sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

(Re)Inventar a Sociedade

Daqui a algumas horas chega a despedida de 2010, são pedidos desejos para o novo ano...Eu não não sou excepção...

Muito se tem falado de crise e de como esta tem afectado todos os sistemas financeiros e economias mundiais...Diria que a pior crise não é essa...A pior crise é termos uma Sociedade cada vez mais egoísta, onde os únicos valores são o dinheiro e apenas olhar para o "meu próprio umbigo"...

Sem a prática de valores, não podemos falar, nem viver em Sociedade...

Eu atrevo-me a dizer que é possível vencer esta crise, mas para isso precisamos de Mudar Mentalidades...É preciso "abraçar" os desafios que estão a surgir...

Para este novo ano cada um de nós terá de (re)inventar o futuro...Teremos de contrariar o destino...

Seja qual for o nosso papel na Sociedade, teremos de ser criadores do nosso futuro e não ficarmos subjugados ao nosso destino!

Temos de colocar o melhor de nós em cada gesto, em cada acção, em tudo o que fazemos...Só assim conseguiremos (re)inventar uma sociedade mais inclusiva onde se compreenda e aceite as diferenças de cada um...

Uma Sociedade onde o preconceito é deixado de lado...E onde todos ocupam o seu lugar independente da cor, sexo, opção religiosa ou sexual, pela deficiência ou classe social...
 
"Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor" 

E termino com esta citação de Max Gehringer e com um pouco de música...

 

Votos de um Excelente 2011 a todos os visitantes, seguidores, amigos e familiares...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Young Voices - young people's view on inclusive education part 2


A família e o prazer da escrita (II)

Olha para o que eu faço, não olhes para o que eu digo.

Dificuldade em escrever e falta de gosto pela escrita são dois problemas que afectam muitas crianças e jovens e que preocupam professores e pais. Se a escrita é uma actividade inexistente no ambiente familiar ou considerada muito difícil, as crianças crescem ignorando-a ou desenvolvendo concepções negativas a seu respeito (como, por exemplo, escrever é muito difícil, escrever é muito aborrecido ou dá muito trabalho...).

Como podem os pais contribuir para que o ambiente familiar motive as crianças para a escrita e ajude a desenvolver competências nesse domínio? Dizer que escrever é bom e paralelamente evitar realizar essa actividade é demonstrar precisamente o contrário. Torna-se necessário haver coerência entre as palavras e os actos. A realização conjunta de actividades de escrita, de carácter utilitário ou lúdico, na família é uma boa forma de incentivar o gosto por elas. Seguem-se alguns exemplos de actividades que fazem apelo a diferentes tipos de conhecimentos e implicam diferentes graus de dificuldade (estas propostas devem ser seleccionadas de acordo com o nível etário da criança e com os seus conhecimentos no domínio da escrita):

1. Recados
A comunicação na família pode, em determinadas circunstâncias, ser feita através de recados escritos. Exs: a criança chega a casa antes dos pais e estes deixam-lhe uma mensagem escrita para que não se esqueça de fazer os TPCs e de preparar a pasta para o dia seguinte; a criança pede aos pais que lhe comprem determinado material para a escola e eles sugerem-lhe que escreva um bilhete para eles não se esquecerem de o fazer.

2. Dicionário ilustrado
Ajude o seu filho a fazer pequenos dicionários temáticos ilustrados. Para um dicionário sobre animais, por exemplo, a criança desenha um animal ou cola uma imagem em cada folha A5 e escreve o nome dele. Pode também acrescentar um pequeno texto informativo com características desse animal. As capas podem ser feitas em cartolina, com uma ilustração adequada e o nome do dicionário e do autor (a criança). Para terminar, peça ao seu filho que fure as folhas e as capas e as una utilizando um fio ou uma fita.

3. Oferta de cadernos
Adquira ou faça cadernos que sejam bonitos e fora do comum e ofereça-os aos seus filhos para que escrevam histórias e as ilustrem.

