Uma bengala electrónica para ajudar cegos a deslocarem-se na rua ou uma aplicação que permite pedir ajuda por telemóvel sem recurso a voz, são alguns dos projecto desenvolvidos na Universidade de Vila Real para pessoas com necessidades especiais.
Na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) intensifica-se a investigação na área da acessibilidade e da reabilitação. Alguns dos projectos puderam ser vistos numa exposição que ficou patente ao público até dia 3 de Dezembro, no edifício do antigo Governo Civil.
Hugo Paredes, do departamento de Engenharias, apresentou um protótipo de uma bengala electrónica, inserido no projecto Blavigator que pretende ser um "um auxílio barato e fiável para a navegação dos cegos".
Financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia em cerca de 82 mil euros, esta iniciativa junta investigadores de várias entidades.
A bengala possui uma antena, um leitor de identificadores de rádio frequência e uma pequena caixa onde está incorporada toda a electrónica que permite fazer a leitura dos identificadores.
Os identificadores são etiquetas que poderão ser colocadas na via pública ou em edifícios, que transmitem informação à pessoa que leva a bengala.
O projecto integra várias tecnologias, tais como informação georreferenciada, GPS e visão por computador de forma a detectar obstáculos e transmitir essa informação ao utilizador.
Pedir socorro por telemóvel vai ser também mais fácil graças à nova aplicação "SOS Phone", que permite usar serviços de emergência sem recurso à voz e sem necessitar de realizar chamadas telefónicas.
O projecto foi desenvolvido por duas alunas do curso de Engenharia Biomédica e dois professores do Departamento de Engenharias.
O "SOS Phone" é dirigido a surdos e idosos. A aplicação dispensa a comunicação oral ou escrita, bastando seleccionar opções pictográficas que simbolizam os aspectos a relatar. Terminada a comunicação, é enviada para a central de emergência uma mensagem contendo o código correspondente às situações reportadas e as coordenadas de localização do utilizador, de forma a facilitar uma mais rápida assistência.
Francisco Godinho, do Centro de Engenharia de Reabilitação em Tecnologias de Informação e Comunicação (CERTIC), criado na UTAD há 10 anos, referiu que é cada vez mais "evidente" o papel que a tecnologia pode ter na melhoria da qualidade de vida das pessoas com necessidades especiais.
E há cada vez mais soluções. Por exemplo, um guarda-chuva adaptado para pessoas em cadeira de rodas, um comando de televisão adaptado ou um corta-unhas para pessoas com mobilidade reduzida ou até mesmo o MECBraille - Marco Electrónico de Correio Braille, que disponibiliza gratuitamente um serviço de conversão e envio de textos e cartas em Braille.
No sábado, 03 de Dezembro, celebrou-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Em Portugal existem, segundo os Censos 2001, cerca de 2,2 milhões de pessoas idosas e com deficiência.
In: DN online
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