A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai liderar um projecto de investigação junto de hospitais e centros de saúde da Região Norte do país, com o objectivo de analisar a prevalência de problemas desenvolvimentais e de saúde mental em crianças até aos 18 meses de idade.
O projecto, intitulado “O papel da interacção genótipo-ambiente ao nível da resiliência e vulnerabilidade para problemas desenvolvimentais e de saúde mental nos primeiros 18 meses de vida”, obteve a classificação de “Excelente” pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e foi financiado com um montante superior a 100 mil euros.
Coordenado por Raquel Costa, docente e investigadora do Departamento de Educação e Psicologia da UTAD, e contando com uma equipa que integra investigadores da Universidade do Minho e da Universidade de Paris Diderot, este trabalho pretende detectar sinais precoces de problemas desenvolvimentais e de saúde mental e analisar o efeito da interacção entre os factores de risco ambientais e factores genéticos.
Segundo a investigadora responsável os problemas de saúde mental das crianças, com grande frequência, estão associados a famílias com múltiplos factores de risco como parentalidade na adolescência, pobreza, monoparentalidade, baixo peso à nascença, psicopatologia parental, dificuldades desenvolvimentais ou abuso de substâncias.
No entanto, face a tais adversidades, algumas crianças mostram-se resilientes (resistentes ao choque), enquanto outras se mostram muito mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas desenvolvimentais e de saúde mental. Factores individuais como as características genéticas podem estar na origem de tais diferenças individuais na susceptibilidade aos factores de risco ambientais.
In: Ciências Hoje
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