Decorreu no passado dia 24 de Maio, a partilha denominada “Um gesto pela diferença”, iniciativa dos alunos do 12.º B da Escola Secundária Padre Alberto Neto em Queluz, no âmbito da área de projecto.
Como convidada para esta partilha esteve a Presidente da APSA, Piedade Coelho. Esta, apresentou a associação e as suas iniciativas. As características desta síndrome. Estratégias a serem utilizadas na intervenção e o seu próprio testemunho enquanto mãe.
Sabendo que as características desta problemática se prendem em primeira instância com o comprometimento ao nível do comportamento social; interesses limitados; comportamentos rotineiros; peculiaridade do discurso e da linguagem; perturbação na comunicação não verbal e descoordenação motora é importante a educação de atitudes sociais/treino de competências sociais acompanhadas sempre de regras, muita tolerância e persistência, antecedendo rotinas dando ordens claras e simples. Não menos importante respeitar e identificar sinais de stress, bem como aproveitar as áreas de interesse proporcionando hábitos de progressiva autonomia social.
Porque ainda existe um caminho a percorrer na transição para a vida activa e no implemento do emprego protegido esta associação tem o projecto Casa Grande, local que se destina a oferecer um espaço de formação e de emprego temporário favorecendo a construção de uma vida futura com maior autonomia.
Nesta partilha, como em qualquer outra neste âmbito, a ideia é de fomentar o conhecimento desta e outras problemáticas, fazendo da individualidade uma mais valia, percepcionando que a condição de se ser ou estar vulnerável é um momento que difere da inclusão ou não, no contexto social.
Possibilitando tornar o mundo melhor, porque de facto como foi referido, a problemática não está na cara mas existe, é fundamental olharmos o outro isentos de definições e de concepções contaminadas, sendo conhecedores da realidade e aceitando que cada um é importante na sua diversidade.
Só fomentando partilhas como estas se poderá construir um projecto de cidadania e acreditar num mundo mais inclusivo com recursos e intervenções diferentes para bem de todos e de cada um.
Não posso deixar de agradecer a partilha, em primeiro lugar ao Pedro Filipe com quem me cruzei e me proporcionou estar presente. O agradecimento estende-se, obviamente, aos restantes alunos envolvidos: Adriana Cunha; Filipa Costa, Gonçalo Filipe e Miguel Esteves bem como a todos aqueles que de certa forma encorajaram e apoiaram estes alunos no sentido de que estas partilhas são um caminho necessário para que a sociedade encare a temática da diferença como uma realidade e reveja nos jovens alunos a preocupação na inclusão de todos.
Fernando Pessoa dizia que:
“ O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.
São inevitavelmente momentos inesquecíveis como estes de partilha e reflexão que fazem a diferença para que cada vez surjam menos barreiras, numa sociedade que deverá ser de verdadeira oportunidade de igualdade para todos.
Iniciativas como estas são de louvar e de repetir, porque constituem uma fonte de aprendizagem e de esclarecimento necessário para que a sociedade encare a temática da diferença com a naturalidade, normalidade e respeito que lhe é devido, aceitando e incluindo de forma efectiva e de plenos direitos.
Agradeço, como não poderia deixar de ser, também a Piedade Monteiro o seu relato que em nome próprio testemunhou. São os pais que melhor nos ensinam que todos sem excepção têm direito a viver a vida na sua plenitude.
Por: EC
In: Pontos de Vista
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