4. Concursos
Há revistas infantis e editoras de livros infantis e juvenis que promovem concursos de escrita. Incentive os seus filhos a participarem e/ou sugira aos professores que também o façam nas suas aulas.

5. Passatempos de revistas
Ofereça aos seus filhos revistas com jogos de palavras, tais como palavras cruzadas e sopas de letras. Se eles não mostrarem grande interesse por essas actividades, procure fazer os jogos em conjunto com eles, para que adquiram gosto e motivação. Estes passatempos contribuem para o desenvolvimento de vocabulário e para a correcção ortográfica.

Escrevendo num ambiente agradável e lúdico pode-se ganhar gosto pela escrita e pode-se aprender a escrever melhor. Ajudar os filhos a gostar de escrever é contribuir para que eles sejam mais criativos e organizem melhor e de forma mais clara o seu pensamento. Terminar o ano de 2010 a aumentar o prazer na escrita é um contributo para entrar bem em 2011, o ano de início do futuro.

VÍDEOS RELACIONADOS COM ESTE TEMA
Aprendizagem informal
 
Por: Armanda Azenhas

Familiares dos alunos também serão abrangidos pela criminalização do bullying

Como já o referi num post de 2 de Novembro (http://gritodemudanca.blogspot.com/2010/11/bullying.html), penso que esta terá de ser sempre a última medida...Há outras medidas mais eficazes e que na minha opinião são primordiais...

Proposta de lei do Governo prevê penas até dez anos. Professores aplaudem ideia. Partidos estão divididos.

Os familiares dos alunos podem vir a ser acusados da prática de bullying caso cometam actos de violência nas comunidades escolares a que estes pertençam. A proposta de lei do Governo para a criminalização da violência escolar prevê penas até dez anos aplicáveis aos estudantes com mais de 16 anos.

A grande novidade do texto legislativo, a que o PÚBLICO teve acesso, é que as penas previstas são aplicáveis aos pais dos alunos e demais familiares até ao terceiro grau sempre que estes sejam responsáveis por agressões a membros da comunidade escolar a que pertença um parente seu.

O articulado proposto pelo Governo determina que os autores de violência física ou psicológica a membros da sua comunidade escolar podem ser punidos com pena de prisão de um a cinco anos. A condenação pode sofrer um agravamento caso a ofensa seja considerada grave, com uma moldura penal que vai de dois a oito anos. Em caso de morte, o agressor será punido com uma pena de três a dez anos.

O crime de violência escolar segue o modelo já utilizado pelo Código Penal para os crimes de violência doméstica e de maus tratos. As penas de prisão serão aplicadas aos alunos maiores de 16 anos, mas a proposta prevê ainda que, nos casos em que os agressores tenham idades entre os 12 e os 16 anos, possam ser-lhes aplicadas medidas tutelares educativas.

As medidas defendidas pelo Governo foram bem recebidas pela Associação Nacional de Professores. "Vai de encontro àquilo que vimos defendendo", diz o seu director, João Grancho. "A proposta vai no sentido adequado para conter um crescendo de violência nas escolas", acrescenta.

A proposta de lei tinha sido aprovada em Conselho de Ministros no final de Outubro e chegou agora à Assembleia da República, onde será discutida no início do ano, mas está já a dividir os deputados. O PS considera o diploma um "bom contributo" para combater a violência escolar. "Vem complementar a dimensão pedagógica que tinha sido reforçada com o novo Estatuto do Aluno", sustenta o deputado Bravo Nico.

Já o CDS considera que o Governo "dá a mão à palmatória em toda a linha" ao apresentar esta proposta que vai de encontro à apresentada pelo partido em 2007, onde era considerado agravante o facto de um crime ser cometido em contexto escolar. "A realidade, mais uma vez, venceu o preconceito", acusa o deputado Nuno Magalhães, lembrando que o PS tinha votado contra a proposta, acusando o CDS de "securitarismo".

