Esta quinta-feira, 12 de fevereiro, a Autoridade de Saúde, órgão respeitado e independente, reconhece oficialmente pela primeira vez a existência de TDAH (Transtorno do Défice de Atenção e Hiperatividade), mais comummente conhecido como hiperatividade.
Neste sentido, publica um conjunto de recomendações e ferramentas de triagem para médicos, profissionais de saúde, professores para melhor identificar e apoiar as crianças com esta patologia.
Uma desordem em grande parte não reconhecida até mesmo entre os médicos
"Os profissionais de saúde têm pouca ou nenhuma formação nesta desordem, e têm constantemente muitas dificuldades em responder às perguntas das famílias, prestar um apoio à criança e orientá-la para os cuidados adequados", constata a Autoridade de Saúde.
Este reconhecimento oficial e recomendações postas à disposição dos profissionais constituem um passo importante para as famílias, até aqui forçadas a navegar entre as instituições e os profissionais de opiniões por vezes diametralmente opostas. Nathalie, um quadro parisiense, reconta por exemplo:
"Quando anunciei a psicóloga da escola que a minha filha tinha sido diagnosticada hiperativa, ela disse, "mas isso não existe".
Em direção ao fim da da polémica entre psiquiatras
Na verdade, o TDAH (Transtorno do Défice de Atenção e Hiperatividade), amplamente reconhecido internacionalmente, é objeto de controvérsia entre os médicos em França. Para a maioria dos psiquiatras franceses, cuja formação ainda se baseia na psicanálise, as dificuldades de crianças hiperativas expressariam apenas um conflito interior para o qual se deve procurar a causa, família pobre, relação parental difícil, etc, unicamente através de terapias.
Face a eles, um punhado de praticantes, exercendo na maior parte nos centros hospitalares designados "especialistas" reconhecem TDAH como tal. Ao fim de dois anos de trabalho e de consulta, a Autoridade de Saúde chega a um acordo entre os especialistas sobre a existência específica desta desordem neurodesenvolvimental. Uma primeira.
O que é o TDAH?
Esta desordem que segundo as estimativas, afeta 2% a 5% de crianças, em graus de gravidade variada, é caracterizada por uma série de três grupos de sintomas associados com diferentes graus:
Défice de atenção: a incapacidade de completar uma tarefa, esquecimentos frequentes, grande distração, recusa ou evitação de tarefas que requerem atenção sustentada;
A hiperatividade motora: agitação incessante, incapacidade de permanecer no lugar (especialmente nas escolas) e atividade desorganizado e ineficaz;
Impulsividade: dificuldade de esperar, necessidade de agir, tendência a interromper as atividades dos outros.Nas suas formas graves, dificulta seriamente a vida familiar, social e ou escolar da criança.
Melhorar o despiste
Apesar das discussões observadas em França, a Autoridade de Saúde atesta que "o TDAH é uma doença crónica que pode persistir na vida adulta." A experiência clínica e estudos recentes posicionam-no como um diagnóstico dimensional. Por outras palavras, a sua intensidade pode ser altamente variável de um indivíduo para outro.
"Os profissionais de saúde têm pouca ou nenhuma formação nesta desordem, muitas vezes têm dificuldade em responder às perguntas das famílias, prestar um apoio à criança e para a criança e orientá-la para os cuidados adequados. "
A Autoridade de Saúde recomenda o seu despiste o mais precocemente possível, porque quando as crianças não são diagnosticadas, os estudos constatam "um agravamento das consequências psicológicas, educacionais e sociais nas crianças com um risco a longo prazo dos efeitos deletérios na vida futura (dificuldades nas áreas de emprego e trabalho, desintegração social, comportamento viciante) ".
O medicamento deve ser reservado para os casos mais graves e associado às terapias
A Autoridade de Saúde determina que o tratamento de metilfenidato, uma molécula psicoestimulante, classificada de estupefaciente, deve ser reservado às crianças a quem o TDAH causa impacto muito forte. A primeiro prescrição deve ser feita apenas no hospital, num quadro muito controlado. O apoio das crianças deve combinar tratamento, psicoterapia e reeducação.
Véronique Radier
Fonte: L'OBS via FB
Nota: Tradução pelo editor do blog (Incluso)
In: Incluso
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