclo em três anos;

b) Transitar de ano de escolaridade antes do final do ano lectivo, uma única vez, ao longo dos 2º e 3º ciclos.

74 - Qualquer das possibilidades enunciadas nos números anteriores só pode ser accionada se houver, para o efeito, pareceres concordantes do encarregado de educação do aluno e dos serviços especializados do apoio educativo ou psicólogo e ainda do conselho pedagógico sob proposta do professor titular ou do conselho de turma.

77 - Os alunos abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, serão avaliados, salvo o disposto nos números seguintes, de acordo com o regime de avaliação definido no presente diploma.
 
78 - Os alunos que tenham no seu programa educativo individual a medida “adequações no processo de avaliação”, ao abrigo da alínea d) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, são avaliados nos termos definidos no referido programa.

79 — Os alunos que tenham no seu programa educativo individual a medida “currículo específico individual”, ao abrigo da alínea e) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, ficam dispensados da realização dos exames nacionais do 9.º ano, obedecendo a sua avaliação ao definido no referido programa.

Foram ainda aditados os seguintes pontos:

79.1 — Nos 2.º e 3.º ciclos, para os alunos que tenham no seu programa educativo individual a medida “currículo específico individual”, ao abrigo da alínea e) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, a informação resultante da avaliação sumativa expressa -se:

a) Numa classificação de 1 a 5, em todas as disciplinas, acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução do aluno;

b) Numa menção qualitativa de Não satisfaz, Satisfaz e Satisfaz bem, nas áreas curriculares não disciplinares e áreas curriculares que não façam parte da estrutura curricular comum, acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução do aluno.

79.2 — Os exames nacionais no 9.º ano para os alunos surdos com ensino bilingue incidem sobre as aprendizagens e competências do 3.º ciclo, nas áreas curriculares de Português Língua Segunda (LP2) e de Matemática.

79.3 — Aos alunos que atingirem a idade limite da escolaridade obrigatória, seguindo o seu percurso escolar com um currículo específico individual, ao abrigo da alínea e) do n.º 2 do artigo 16.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, complementado com um plano individual de transição, mediante requerimento do respectivo encarregado de educação, ou do próprio, ao órgão de gestão e de administração do agrupamento de escolas, será emitido um certificado de equivalência à escolaridade obrigatória para efeitos de admissão no mercado de trabalho.

79.4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, os certificados a utilizar são os legalmente fixados para o sistema de ensino, devendo especificar as competências alcançadas no âmbito do definido no plano individual de transição do aluno.

Para poder obter o Despacho Normativo n.º 6/2010 pode seguir este link: http://dre.pt/pdf2sdip/2010/02/035000000/0746207467.pdf

O mesmo ficará disponível no blog, na barra lateral, no campo "Papeladas"

Zoro e médico do Benfica ajudam Tiago

Existem gestos de louvar, este é um deles.

Este gesto não devia ser notícia, devia ser algo habitual nos nossos dias, ajudar o próximo é um dos valores mais importantes a ensinar à Sociedade actual.

Independentemente do clube, do jogador, importa o Ser Humano...

"O Tiago tem 16 anos, sofre de paralisia cerebral e vive com a avó e o irmão numa casa camarária em Setúbal. Se podia deslocar-se, era porque a avó Alice lhe empurrava a cadeira de rodas. Era assim até ontem, quando recebeu uma cadeira de rodas que ele mesmo comanda. Devia ter sido o futebolista Pedro Mantorras a entregá-la, mas quem esteve em Setúbal e pagou a cadeira foi o osteopata da equipa médica do Benfica, Honório Canelas.

Também Zoro, jogador emprestado ao Vitória de Setúbal, se associou a esta iniciativa, prometendo ao Tiago uma cadeira de banho. "Muitos jogadores de futebol ajudam. Eu aprendi com os mais velhos, como o Nuno Gomes. Podemos ajudar com uma pequena parte do nosso dinheiro", alertou o atleta, enquanto o Tiago experimentava os comandos da cadeira, orçada em 6900 euros, sem nunca desfazer o sorriso. "


sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ciclo de Sábados - "Falando com quem faz": "Processo de Identificação das NEE"


Hoje, dia 20 de Fevereiro de 2010, o Ciclo de Sábados - "Falando com quem faz", actividade organizada pela Associação Nacional de Docentes de Educação Especial, contou com mais uma sessão do "Falando com quem faz", mais uma sessão bastante pertinente.