Essa acusação é agora feita pelo PCP em relação ao Governo. "Até podem levar os miúdos todos presos. Enquanto não houver mais meios nas escolas, como um reforço do pessoal não docente, o problema de fundo não será resolvido", considera Miguel Tiago. O deputado comunista defende ainda que a criação do crime de violência escolar é redundante. "O crime de agressão não deixa de o ser pelo facto de ser cometido dentro de uma escola", exemplifica. PSD e BE reservam uma posição para os próximos dias.

In: Público

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PAIS-EM-REDE


Doentes exigem novo fármaco para a "doença dos pezinhos"

Há um fármaco capaz de travar a progressão da paramiloidose, vulgarmente conhecida como doença dos pezinhos. Em França, já está a ser usado desde Janeiro. Em Portugal, os doentes exigem o medicamento, capaz de evitar o transplante hepático, "já!".

"Há vidas em risco. Exigimos o medicamento já. Estamos há um ano a lutar por isto. Estes doentes não têm tempo para esperar mais", afirmou, ao JN, o presidente da Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP), Carlos Figueiras, "farto de lutar", sem sucesso, junto do Ministério da Saúde, pela introdução imediata do medicamento em Portugal.

Entre 2007 e 2009, um ensaio clínico internacional, envolveu, em Portugal, 78 doentes dos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e de Santo António, no Porto. Parte dos doentes tomaram um produto inactivo (placebo) e os restantes o Tafamidis, sem que doentes e médicos soubessem quais tomaram o quê. 
Nos 47 paramiloidóticos a tomar Tafamidis, o fármaco mostrou ser capaz de travar a progressão da doença dos pezinhos, até agora apenas possível com o transplante hepático.
"É um passo muito importante. O Tafamidis não tem efeitos secundários significativos e, em 60% dos casos, travou a progressão da doença e, entre os 40% restantes, a progressão foi muito menor", explicou, ao JN, Teresa Coelho, responsável da Unidade Clínica de Paramiloidose (UCP) do Hospital de Santo António.

O fármaco, baseado na molécula FX-1006 A (o nome pelo qual, inicialmente, ficou conhecido), foi desenvolvido por uma empresa farmacêutica norte-americana. É um comprido, de toma diária, que, diz Carlos Figueiras, abre uma nova esperança no combate à doença neurológica, hereditária, incurável, progressiva e altamente incapacitante.
Desde os primeiros ensaios, o Tafamidis aguarda ainda a validação por parte das autoridades do medicamento, quer a nível nacional - o Infarmed -, quer europeu - a EMEA (Agência Europeia do Medicamento). 
Ainda assim, e embora ainda sem se conhecerem os efeitos de uma toma prolongada, a França abriu um regime de excepção e está a ministrar o fármaco aos seus doentes - entre os quais vários luso-descendentes - nas farmácias hospitalares.

Em Portugal, os doentes estão dispostos a assumir os riscos e exigem ser tratados de forma igual, mas o Ministério da Saúde não avança sem garantias.
"Antes de qualquer decisão, temos que estar protegidos pela garantia das agências internacionais", afirmou, ao JN, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, recusando avançar sem garantias da EMEA.

"Há estudos sobre o Tafamidis que parecem evidenciar vantagens para os doentes que tomam a medicação. Em todo o caso, o processo ainda está em avaliação em matéria de eficácia e de segurança. Seria manipular a óbvia motivação dos doentes para tomar uma medicação que parece ter resultados muito interessantes, sem termos absoluta garantia da eficácia, mas mais ainda da segurança", frisou ainda.

In: JN online

Estado da Arte do Braille em Portugal

Este debate promovido pelo Núcleo para o Braille e Meios Complementares de Leitura integrará uma conferência do Dr. Isidro Rodrigues da Biblioteca Nacional de Portugal sobre a vida e a obra de Branco Rodrigues, além dos contributos dos Membros do mencionado Núcleo para o Braille sobre o Estado da Arte do Braille em Portugal. A entrada é livre, sem inscrição prévia.

