O iodo é um nutriente essencial para a saúde humana. Ingerimo-lo através da dieta e a glândula tiroide retira-o do sangue para, a partir dele, sintetizar hormonas indispensáveis à regulação de inúmeros e importantes processos metabólicos que incluem o crescimento ou a manutenção da temperatura corporal, entre muitos outros.
Tal como acontece com outros nutrientes, quer a deficiência quer o excesso de iodo podem trazer problemas para a saúde uma vez que o organismo tem concentrações específicas de cada um deles.
A ingestão excessiva deste elemento pode causar hipotiroidismo ou tiroidite de Hashimoto (doença autoimune). Apesar da sua importância, o iodo é um oligoelemento, o que significa que é necessário mas em ínfimas doses.
A ingestão deficitária de iodo pode, pelo contrário, conduzir a uma deficiência orgânica neste nutriente o que poderá condicionar o aparecimento de bócio, crescimento anormal da glândula tiroide, e a uma diminuição da produção das hormonas tiroideias, resultando no seu deficiente funcionamento. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de mil milhões de pessoas no mundo têm carência de iodo no organismo e destas, cerca de 50 milhões sofrem de problemas cerebrais resultantes dessa deficiência. Há certas regiões no país consideradas pobres em iodo onde o uso de sal de cozinha iodado pode prevenir o problema. Também o hipotiroidismo, doença caracterizada por uma diminuição da função da tiroide, pode ser provocado por uma baixa ingestão de iodo.
Excetuando-se o caso das grávidas em que é desejável um complemento suplementar de vitaminas e minerais para evitar eventuais carências, uma alimentação rica e variada onde se inclua ovos, peixe, moluscos ou mariscos e legumes e frutas como cebola, agrião, alho-francês, nabo, ameixas ou ananás, garantirá uma ingestão adequada deste nutriente. A insuficiente ingestão de iodo pela mulher grávida pode desencadear aborto, ser responsável por deficiências mentais no bebé ou prejudicar uma aprendizagem normal nas crianças. No caso específico das grávidas, uma alimentação equilibrada e variada, associada à suplementação habitual com polivitamínicos e minerais antes e durante a gravidez, garantirá o aporte suficiente deste elemento.
As doenças da tiroide são muitas vezes subvalorizadas, até porque é comum os seus sintomas serem débeis e por vezes confundidos com outras situações como a depressão, por exemplo. Podem originar ainda outros sintomas como cansaço, aumento de peso ligeiro, intolerância ao frio, cãibras, transpiração excessiva ou irritabilidade, entre outros. Mas em muitos casos podem corrigir-se com um complemento adequado de iodo e por isso, mais uma vez, chamo a atenção para a necessidade de se fazer uma dieta nutricionalmente equilibrada. Os alimentos fornecem uma enorme variedade de nutrientes com diferentes funções: uns fornecem energia e outros têm apenas uma função reguladora; uns são necessários em grande quantidade (gramas) outros, em pequenas ou, tal como o iodo, em pequeníssimas (microgramas) quantidades, mas todos desempenham papéis específicos no organismo, na saúde e no bem-estar.
Uma alimentação baseada na Roda dos Alimentos garantirá, na maioria das situações, a ingestão adequada de nutrientes, sem necessidade do recurso a suplementos alimentares que, se usados indevidamente, também poderão trazer problemas para a saúde.
Por: Paula Veloso
In: Educare