Para que os comportamentos impulsivos possam ser associados à hiperactividade é preciso que se manifestem nos vários meios em que a criança se move – em casa e na escola.
Assim, a uma criança que se mostre demasiado irrequieta, distraída e faladora nas aulas, mas que consiga relacionar-se normalmente em casa e noutras situações, não se pode diagnosticar uma perturbação por défice de atenção e hiperactividade.
Além da própria criança, pais e professores são os mais afectados e, a prazo, a própria sociedade. Para os pequenos “pestinhas”, o maior impacto da hiperactividade é o facto de, frequentemente, serem rejeitados pelos colegas. Associadas às dificuldades escolares, as de relacionamento social podem ter consequências graves, havendo estudos que mostram uma elevada incidência de acidentes com este grupo de crianças.
Os comportamentos anti-sociais podem, com a idade, levá-las a abusar de drogas ou a desenvolver manifestações de agressividade e violência. Para a família, a hiperactividade caminha a par da impotência, do desânimo.
Os pais sentem-se perdidos, sem saber o que fazer. Nada resulta e os métodos habituais de disciplina, como a argumentação, a repreensão ou mesmo os castigos, não surtem efeito.
A frustração empurra-os muitas vezes para métodos mais desesperados, mas gritar ou bater também não adiantam. No final, para os pais sobra um sentimento de culpa desnecessário, mas real.
Pais informados lidam melhor com a situação. Porque há técnicas a que os pais podem recorrer para modificar o comportamento destas crianças. A do intervalo – dizem os especialistas – tem o efeito de acalmar a criança quando ela está fora de controlo, incapaz de obedecer.
Sentá-la num local sossegado e deixá-la sozinha durante alguns instantes costuma ser benéfico. Do mesmo modo, é importante que os pais valorizem os comportamentos positivos, elogiando-os.
Hiperactividade - Em casa e na escola.
É aquilo a que os especialistas chamam de reforço das condutas positivas. O sistema de recompensas e castigos, segundo o qual se encorajam os comportamentos correctos e desencorajam os incorrectos, recompensando ou castigando a criança em conformidade com o resultado obtido, também costuma resultar.
A escola também pode ajudar. Perante uma criança hiperactiva, o professor pode incentivá-la a adaptar-se às regras de conduta da sala, adoptando pequenas estratégias que a centram na tarefa de aprender.
Sentá-la mais perto do quadro, afastando-a de focos de dispersão da atenção, é uma delas. Dar-lhe mais algum tempo para fazer os testes, incutindo-lhes o sentimento de que tem mais uma oportunidade para mostrar o que sabe, é um desses pequenos truques.
É claro que quando a intervenção de pais e professores não parece dar frutos, há sempre o auxílio profissional, de um pedopsiquiatra ou de um psicólogo clínico. Terapia comportamental e medicamentosa pode ser a solução e, ao contrário do que poderia pensar-se, são os estimulantes, não os calmantes, os mais indicados.
O que pais e professores não devem é perder tempo a procurar as causas, mas sim direccionar energias para medidas que minimizem o impacto desta desordem na vida das crianças.
Por: Ana Costa
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