Tema: 150 anos do Aniversário de Branco Rodrigues
Local: Auditório do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.
Data: 4 de Janeiro de 2011
Horas: 15h00

Contacto:
Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.
Avenida Conde de Valbom, nº 63 1069-178 Lisboa
Tel: 21 792 95 00
Fax: 21 792 95 96
E-mail: inr@seg-social.pt
Sítio web: www.inr.pt 

In: Ajudas

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ler é o melhor tratamento

O atraso na aquisição da linguagem no início da infância pode ser um primeiro sinal de alerta para possíveis problemas de linguagem e de leitura. Mais tarde, quando a criança começa a falar, surgem as dificuldades de pronúncia: frases curtas e palavras mal pronunciadas, com omissões e substituições de sílabas e fonemas.
A memorização de canções e lengalengas é igualmente difícil. Já em idade escolar, as crianças têm um progresso muito lento na aprendizagem da leitura e ortografia. O discurso é pouco fluente, com pausas e hesitações, a escrita é irregular e a ortografia é desastrosa.

Aprender a ler e a escrever é relativamente fácil para a maioria das pessoas. Contudo, para os disléxicos, esta aprendizagem é mais complicada. Embora possuindo um nível de inteligência médio ou superior, crianças, jovens e até mesmo adultos são frequentemente adjectivados de "burros" ou "preguiçosos", graças a uma sociedade que cruza os braços e espera que o problema se resolva. Mas a dislexia não é uma perturbação que aparece na idade escolar e desaparece na vida adulta: passa de pais para filhos e é um "fardo" que se tem de carregar por toda a vida. A intervenção precoce é fundamental, uma vez que ajuda a minimizar as manifestações da dislexia.

Em Portugal, o tratamento desta perturbação tornou-se um negócio. Diariamente, surgem novos produtos e fórmulas que prometem soluções definitivas para a dislexia. Uma falsa esperança para os pais, que agem em prol do bem-estar dos filhos. E, por outro lado, uma fonte de rendimento para as empresas que divulgam esses produtos. Lentes prismáticas, palmilhas, sapatos e colchões ortopédicos, programas de treino psicomotor, a utilização de leitoris (para apoiar livros) ou apoios para os pés e, mais recentemente, meias, não curam a dislexia. Este problema não tem na sua origem um défice visual ou problemas psicomotores e posturais.

A leitura é o melhor tratamento para a dislexia, cujas manifestações variam de pessoa para pessoa, consoante o grau de severidade, de precocidade e a eficiência da intervenção. Vulgarmente definida como uma perturbação a nível da leitura e da escrita, a dislexia, quando não tem uma intervenção atempada e eficiente, pode afectar a auto-estima, a autoconfiança, a motivação em relação à aprendizagem e, consequentemente, conduzir ao abandono escolar. 

DISLEXIA TRATADA NA UNIVERSIDADE

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, é a única universidade portuguesa a dispor de uma unidade de diagnóstico e tratamento da dislexia. Esta unidade, criada em 2005 por ‘teimosia' da professora e investigadora Ana Paula Vale, recebe crianças provenientes de todo o País, que têm à disposição dois psicólogos a tempo inteiro. Os programas de intervenção são feitos especificamente para cada caso.
"HÁ LACUNAS NO ENSINO": Paula Teles, Psicóloga Educacional, especialista em dislexia
Correio da Manhã - Quais os défices associados à dislexia?

Paula Teles - Há um défice fonológico, ou seja, dificuldade na identificação e discriminação dos sons da linguagem oral. Paralelamente, existe um défice de atenção, da memória de trabalho e visual e também ao nível da automatização.

- Os professores sabem lidar com alunos disléxicos?

- Não. Há uma grande lacuna nas universidades a este nível. Os professores precisam de ter consciência de que a percentagem de crianças com dificuldade de leitura é elevada. Essas dificuldades são visíveis logo no 1.º ano de escolaridade

- Como devem ser ensinadas?