Este sábado estava subordinado ao tema "Avaliação dos alunos com necessidades educativas especiais: Processo de Identificação das NEE" e tivemos o privilégio de contar com uma jovem dinamizadora, a Professora Ana Paula Joaquim.

Foi outra sessão que decorreu numa manhã de sábado e que contou com uma sala bem composta de profissionais ligados à Educação Especial.

A Professora Ana Paula começou a sua prelecção referindo que é essencial para este processo dotar "os professores do regular de sabedoria" para identificar de forma correcta as dificuldades de cada criança. É evidente que todo o procecesso de identificação está condicionado por juízos de valor, mas cabe-nos a nós sensibilizar toda a comunidade educativa para todo este processo, de modo a minorar muitas das dificuldades dos alunos.

Realçou ainda, a importância da articulação entre o Professor do Regular ou Educador e Professor de Educação Especial, sem nunca esquecer a o papel da família como figura central no decorrer destas etapas.

Realçou que os professores devem fazer uma reflexão crítica da sua Prática Pedagógica, uma auto-avaliação e de seguida uma observação directa do aluno nos diversos contextos.

 Se os problemas subsistirem, então devemos avaliar de forma a compreender melhor as dificuldades na aprendizagem específicas de cada aluno, mas numa primeira instância devemos aferir se a criança tem alguma dificuldade visual e/ou auditiva e até devemos estar atentos a algumas mudanças ambientais que possam ter decorrido num contexto específico do aluno. De seguida, devemos adequar estratégias de ensino/aprendizagem e se mesmo assim as dificuldades continuarem devemos elaborar um Plano de Recuperação ou um Plano de Acompanhamento.

Depois de termos seguido todos estes passos, com base em todos estes aspectos anteriormente descritos, passamos ao processo de Referenciação. Aqui devem estar todas as informações relevantes da criança e da sua família, devidamente fundamentadas.

Esta informação deve ser obtida através de uma avaliação compreensiva dos diversos contextos da criança e sempre com a intervenção de uma equipa pluridisciplinar.

Realçou-se a importância da necessidade de articulação entre docentes de forma a delegar competências, funções e práticas. Estas práticas devem ser partilhadas, conjugadas e reflectidas num espírito de cooperação, sempre com o aluno como "centro" de todo o processo.

Foi mais uma sessão de grande qualidade, onde se pretendia reflectir sobre práticas do dia-a-dia, tendo este objectivo sido alcançado com distinção, uma vez que o diálogo foi bastante enriquecedor.

Uma palavra sobre a "convidada", apesar do nervosismo inicial, demonstrou corresponder às expectativas. Fomentou o diálogo e interagiu com todos os presentes. Demonstrou que a experiência, apesar de muito importante, não é um "bem necessário" para práticas de qualidade.

No próximo sábado, dia 20 de Março, a "convidada"  será Paula Alves e o Tema "Unidades de Ensino Estruturado – Autismo".

Para quem queira efectuar a inscrição no "Ciclos de Sábados", durante 2010, poderá fazê-lo através do link:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Visita a uma criança muito especial

Hoje, durante a tarde, tive o prazer de visitar um Menino muito especial, numa sala com Meninos simplesmente espectaculares. Cheia de profissionais de uma qualidade de enaltecer. Apenas vos digo que muitos sonham ser como vocês, eu sou um dos que sonha.

Mas a minha visita, para além de conhecer o espaço, tinha um objectivo...conhecer um menino que me tem cativado pelas palavras meigas da sua mãe. É claro que são os gestos dele que a fazem escrever, por isso estão os dois de Parabéns!

As palavras faltam-me para descrever o que senti, por isso deixo-vos com um excerto do "Principezinho":

"Ora vê; por enquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E eu também passo a ser única no mundo para ti..."

Este menino cativou-me por inteiro...
As palavras de sua mãe descrevem-no na perfeição. A dedicação e amor serão um exemplo que me marcará para sempre!!!
Obrigado!!!

O meu muito obrigado à Professora Elvira pela excelente amiga que tem sido e por ter partilhado este grande momento comigo. Um agradecimento especial à Professora Fátima e à Professora Mila pela forma tão acolhedora com que nos receberam. E não me podia esquecer das Auxiliares desta sala, pelas excelentes profissionais que demonstraram ser.

Convite

Caros amigos, "hoje iniciou-se mais um voo! Com apenas uma certeza...o céu é o limite..."

