Já começaram a chegar as primeiras mensagens de Natal. Até agora recebi seis e quatro delas faziam referência à “crise”. E diziam: “Apesar da crise…”, “lutando contra a crise”, etc. etc. Gostava de lhes mandar uma mensagem de Natal que não falasse de crise (opsss!... agora é que eu notei que já falei dela mesmo para dizer que dela não falaria…) Mas adiante…
Periodicamente as Nações Unidas publicam um relatório sobre o Desenvolvimento Humano. O deste ano de 2011 publicado no início de Novembro sustenta que as necessidades urgentes e globais de sustentabilidade e de equidade devem ser encaradas conjuntamente. (ver: http://hdr.undp.org/en/reports/global/hdr2011/summary/)
Olhar a equidade como um elemento fundamental do desenvolvimento humano não é novo. O que é nova é a importância, a premência que a equidade tem assumido no panorama mundial. Torna-se cada vez mais claro que a corrida sem freio para o crescimento, para a exploração dos recursos naturais, o enfraquecimento do papel regulador do estado, a perca de protagonismo do “estado social”, etc. etc., são objectivos que facilmente nos conduzirão a um mundo que é em quase tudo, oposto ao que nós consideramos justiça e decência. Por isso toma tanta relevância, ao lado do desenvolvimento e da sustentabilidade, a equidade. A equidade lembra-nos que quando alguém nasce tem o direito a ter uma efectiva igualdade de oportunidades com todas as outras crianças para poder ser útil e ser feliz.
A pergunta que se nos é colocada em Educação (e em Educação Especial e Inclusiva talvez com maior pertinência) é: como poderemos proporcionar uma verdadeira igualdade de oportunidades a todas as crianças. Talvez por três meios: a) criando caminhos diferentes para educar em comum, b) saber que pode haver excelência educativa mesmo para alunos com condições de deficiência ou grandes dificuldades na aprendizagem, e c) saber descobrir em cada aluno qual o património comum que ele pode compartilhar com a classe, com a escola e com a comunidade.
Em 2012 fazemos votos para que possamos actuar na nossa profissão face aos valores deste triângulo conceptual: desenvolvimento, sustentabilidade e equidade. E, em nome da Direcção da ANDEE, desejo que este triângulo se consume em cada um de nós: que nos desenvolvamos como profissionais, que saibamos reter o que já aprendemos e que saibamos criar as oportunidades para que a nossa sociedade tão paradoxal não afaste ainda para mais longe da justiça. E tudo sem crise!
Bom Natal e um 2012 com desenvolvimento, sustentabilidade e equidade!
David Rodrigues
Presidente da Pró-Inclusão – ANDEE
Deseja-lhe Festas Felizes e um Novo Ano com Paz, Saúde e Prosperidade
In: Newsletter Dezembro de 2011 (1ª Quinzena)
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