Os pais dos alunos que frequentam a unidade de autismo de Forjães, do Agrupamento de Escolas das Marinhas, Esposende, contestaram hoje, à porta da escola, as alterações ao funcionamento deste apoio após o final do ano letivo.
Em causa, explicou o porta-voz dos pais, está a situação dos seis alunos que frequentam aquela unidade, na Escola Básica Integrada (EBI) de Forjães, oriundos de Viana do Castelo e de Esposende. Até há dois anos, o prolongamento destas atividades, que ocupavam as crianças entre 09:00 e as 17:00, após o final do ano letivo, era garantido durante todo o mês de julho, com os mesmos professores.
Segundo Marco Reis, este funcionamento tem vindo a ser alterado e agora, num "recado" deixado esta quarta-feira "na mochila" das crianças, a direção daquele agrupamento comunicou que, este ano, esse prolongamento só será assegurado, a partir da próxima semana, até 05 de julho, e das 09:00 às 12:30, e "sem direito a transporte ou refeições", como acontecia até agora.
"Ou seja, de julho a setembro, os pais que ainda têm a sorte de trabalhar vão ter de se despedir para ficarem com as crianças. O problema é que não é qualquer pessoa ou instituição que pode ou quer ficar a tomar conta destas crianças autistas. Mas a situação, pelo que sabemos, é igual noutras unidades multideficiência", explicou Marco Reis.
Os pais destas crianças, que têm entre 8 e 10 anos, queixam-se ainda de terem sido avisados destas alterações dois dias antes do final do ano letivo, tendo o protesto de hoje acontecido precisamente durante a festa de fim de aulas, realizada na escola de Forjães.
A agência Lusa tentou obter esclarecimentos sobre a situação junto do Agrupamento de Escolas das Marinhas, mas a diretora escusou-se a prestar declarações sobre o assunto.
Na informação enviada aos pais e encarregados de educação, e divulgada hoje publicamente, o agrupamento esclarece que nesta situação - que entra em vigor já partir do dia 17 de junho -, estão mais cinco Unidades de Apoio Especializado à Multideficiência (UAEM), que passam a funcionar apenas no período da manhã. Outras duas só vão funcionar entre as 13:30 e as 17:00.
"O Estado até deixa de assegurar o transporte para a unidade, que é a única que temos aqui perto. E ressalvo que alguns alunos estão deslocados de casa mais de 30 quilómetros. Isto é uma situação gravíssima", afirmou, por seu turno, o porta-voz dos pais, Marco Reis.
Estes já pediram uma reunião "urgente" à Direção Regional de Educação do Norte, tendo em conta a indefinição sobre o apoio que era dado a estas crianças após o final do período letivo regular, que acontece já esta semana.
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