"Há muitas ideias sobre o autismo, mas com graus de correcção muito diferentes", explica o pedopsiquiatra Emílio Salgueiro, para evidenciar a importância do colóquio que junta, hoje e amanhã, técnicos, especialistas e pais de crianças autistas, no Centro Cultural Casapiano, em Lisboa.
"Não há qualquer panaceia" para o autismo, nem "um método que dê para tudo", explicou Emílio Salgueiro, coordenador do colóquio, defendendo que a criança deve ser observada por uma equipa de profissionais que decidirá o método mais adequado a cada caso.
"É uma conferência muito a partir da prática, mostrando maneiras de funcionar e apresentando resultados", explicou o pedopsiquiatra Emílio Salgueiro, salientando que "tudo o que se possa fazer para conhecer melhor o autismo e intervir melhor é benéfico".
"A finalidade do tratamento é chegar ao autista e trazê-lo para o contacto com as pessoas", disse o pedopsiquiatra, sublinhando que, seja qual for o método, tem que "respeitar as crianças autistas na sua humanidade".
A psicóloga clínica e psicanalista de origem canadiana Anne Alvarez, reconhecida a nível internacional pelo trabalho que desenvolve com crianças autistas, o especialista Olivier Bonnot, do Serviço de Psiquiatria da Criança e do Adolescente e do Grupo Hospitalar Pitié Salpétiêre, em Paris, e Álvaro de Carvalho, coordenador nacional para a saúde mental, são alguns dos oradores do encontro.
Estão igualmente previstas intervenções da pedopsiquiatra e ex-chefe de serviço do departamento de pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia Maria José Vidal e do psicólogo e psicanalista Manuel Matos, assim como alguns depoimentos de pais de crianças autistas.
Esta reunião "é o primeiro passo público" dado pela 'Casa dos Sonhos', um projecto para intervir junto das famílias de crianças com problemas da área do autismo, uma perturbação global do desenvolvimento que se prolonga por toda a vida e se manifesta através de dificuldades ao nível da interacção social e da comunicação, por alterações do comportamento e pela restrita variedade de interesses.
"Temos ainda muito para aprender" e o colóquio servirá para os pais falarem de métodos que resultaram ou não com os seus filhos e os técnicos divulgarem os graus de satisfação obtidos e os apoios conseguidos para desenvolverem diversos métodos com estas crianças, explicou Emílio Salgueiro.
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