Para o bebé a brincadeira é fundamental para descobrir o que o rodeia e os que o rodeiam. A mãe sorri, fala com ele e este responde ao jogo da mesma forma. Antes de começar a falar já percebeu “onde está o nariz, onde estão os olhinhos, onde está a boca?”, através do jogo com os pais.
Ou seja, a brincadeira é fundamental para as crianças, sendo que é através dela que desenvolvem funções cognitivas e motoras.
É através da brincadeira que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento (aprende a seguir as regras de um jogo, a fazer puzzles), desenvolve músculos (ao cortar com uma tesoura) e músculos ainda mais exigentes (ao trepar, ao saltar), que desenvolve a sua criatividade e imaginação ( ao criar histórias) e mesmo as suas capacidades sociais (assume papéis diferentes durante a brincadeira).
É através do brincar que a criança exprime muitas das suas emoções. Uma observação mais cuidada permite vê-la passar da agressividade ao carinho, da tristeza à alegria. À medida que vai brincando vai resolvendo problemas, questões que ela própria levanta neste processo. É assim que ela lida com experiências passadas, presentes e aprende igualmente a lidar com situações futuras.
É igualmente no brincar que se criam laços, com as outras crianças e com os adultos (pais, avós, amigos), que se aprende a estabelecer e a respeitar limites. Dito assim, afinal brincar parece ser muito mais importante do que aparenta ser. E é, de facto.
Há quem atribua ao brincar da criança o mesmo significado que trabalhar. Porque é isso mesmo, a criança desenvolve muito trabalho em todo este seu brincar.
A brincadeira é tão importante para a criança que foi reconhecida com um direito seu pela Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.
Por isso, e apesar de saber as limitações que muitos pais têm durante a semana para acompanhar os filhos nas suas brincadeiras durante a semana, aproveite os fins de semana da melhor forma e vá para espaços abertos onde eles podem correr, pular, trepar, actividades que vão ajudar a estabelecer as ligações neuronais e com isso excelentes capacidades a nível cerebral.
Deixe-se contagiar pelas brincadeiras deles e envolva-se, recue à sua meninice e lembre-se como era feliz quando brincava com os amigos da sua idade, as memórias que ainda tem desses momentos e dê aos seus filhos a hipótese de poderem também eles criar as suas. Não os sente em frente da televisão, do computador, do jogo. Mas, dê o exemplo, e brinque com eles.
Por: Zélia Parijs
In: Em Letra Miúda
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