A Fenprof e duas associações representativas de pessoas com deficiência reuniram-se hoje com o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), a quem apresentaram preocupações e pediram políticas mais inclusivas para os alunos da educação especial.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof), a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) e a Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD) reuniram-se com o presidente do CNE, David Justino, um encontro que esperam que "produza efeitos".
"A melhor promessa foi a da elaboração de um debate sobre a educação especial, que se se concretizar será um passo importante. Faz falta um debate aprofundado sobre a educação especial para se sinalizarem os problemas, e, na prática, tentar resolvê-los. Essa é a principal conclusão que tiramos daqui", disse à Lusa a presidente da APD, Ana Sesudo, e que falou em nome das instituições que hoje foram recebidas.
A responsável associativa revelou a expetativa de que a reunião possa ter servido para "de alguma forma influenciar o que têm sido as políticas relativamente à educação especial" e que o que levaram a David Justino foram as preocupações com "os constantes atropelos e violações" à lei verificados este ano letivo.
Por exemplo, enumerou Ana Sesudo, há turmas mal constituídas, com mais alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) do que é permitido por lei, e faltam professores, assim como técnicos e auxiliares.
"A criação de mega agrupamentos faz com que os alunos sejam retirados da sua área de residência para poderem frequentar o ensino, e portanto aquilo que provoca é uma segregação de alunos com Necessidades Educativas Especiais", acrescentou.
Para Ana Sesudo "está em causa uma questão de direitos".
"Aquilo que se tem que garantir aos nossos jovens é que todos tenham direito à mesma educação, ao ensino público, para que possam contribuir para o desenvolvimento da sociedade e do país", defendeu.
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