Era uma vez uma escola que tinha uma daquelas estruturas a que chamam Unidade de Ensino Estruturado, modelo bastante difundido e que carece, do meu ponto de vista, de uma avaliação externa e cuidada.
Era uma vez um menino que frequentava essa Unidade e que quando se deslocava para a sala de ensino regular, em nome da inclusão, era acompanhado por uma professora da Unidade.
Na sala do ensino regular o menino realizava, em nome da inclusão, as actividades estruturadas que levava da Unidade Ensino Estruturado, claro.
Acontece que o menino estava mais interessado nas actividades que os colegas realizavam e no que Professora do ensino regular dizia. Aliás, esse menino tem capacidades e competências para realizar muitas dessas actividades.
A Professora da Unidade de Ensino Estruturado insistia para que o menino realizasse a actividade estruturada que tinha trazido da Unidade de Ensino Estruturado.
O menino, cansado e impaciente solta um assertivo, "Cala-te, quero ouvir a Professora".
Esta história não belisca o trabalho de qualidade que é feito em muitas comunidades educativas mas ilustra a latitude de práticas e entendimentos que comprometem a qualidade do que é feito. É necessária, muitas vezes afirmo, a existência de dispositivos de regulação e supervisão que contribuam para apoiar o s docentes e técnicos.
Resta acrescentar que tudo, tudo é feito em nome da inclusão, seja lá isso o que for.
Texto de Zé Morgado
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