O coordenador da unidade de pedopsiquiatria do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, onde são acompanhados mil doentes por ano, considera que “hoje as crianças têm mais comportamentos agressivos e reflectem o ambiente de crise vivido pelas famílias”.
Em entrevista à agência Lusa, Pedro Pires afirmou que a unidade, criada em 2003, tem recebido mais doentes nos últimos anos e assistido a algumas alterações dos casos que ali chegam.
Hoje, explicou, “esbateu-se um pouco o pico que havia nos seis, sete anos - a coincidir com a entrada na escola primária - e temos muito mais casos na adolescência e na pré-adolescência, pelos dez, 11 anos - a coincidir com a entrada no 5.º ano”.
Para além disso, acrescentou, “existia há uns anos um equilíbrio entre dois tipos de sintomas: internalização - ou depressão - e os sintomas mais agidos - ou violentos. Hoje os últimos aumentaram substancialmente, as crianças têm mais comportamentos agressivos”.
O médico diz que este aumento pode dever-se sobretudo a dois factores: a questão laboral dos pais e a questão da figura masculina.
No primeiro caso, disse, “assistimos a situações em que as crianças ficam desprotegidas porque os pais trabalham muitas vezes longe, com horários alargados, e elas passam muito pouco tempo com eles; passam muito tempo em várias estruturas: na escola, no ATL, em amas”.
Ou, acrescentou, “há desemprego na família, um factor de desequilíbrio no núcleo familiar e por isso um factor de risco muito importante na psicopatologia das crianças”.
Para além disso, disse ainda, “há cada vez mais casos de famílias onde se verifica a ausência da figura masculina - a que impõe limites, regras - quer porque a figura paterna ou não está presente ou está presente com um papel pouco activo na vida da criança ou do adolescente”.
Isto, explicou, “tem um impacto muito grande, sobretudo nos rapazes, que são o doente tipo do nosso serviço: rapaz, cerca de dez anos, alterações de comportamento, e parte de uma família disfuncional”.
50 por cento das crianças e adolescentes que procuram este serviço pertencem a uma família nuclear - pai, mãe e mais do que um filho -, 57 por cento são da classe média e 28 por cento da classe média baixa.
In: Publico online
Hoje, explicou, “esbateu-se um pouco o pico que havia nos seis, sete anos - a coincidir com a entrada na escola primária - e temos muito mais casos na adolescência e na pré-adolescência, pelos dez, 11 anos - a coincidir com a entrada no 5.º ano”.
Para além disso, acrescentou, “existia há uns anos um equilíbrio entre dois tipos de sintomas: internalização - ou depressão - e os sintomas mais agidos - ou violentos. Hoje os últimos aumentaram substancialmente, as crianças têm mais comportamentos agressivos”.
O médico diz que este aumento pode dever-se sobretudo a dois factores: a questão laboral dos pais e a questão da figura masculina.
No primeiro caso, disse, “assistimos a situações em que as crianças ficam desprotegidas porque os pais trabalham muitas vezes longe, com horários alargados, e elas passam muito pouco tempo com eles; passam muito tempo em várias estruturas: na escola, no ATL, em amas”.
Ou, acrescentou, “há desemprego na família, um factor de desequilíbrio no núcleo familiar e por isso um factor de risco muito importante na psicopatologia das crianças”.
Para além disso, disse ainda, “há cada vez mais casos de famílias onde se verifica a ausência da figura masculina - a que impõe limites, regras - quer porque a figura paterna ou não está presente ou está presente com um papel pouco activo na vida da criança ou do adolescente”.
Isto, explicou, “tem um impacto muito grande, sobretudo nos rapazes, que são o doente tipo do nosso serviço: rapaz, cerca de dez anos, alterações de comportamento, e parte de uma família disfuncional”.
50 por cento das crianças e adolescentes que procuram este serviço pertencem a uma família nuclear - pai, mãe e mais do que um filho -, 57 por cento são da classe média e 28 por cento da classe média baixa.
In: Publico online
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