A cafeína pode vir a tratar as doenças do humor, nomeadamente depressões, um dos mais graves problemas de saúde das sociedades actuais, que afecta uma em cada quatro pessoas.
Um grupo de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra afirma ter aberto uma nova linha de investigação centrada nas doenças do humor, na sequência dos seus estudos com café para tratamento de doenças do cérebro.
Uma área na qual surgiram resultados muito consistentes foi a memória, designadamente na doença de Alzheimer, em que estudos epidemiológicos e em modelos animais evidenciaram que a ingestão de doses moderadas e continuadas de café diminuíam a sua incidência.
Mais recentemente, a equipa coordenada por Rodrigo Cunha, da Faculdade de Medicina de Coimbra, estendeu esse conceito “para uma área que em larga medida está desprovida de terapêutica eficaz, que são situações de modificação de humor, nomeadamente a depressão”.
“Fizemos estudos em animais para estabelecer um modelo de depressão por imposição de situações de stress crónico e foi com surpresa que observámos que os animais que consomem cafeína parecem tolerar de modo muito mais eficaz estas modificações de humor”, revelou à Lusa.
Os investigadores julgam ter descoberto o alvo molecular onde actua a cafeína - o receptor A2A para a adenosina - e neste estudo para as doenças do humor constataram “que existe uma correlação com o que se passa no homem”.
“Alguns estudos iniciais mostraram que populações de risco, como as enfermeiras dos serviços de urgência, toleram muito melhor ao longo do tempo situações de stress repetido quando consomem café de forma regular em doses toleráveis e normais do que profissionais com funções semelhantes, mas que não tomam café regularmente”, sublinhou.
Segundo Rodrigo Cunha, além dos testes psicológicos, é possível verificar estes resultados em “testes biológicos com os níveis de cortisol, que confirmam esta impressão, de que há um benefício em termos de controlo de humor associado à toma regular de doses moderadas de cafeína”.
Se para um consumidor ocasional o café actua como um excitante, para quem o ingere de forma contínua e moderada, “depois do pico inicial de excitante, acaba por actuar como um normalizador de funcionamento do sistema nervoso central em particular”, explicou Rodrigo Cunha.
A investigação focada nas doenças do humor começou há um ano e meio e neste momento a equipa tem concluído um estudo do primeiro modelo animal que submeteu para publicação, para ser dado a conhecer à comunidade científica.
Estou a precisar. Passa-me a cafeteira por favor!!! É caso para dizer: viva o café!!!
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