segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Identificador de cores para deficientes visuais

Um identificador de cores para deficientes visuais, desenvolvido por investigadores da Escola Politécnica (Poli) da USP, é finalista da competição internacional Unreasonable Finalists Marketplace.

Baptizado de Auire é um dispositivo portátil que serve para identificar cores de objectos e notas de dinheiro. Recorrendo à leitura óptica, o Auire literalmente “diz” o nome da cor do objecto analisado. O projecto foi desenvolvido pelos engenheiros informáticos, formados pela Poli, Fernando de Oliveira Gil e Nathalia Sautchuk Patrício, dentro do Programa Poli Cidadã.

A competição é organizada pelo Unreasonable Institute e premiará projectos sociais de grande impacto. O objectivo é encontrar empreendedores sociais que desenvolvam planos de iniciativas auto-sustentáveis. Por isso, os projectos têm o formato de empresas e não de entidades sem fins lucrativos.

Na primeira fase, a competição seleccionou 42 finalistas. Agora, na fase final, o instituto seleccionará os 25 primeiros projectos que conseguirem arrecadar US$ 6.500 em doações. O dinheiro será usado para custear os responsáveis pelo desenvolvimento dos projectos, durante um período de 10 semanas de treino na sede da instituição (Colorado - Estados Unidos), com profissionais e especialistas na área de negócios. As doações começaram dia 25 de Janeiro e poderão ser feitas até ao dia 15 de Março.

“Para a competição, montámos um plano de negócios para abrir uma empresa e produzir o identificador a baixo custo”, conta Gil. Os investigadores pretendem alcançar um custo por aparelho por volta de R$100,00 a R$200,00. Gil ressalta que existem aparelhos semelhantes no mercado, mas são vendidos no Brasil por cerca de R$1.200,00.

Funcionamento:

O aparelho consiste numa caixa que faz a leitura óptica do objecto e identifica as três cores básicas: azul, verde e vermelho, por meio de três sensores, um para cada cor. Baseado nestes componentes, o aparelho identifica a cor que mais se aproxima do objecto analisado, e “diz” o nome da cor.

Identificador de chamadas que reconhece notas de dinheiro e objectos através de leitura óptica

“No caso do dinheiro, as notas do Brasil utilizam cores diferentes. Então, o dispositivo utiliza a cor para identificar as notas. Por exemplo, se o dispositivo lê uma cor vermelha, trata-se de uma nota de 10 reais; o rosa, 5 reais e assim por diante”, explica o engenheiro, “não conseguimos ainda diferenciar com segurança as notas de 2 e 100 reais, ainda são necessários alguns ajustes”, completa.

O protótipo precisa ser conectado a um computador, que processa os dados através de um software. “A nossa ideia é introduzir o software dentro do dispositivo e torná-lo autónomo, ou seja, que processe os dados sem se ter que utilizar um computador”, explica Gil.

O público-alvo são deficientes visuais, tanto os totalmente cegos quanto os daltónicos, principalmente aqueles com baixa visão. “Para baixar os custos do aparelho, vamos utilizar uma electrónica mais simplificada, com componentes disponíveis no mercado, além de uma arquitectura aberta de software livre. Queremos que o Auire possa ser reproduzido por quem possui os componentes e alguns conhecimentos de electrónica”.

De: (Envolverde/Agencia USP)

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