Selmiro Carvalho, residente em Alfena, Valongo, desloca-se numa cadeira de rodas há quase 13 anos, período no qual teve sempre grande dificuldade em percorrer as ruas da cidade, devido à falta de acessibilidades nos passeios e passadeiras. A junta de freguesia já gastou milhares de euros para construir rampas em várias ruas.
O homem de 39 anos é tetraplégico e vive no Centro Social e Paroquial de Alfena. Conhecedor das estradas da cidade, quando quer passear nas imediações do centro social tem de fazer sempre um trajecto alternativo. O motivo, refere, é o facto de não ter rampas nalguns passeios ou de elas existirem em locais onde não há passadeiras.
Confrontado com esta situação, o presidente da Junta de Freguesia de Alfena, responsável pelas obras nas ruas da cidade, revelou que está em curso uma reconversão das artérias. "Já refizemos os passeios que estavam velhos onde ninguém conseguia passar. Agora iremos fazer novas obras onde temos sempre essa preocupação de fazer rampas", disse Rogério Palhau. Já foram gastos, até agora, 15 mil euros e vão ser investidos mais 18 mil euros.
"A MINHA CASA TORNOU-SE PEQUENA"
A vida de Selmiro mudou a 15 de Agosto de 1997. "Estava a trabalhar no Algarve e passei o feriado em Albufeira com amigos. Depois do jantar quis ir embora. Conduzi a mota e o meu amigo ia atrás", recordou. Uma carrinha colidiu na traseira da mota. Selmiro foi projectado para os railes, partiu a cervical e ficou tetraplégico. O amigo teve morte imediata.
Na altura, com 26 anos, esteve uma semana em coma, foi operado e passou quase dois anos no hospital. Quando recuperou, voltou para casa. "A minha casa tornou-se pequena. Passei a viver com a minha mãe, de 72 anos, no centro de Valongo, mas a Segurança Social viu que tinha poucas condições", conta.
Em 2006, foi viver para o Centro Social e Paroquial de Alfena, onde se candidatou ao programa da Associação Salvador. "Tinha uma cadeira eléctrica, dada pelo hospital, mas era muito pequena. No ano passado, recebi uma cadeira nova e um portátil porque estou a pensar acabar a escolaridade obrigatória e é-me difícil escrever à mão", disse Selmiro.
Apesar de ter uma cadeira nova, continua com dificuldades em movimentar-se. "Uma saída para nós torna-se, por vezes, num tormento", desabafou.
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In: Correio da Manhã
Continua o estado preocupado com aqueles que têm tanta saúde e não querem trabalhar. Quando é que vão olhar para quem precisa realmente de ajuda? São estas pessoas que precisam de se manifestar...
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