Este projecto está apenas no começo, mas já cheio de "promessas"...promessas essas que não cairão pois estão nas mãos de um "Gigante" da Educação Especial.

Iniciou-se o primeiro voo do blog:


Convido-vos a uma visita.

Geração Ritalina


"O grande aumento no consumo destas substâncias verificou-se em 2004, quando a venda destes medicamentos deixou de pertencer ao domínio das farmácias de certos hospitais e passou a fazer-se em qualquer farmácia.

"Gostava que abordassem o tema "geração ritalina" (ritalin generation). Começa a dar os seus primeiros passos nos EUA com os School Shootings".

Paulo Abrantes

"A prescrição de medicamentos para tratamento da Perturbação da Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA) aumentou, em todo o mundo, 274%, entre 1993 e 2003. O número de países que começaram a recorrer a este tipo de drogas subiu de 31 para 55. Os dados foram publicados no jornal americano Health Affairs. Uma em cada 25 crianças e adolescentes norte-americanos estão a ser medicamentado para PHDA.

Calcula-se que em Portugal entre seis e oito mil crianças e adolescentes estejam a tomar este tipo de medicação (números de 2006, com base nas vendas). Em 2004, estimava-se que três mil crianças tomassem medicamentos para PHDA, enquanto que em 2003 eram apenas 400."

Revista Pais & Filhos. Edição de Maio de 2007. Pág. 102

Metilfenidato é o nome químico de ritalina e concerta, psicoestimulantes usados no tratamento da Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção (PHDA). O grande aumento no consumo destas substâncias verificou-se em 2004, quando a venda destes medicamentos deixou de pertencer ao domínio das farmácias de certos hospitais e passou a fazer-se em qualquer farmácia. Antes de explorar melhor o significado deste crescimento estrondoso na prescrição de ritalina, parece-me fundamental explorar melhor o que é que diferencia o cérebro de uma criança hiperactiva do das outras ditas não hiperactivas. A PHDA, segundo estudos realizados, é uma perturbação do desenvolvimento infantil com base neurobiológica, na medida em que os lobos frontais, que são responsáveis por funções executivas, tais como a atenção, a capacidade de antecipar consequências e organizar tarefas, apresentam certas alterações. Estas alterações estão associadas ao facto de a dopamina, que é um neurotransmissor, apresentar níveis inferiores aos normais, o que dificulta a comunicação entre as células. Ao prescrever o metilfenidato, pretende-se aumentar os níveis de dopamina e, consequentemente, melhorar o grau de funcionalidade dos lobos frontais. Esta melhoria, segundo o folheto informativo do concerta, traduz-se pelo aumento da atenção e pela diminuição da impulsividade e da hiperactividade, em doentes com Perturbação de Hiperactividade e Deficiência de Atenção.

A grande questão que se coloca é se existem actualmente mais crianças com PHDA do que antigamente. Sendo esta uma perturbação com uma componente biológica, a sua incidência é, com certeza, a mesma que no passado (cerca de 3% a 5%); o que aumentou foi a capacidade de diagnóstico desta patologia. A quantidade de informação que tem sido divulgada sobre esta problemática é verdadeiramente astronómica, o que conduz a um maior conhecimento e uma maior atenção e sensibilidade por parte das pessoas em geral e dos técnicos em particular para a sua identificação. Note-se, no entanto, que o excesso de informação pode também ter um efeito perverso, pois pode gerar confusão e, consequentemente, falsos diagnósticos de PHDA, pois em cada esquina parece existir um "especialista" nesta área. Só é possível efectuar um diagnóstico preciso quando vários sintomas persistirem por mais de seis meses, em diferentes contextos: familiar, escolar e extra-escolar. Para evitar diagnósticos precipitados é, por vezes, necessário que a criança seja avaliada por uma equipa pluridisciplinar, constituída por pediatra, psiquiatra, psicólogo e técnico do ensino especial. A informação fornecida pelos pais e pelos professores, mediante o preenchimento de um questionário relacionado com o comportamento da criança, é também fundamental para a realização de um diagnóstico correcto.

Para além do que já foi exposto, existem muitas outras questões às quais é importante dar resposta, tais como: A existência de um fenómeno de "sobrediagnóstico" relativamente à PHDA é uma hipótese a desprezar? Haverá uma procura excessiva e um uso abusivo de metilfenidato? Haverão efeitos secundários a curto e a longo prazo em resultado da ingestão de ritalina? A acção do metilfenidato leva à cura da hiperactividade?"

De: Adriana Campos