- O professor deve fazer trabalhos específicos e sistemáticos com cada criança, com leitura, ortografia e caligrafia. Há diferentes tipos de dificuldade e graus de aprendizagem.

"SEMPRE SOUBE QUE IA FICAR BOA"

Bruna Francisco, de nove anos, herdou a dislexia do pai, Miguel Francisco, de 36 anos. Tendo em conta a sua experiência enquanto disléxico, o primeiro pensamento de Miguel foi: "A minha filha está tramada." No entanto, os receios em relação ao futuro da criança não se concretizaram. 

Os pais foram alertados pela professora, mas já desconfiavam que algo se passava. "A Bruna tinha muita dificuldade em ler, andava desmotivada e evitava a leitura. Tinha boas notas a todas as disciplinas, menos a Português", explicou Miguel. Bruna tinha sete anos quando soube que era disléxica. Lia apenas sete palavras por minuto. "Fiquei abalada mas sempre soube que ia ficar boa." E a prova foi superada. Actualmente, graças aos intensos exercícios de leitura e ortografia, Bruna frequenta o 4º ano de escolaridade e tem um nível de leitura equiparado ao 5º ano. O esforço e a dedicação de Bruna também contribuíram para o êxito de mais uma batalha contra a dislexia. E o pai comprova. "Um dia, quando ia no carro, começou a ler as placas com os nomes das cidades", recorda Miguel. 

Em casa, Bruna ajuda o pai a minimizar os efeitos da dislexia. Na escola, conta com o apoio dos colegas - alguns deles também sofrem desta perturbação. Contrariamente ao que acontece com muitas crianças, incompreendidas pelos colegas de turma e também pelos professores, Bruna nunca foi alvo de troça ou posta de parte. "Os meus colegas gostavam de mim e brincavam comigo", garante. Abandonar os estudos, como acontece com muitos disléxicos, desmotivados pelas barreiras linguísticas impostas pelo seu problema, não está nos planos da menina. A disciplina preferida é o Português e, quando crescer, quer ser farmacêutica. 

PERFIL

Bruna Francisco descobriu aos sete anos que sofria de dislexia. Agora tem 9 anos e, no 4.º ano, tem um nível de leitura equiparado ao do quinto ano.

PIOR ABANDONO ESCOLAR DA OCDE

Entre os 30 países que são membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal é o que regista a maior taxa de abandono escolar. De acordo com dados da OCDE relativos a 2007, apenas 73% dos portugueses tinham completado o ensino obrigatório. Em 1998, os números eram bem mais negros: a taxa de abandono escolar ascendia aos 82%. 

De acordo com a avaliação da OCDE, a ‘medalha de ouro' vai para a República Checa, com apenas nove por cento de abandono escolar, seguida dos EUA (12 por cento) e do Canadá (13 por cento). 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

Chegou o Natal!

Festa da Família, época de magia...

As crianças mantêm os sonhos bem vivos, na esperança que o Pai Natal traga muitas prendinhas...Eu...

Bem...Eu, mantenho bem viva a esperança que a Sociedade vai mudar...que vamos ter uma Inclusão real de Todos independentemente da cor, sexo, opção sexual ou religiosa, pela classe social ou deficiência...

Que haja mais respeito pelas diferenças e valorização da diversidade como a principal riqueza de uma Sociedade!


A Todos os Visitantes, Seguidores, Amigos e Família...desejos sinceros de um Santo e Feliz Natal!!!

Repórter TVI: fomos visitar a «Terra dos Sonhos»

Uma grande reportagem de Isabel Moiçó, com imagem de Humberto Pereira e Montagem de João Pedro Ferreira, esta sexta-feira.

É um mundo de magia, duendes, ursos polares, renas e passeios de trenó. Uma terra de sonhos, a cinco mil quilómetros de distância, conhecida por ser a terra do Pai Natal. Na Lapónia, em plena Finlândia, dez meninos portugueses esqueceram durante uma semana, os tratamentos de quimioterapia, os internamentos e os transplantes de medula.

