O pensador russo Vygotsky afirmou em seus trabalhos publicados que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em consequência da interação social e condição de vida. Se levarmos em conta esse pensamento é fácil concordar que a criança precisa estar exposta em um ambiente favorável ao aprendizado e ao desenvolvimento do intelecto.
Por que um direito natural, inerente à condição do aprendizado, ainda não encontra o espaço suficiente no contexto atual?
A luta pelos direitos dos alunos de necessidades educativas especiais (NEE) assume a importância de buscar o que a lei naturalmente devia garantir. Ninguém pode tirar o direito à educação e à convivência, e a escola certamente assume uma grande parcela do aprendizado e da prática da socialização de cada indivíduo dentro deste parâmetro.
As diferenças de cor, sexo, idade, junto com as diferenças de aptidões e capacidades físicas e intelectuais existentes quando trabalhadas no grupo é que a criança vai construir sua identidade e aceitar com mais naturalidade as diferenças.
É na troca de repertórios que a criança encontra a possibilidade de aprender no dia a dia real, e não daquilo que é dito para ela como verdade. A interação com outros estudantes, o reconhecimento de outras realidades, as comparações e as vivências a partir de um núcleo comum é que vai ser responsável pelo maior alcance do conhecimento.
É esse direito que nenhuma criança pode deixar de tê-lo. Quando há a luta pela inclusão educacional nas escolas, é para afirmar que os alunos que necessitam educação especial devem ser positivamente inseridos no contexto de vivência real, ou seja, o ambiente da escola deve representar, com a maior fidelidade possível, a diversidade dos indivíduos que compõem a sociedade.
Oferecer o que há para esse estudantes o mesmo que é oferecido para os ditos “normais”, como curso de inglês, atividades esportivas, atividades de leitura, iniciação musical, entre outras atividades que aumentam o desenvolvimento do aluno e sua percepção do mundo. Sendo assim, ter um futuro palpável e ter possibilidades claras de cursar uma faculdade em um curso que possa aproveitar suas aptidões.
Não há como negar a importância dessa tarefa de inclusão, o isolacionismo não tem aqui nenhuma dado satisfatório, ao contrário, somente de exclusão. A dificuldade gerada pela falta de estrutura e de simplesmente a não aceitação por parte de escola, gera diretamente a situação de constragimento para uma criança que não tem a possibilidade de estar em uma escola com alunos de sua idade, para usufuir da socialização adequada ao seu grau escolar.
O incetivo dos governos locais no ensino que abra as portas para os inúmeros alunos que se encaixam nesse quadro, certamente serve para evitar que o desenvolvimento dessas crianças fique estacionado, sem um direcionamento correto, com profissionais preparados em um ambiente adequado.
Os manifestos e as organizações de pais e profissionais que lutam por essa questão é um ponto de exclamação em uma realidade que precisa sofrer mudanças e assegurar o direito ao ser humano.
Nota: O texto foi colocado na íntegra como enviado pela autora.
Por: Roberta Leite
Recebido por e-mail
Sem comentários:
Enviar um comentário