Cientistas alemães usaram uma técnica de cirurgia minimamente invasiva para evitar o desenvolvimento da espinha bífida. Através de três pequenas perfurações na barriga da mãe, é possível travar este grave defeito congénito no sistema nervoso criado pela acumulação de água no cérebro.
Esta técnica foi desenvolvida pelo médico alemão Thomas Kohl, na Alemanha, e está em fase final de melhoramento. Apesar de já terem sido realizadas 70 operações que revelaram bons resultados, os investigadores pretendem que a intervenção seja lançada a uma escala global com todas as garantias de sucesso.
A espinha bífida é um dos defeitos mais comuns da espinal medula e surge em bebés recém-nascidos por todo o mundo, verificando-se a incidência de um caso em cada mil nascimentos. Além da elevada mortalidade associada à doença, a espinha bífida dá origem a outros problemas graves como atrofia muscular.
Até hoje, o único tratamento para combater a doença consiste em fechar a lesão da medula espinal 48 horas após o parto, procedimento que não garante 100 por cento de sucesso e nem sempre evita a lesão nos nervos e o surgimento de outros problemas associados. Esta intervenção implica, também, um corte de 7 cm a 10 cm na barriga e no útero da mãe.
A médica responsável pela cirurgia do bebé brasileiro explicou ao Folha de S. Paulo que, devido à cicatriz que deixa, a cirurgia aberta traz riscos de ruptura do útero durante a gestação em curso e nas seguintes.
O novo tratamento consiste numa operação feita com três pequenos "furos" na barriga da mãe (artroscopia), por onde entraram os instrumentos cirúrgicos e a câmera de vídeo que conduz os médicos.
Os estudos demostraram que esta intervenção na fase fetal tem várias vantagens, como por exemplo o facto de reduzir para metade os riscos de hidrocefalia, diminuir a taxa de mortalidade do bebé e garantir um bom desenvolvimento muscular.
O jornal brasileiro Folha de São Paulo acompanhou, este mês, a primeira intervenção à espinal medula sem cortes num bebé brasileiro. O feto foi operado há cerca de duas semanas e apresenta níveis estáveis de desenvolvimento.
"Ele pula sem parar aqui dentro. Nem parece que passou por uma cirurgia", disse a futura mãe, Oladiane Werner, ao jornal brasileiro. Até ao parto, que acontece dentro de dois meses, a mãe tem de manter o repouso total para garantir a segurança do bebé.
In: Boas Notícias
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