Nesta reportagem prometemos não falar de Cancro, Leucemia ou Doenças Raras. Vamos mostrar uma semana de pura felicidade. São momentos de alegria, proporcionados por uma associação que tudo faz para gravar na memória destes e de outros meninos doentes, momentos mágicos que comprovam que tudo é possível na terra dos sonhos.

Uma grande reportagem de Isabel Moiçó, com imagem de Humberto Pereira e Montagem de João Pedro Ferreira, esta sexta-feira, 24 de Dezembro, no «Jornal Nacional» da TVI. 

Pode ver o vídeo em: 


Natal no Boa Tarde

Grande gesto...Simplesmente Fantástico!
Conceição Lino percorreu Portugal de lés-a-lés a espalhar o espírito do Natal! 

Todo o vídeo é bastante tocante, mas aos dez minutos, aproximadamente, falam com o Belmiro, um menino com paralisia cerebral e com um sorriso delicioso...
 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Carta ao Pai Natal

Nos últimos dias temos sido "assaltados" por um reboliço próprio desta época...nas ruas, nas escolas...são as compras, as festas de Natal e as cartas ao Pai Natal.

Enquanto realizava esta última actividade (escrita de uma carta ao Pai Natal) pude olhar nos olhos das crianças com quem trabalho no dia-a-dia e ver um brilho muito especial...lembrei-me da importância dos sonhos...

Sonhos que despertam a fantasia...que nos fazem acreditar...Já o poeta dizia que "o sonho comanda a vida".

Nesse momento também eu decidi sonhar...Mas sonhar de forma a tornar a fantasia em realidade...Passar do sonho para a concretização no dia-a-dia!

Decidi, tal como os meus meninos, escrever uma carta ao Pai Natal...E é isso que vos trago hoje...

Querido Pai Natal:

Durante este período de reflexão tenho em mente acções futuras para a construção de um caminho que tem de ser feito com igualdade de oportunidades para Todos!

Para que cada cidadão o possa ser de pleno direito temos de despoletar sensibilidades e alterar mentalidades...Gostava que a Sociedade começasse a compreender e a aceitar as diferenças de cada um para que o Mundo fosse mais inclusivo...

Não se esqueçam de lembrar toda a Sociedade que na Educação, os interesses pessoais têm de ser colocados de parte...Que Família, Escola e  Comunidade dêem as mãos, fomentem o diálogo para que se crie um ambiente mais harmonioso para as crianças...para o Futuro do nosso País!!!

Que o preconceito seja deixado de lado...Que todos ocupem o seu lugar na sociedade, independente da cor, sexo, opção religiosa ou sexual, pela deficiência ou classe social...

E não, isto não são utopias...Bem sei que é difícil, até porque a mudança de mentalidades é a barreira mais difícil de ultrapassar...Sozinhos não derrubamos esta barreira, mas se cada um fizer um pouco, a Sociedade mudará...

Para que a mudança seja possível é pressuposto que haja predisposição, empenho e receptividade de toda a Sociedade, bem como capacidade de diálogo para alcançarmos este desafio.

Desejo um Bom Natal para Todos!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Rede apoia pais especiais

Estima-se que existam em Portugal perto de um milhão de pessoas portadoras de deficiência. Mas mesmo este número, avançado por organizações ligadas às áreas de apoio, pode estar muito longe da realidade. Não há estudos concretos nem actuais.

Os únicos dados apoiam-se nos Censos de 2001, onde foram contabilizados 636.059 cidadãos com necessidades especiais: um valor estatístico que poderá representar apenas a ponta do iceberg, como considera Maria do Carmo Cotta, vice-presidente do Pais em Rede (PER), uma associação que presta ajuda aos familiares que têm a seu cargo pessoas com deficiência.

