quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fenprof alerta para "sério risco" no ensino especial

Denúncia de carências "graves" de pessoal e docentes. Ministério desmente  

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acusou o Governo de estar "a pôr em risco" a educação especial nas escolas públicas, ao deixar alunos com "problemas muito graves" sem apoio ou com apoio insuficiente devido às medidas de contenção orçamental. Críticas refutadas pelo Ministério da Educação, que garante que os apoios cresceram este ano e continuarão a aumentar em 2011.

Numa conferência de imprensa, em Lisboa, a Fenprof, liderada por Mário Nogueira, apresentou um conjunto de casos ocorridos em escolas de todo o País que, defendeu, ilustram a "crise" no projecto da escola inclusiva, lançado há dois anos.

Entre os exemplos apontados está a o Agrupamento de Escolas Pêro da Covilhã. "Não substituiu um docente a faltar por doença (período previsível de três meses), mantendo, sem apoio, quatro alunos com problemas muito graves", denunciou esta estrutura, acrescentando: "O Director recebeu instruções para que os alunos sejam 'divididos' pelos restantes professores".

Noutros casos, como nos agrupamentos de escolas do Paul e Entre Ribeiras (Covilhã) e Oliveirinha (Aveiro) é apontada uma grave falta de docentes do grupo de Educação Especial.

No primeiro, diz a Fenprof, "há três professores para 21 alunos com necessidades Educativas Especiais [NEE], distribuídos por seis escolas uma das quais a 30 quilómetros de distância da Escola Sede".

No segundo, acrescenta, quatro professores apoiam 50 alunos com NEE". Situações que esta estrutura considera generalizadas, apontando para a falta de "milhares" de professores e de pessoal auxiliar em escolas que acolhem alunos com NEE.

A estes números, a federação acrescenta a contratação de professores "sem formação específica" e de tarefeiros "pagos a 2,5 euros à hora" para preencher as lacunas e para a falta de técnicos especializados e de psicólogos.

O certo é que o Ministério da Educação (ME), ainda que não comentando os diferentes casos apontados pela Fenprof, garantiu que esta área não foi afectada pelos cortes no Orçamento de Estado (OE) para 2011, tendo mesmo saído reforçada.

"Apesar das medidas de contenção orçamental, os valores do OE destinados à educação especial aumentou, entre 2010 e 2011", lembrou ao DN fonte do gabinete da ministra Isabel Alçada.

De resto, acrescentou a mesma fonte, esse "reforço" do investimento "permitiu o aumento do número de crianças inseridas nesta abordagem na rede pública" e também "das unidades especializadas em multideficiência".

O ME garante ainda que foram reforçados os "docentes", "assistentes operacionais" (antigos auxiliares) e os terapeutas "da fala, fisioterapeutas, ocupacionais e psicólogos" nas escolas.

4 comentários:

  1. O desafio da inclusão é tremendo. Todos sabemos que existem falhas gritantes, que a tutela parece não conhecer. Importava que cada caso (e devem ser muitos) fosse denunciado por escrito ao ME, pelos pais e professores, para que houvesse um conhecimento formal das situações. Ainda se calam muitas vozes, preocupam-me os motivos destes silêncios. No entanto, não se pode recuar, ainda que por vezes pareça... Precisamos manter-nos de pé, atentos, em luta e com esperança! Bejinhos e força

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  2. Olá!
    Tenho meu trabalho fixo, mas estou dando aulas de educação física( voluntário) em um hospital psiquiátrico, gostaria de saber se você sabe de algum curso que possa estar fazendo para me aprimorar. Eles são inconstantes e é dificil manter a antenção de todos, gostam muito de música, mas não gostam de muito tempo fazendo a mesma coisa. Aqui onde moro Sorocaba - SP não tem nada relacionado a isto. Se puder me ajudar agradeço.
    Bjs
    Ser Estranho Ser

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  3. Este tema também não é novo para mim,e toca-me muito, apesar do meu filho ainda frequentar o Infantário (privado), já me dei conta das carências de pessoal especializado para as escolas. E para além disso noto que os professores não têm formação suficiente para agir numa sala de aula com um menino a ter uma crise epileptica ou com um menino Autista... Fico muito apreensiva com o futuro do meu filho neste país...

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  4. Realmente são muitos os obstáculos, as "pedras" que estão no nosso caminho...Só através do diálogo entre todos os agentes educativos conseguiremos alcançar o sucesso...

    Daniele, penso que uma Pós-Graduação ou um Mestrado na área da Ed. Especial o poderá ajudar...Mas não tenho conhecimento de nenhum no Brasil...

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