"A escrita, (…), não é uma competência que a criança aprende como se fosse uma aquisição totalmente nova e a ela estranha; ela é o resultado de variadas aprendizagens efectuadas anteriormente em diferentes áreas, aparentemente não relacionadas com a própria escrita. Trata-se de aprendizagens ligadas ao espaço e ao tempo, vivido e conhecido; trata-se de experiências corporais e de exercícios específicos de coordenação geral e fina; trata-se, ainda do esquema corporal e da lateralidade, enfim, de experiências objectais bem investidas, com as relativas aprendizagens sob o plano perceptivo-motor e representativo.
Não se deve, porém, esquecer o papel basilar de uma vida afectiva equilibrada dentro de relações positivas com o ambiente.
Neste sentido, uma perturbação da escrita deve ser vista muito mais como o indicador de dificuldades presentes a níveis subjacentes, que correspondem a funções psicomotoras específicas e a estágios evolutivos anteriores. Por isso, a intervenção não deve recai sobre a execução formal e repetitiva da escrita, mas deve se dar a través das experiências psicomotoras, gerais e específicas, vividas, agidas e trazidas à consciência; é isso que pode ser feito através da psicomotricidade. "
in: Pg 60 e 61 de
Boscaini, F. (1998). Psicomotricidade e grafismo. Da grafomotricidade à escrita.
Rio de Janeiro: Sete Letras.
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