"Os estudos nesta área são dispersos e foram feitos na perspectiva dos serviços. Os pais nunca foram ouvidos", disse a responsável ao Correio do Ribatejo, no final de uma reunião realizada sábado na Casa do Brasil, onde foi constituído o embrião de um núcleo desta rede em Santarém.

Um dos objectivos do PER passa assim por realizar um "Diagnóstico de Situação", já que "o país tem de saber qual é a verdadeira amplitude do problema", e o seu impacto na estrutura social.

A Universidade de Évora e o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) estão a desenvolver a metodologia de trabalho e os questionários que serão dirigidos a técnicos e familiares.

Por outro lado, segundo a responsável, o PER pretende "promover uma união de esforços", uma vez que existe "um grande número de associações dirigidas a patologias ou problemas específicos, resultando numa pulverização de recursos".

O Pais em Rede pretende agregar estas sinergias, no sentido de promover a intervenção precoce e a inclusão na escola e vida activa dos cidadãos portadores de deficiência.

"O PER não é apenas um movimento de pais e familiares de pessoas com necessidades especiais. É um movimento cívico, uma vez que a inclusão diz respeito a todos", disse Carmo Cotta.

Fundada em Novembro de 2008, conta já com dez núcleos distritais espalhados pelo país e cerca de dois mil associados.

Vera Colaço vai ficar responsável pelo núcleo de Santarém. É mãe do Tomás, de sete anos, que nasceu com uma paralisia cerebral profunda. E o que lhe tem faltado em apoios sobra-lhe em disponibilidade para cuidar do filho.

Deixou o emprego e confessa que no início sentiu "enormes dificuldades", sobretudo pela falta de respostas adequadas ao caso do Tomás.

"As mães chegam à conclusão que não podem estar sozinhas nesta luta pela inclusão dos seus filhos como cidadãos de pleno direito", afirmou.

Por isso, decidiu aceitar o desafio de partilhar a sua experiência porque, diz, precisa de ajuda mas também de ajudar.

"Há um grande choque inicial, sobretudo quando esperamos o primeiro filho - e com ele é gerado um conjunto de expectativas e esperanças - ao recebemos a notícia da deficiência", disse Ana Félix da Costa, outra responsável do PER e também mãe de uma criança ‘especial’.

"Durante a primeira infância não há apoios e as famílias fecham-se dentro do seu sofrimento", afirmou, acrescentando que "há, no país, a ausência de projectos para uma escola inclusiva desde o infantário".

A este factor somam-se falhas na "orientação que é prestada pelos profissionais de saúde e no plano das respostas para a idade adulta e início da vida activa".

No distrito, responsáveis da APPACDM, Agrupamento de Escolas da Lezíria do Tejo, autarquias de Santarém e Abrantes e Governo Civil (GCS), disponibilizaram-se para estabelecer parcerias com o Pais em Rede.

Garcia Correia, Promotor Distrital das Pessoas com Deficiência, disse ao Correio do Ribatejo que o trabalho desenvolvido por aquela associação vem ao encontro daquele que é desenvolvido pelo seu gabinete.

"Os pais precisam de mais ajuda", considerou o promotor do organismo tutelado pelo GCS, sublinhando que é também "fundamental que se mudem mentalidades e se faça cumprir a legislação no que respeita às barreiras arquitectónicas que condicionam a mobilidade".
 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Criança Especial

Uma criança especial, que possa eventualmente precisar de atenção particular, pode ser uma criança cujo o desenvolvimento possa ter sido prejudicado por uma dificuldade física ou psíquica e exige um esforço por parte da família em trono da criança especial.

Uma criança especial pode ser uma criança sobredotada, e esta pode ser tão difícil de educar como as que têm necessidades especiais. Quando as crianças são particularmente inteligentes, mais inteligentes que os pais pode fazê-los sentir inadequados e de certa forma incapazes de lhe fornecer um ambiente estimulante para poderem crescer e desenvolver. As aulas para a idade destas crianças são enfadonhas, e podem tornar-se anti-sociais e isolar-se, tornando-se crianças desajustadas socialmente.

Estas crianças são muito exigentes, precisam de muita atenção de muito amor e paciência. O aconselhamento profissional sobre como educar estas crianças é muito importante para que esta possa ter um crescimento e um desenvolvimento adequados às suas necessidades, explorando o total das suas capacidades.

É importante que os pais de crianças especiais não pensem que devem ser os super pais, com a resposta para todas as situações ou que eventualmente deverão ser perfeitos, nada disso, antes demais deverão pensar que deverão ir ao encontro com as necessidades dos seu filho e que deverão manter um ambiente saudável e feliz acima de tudo o mais normal possível, pois assim será positivo.
 
In: Net Bebes

Nova unidade de Estimulação Cerebral em Coimbra

Os Hospitais da Universidade de Coimbra estão apostados em revolucionar o tratamento de doenças psiquiátricas e neurológicas. E a nova Unidade Não Invasiva de Estimulação Cerebral está já pronta a receber doentes.

Distúrbios na adolescência podem tornar-se graves

Muitos dos distúrbios da adolescência podem tornar-se graves. As alterações físicas e emocionais podem levar à depressão e mesmo ao suicídio.
 
 

Brinquedos adaptados para jovens com deficiência

Foi com alegria no olhar e um sorriso contagiante que Jonathan, de 13 anos, e Artur, de 21, receberam ontem os brinquedos propositadamente adaptados para eles e mais treze colegas com paralisia cerebral do Instituto de Reabilitação e Integração Social (IRIS), em Braga. Uma reacção que agradou ao professor e aos alunos da Universidade do Minho (UMinho) que, numa iniciativa conjunta com o portal Ajudas.com, transformaram setenta bonecos para que estas e outras crianças de instituições do País possam brincar.

Quando os alunos e o professor do Laboratório de Automação e Robótica (LAR), da Universidade do Minho, entraram na sala com os bonecos nas mãos e o gorro de Pai Natal na cabeça, a alegria e a surpresa tomou conta de toda a plateia, entre os 13 e os 21 anos. Com a ajuda da fisioterapeuta Cátia Magalhães, um desses jovens, Artur, depressa se adaptou e conseguiu activar com o pescoço o interruptor externo de um urso que de outra forma não conseguiria. Com as mãos seria difícil tocar nos botões externos do boneco original. "O Artur adorou o brinquedo", diz a fisioterapeuta. "Estes brinquedos vão ser um estímulo para ele virar a cabeça para a esquerda e para direita", continua.

Outros bonecos falam, cantam ou acendem a luz; o que acaba por ser um estímulo visual e auditivo para estes jovens com paralisia cerebral. O mesmo refere a presidente do IRIS, Eduarda Queiroz: "É importante ter brinquedos adaptados a eles para brincarem. Os brinquedos precisam de ter som, luz e textura para estimulá-los."

O que acontece graças à equipa de voluntários do professor Fernando Ribeiro, do LAR, que, durante uma semana, adaptou cerca de setenta brinquedos cedidos pela Concentra, dos quais quinze ficaram nesta instituição. Os restantes foram distribuídos por instituições de Lisboa, Vila Real e Setúbal, seleccionadas pelo portal Ajudas.com, parceira neste projecto. A empresa SAR cedeu o equipamento electrónico para as adaptações.

"Transformámos brinquedos onde botões são difíceis de detectar. Adaptámo-los, colocando um interruptor externo, e depois, com o pescoço ou com as mãos, a criança acciona o botão." As mudanças aconteceram, por exemplo, "com um boneco que andava. Mas, como estas crianças não podem correr atrás dele, tirámos os motores dos pés e colocámo-los nos braços".

Carlos Azevedo foi um dos alunos de Electrónica Industrial que vestiu o papel de "duende", nesta quadra natalícia, para ajudar o "Pai Natal" a adaptar os brinquedos. "Abri um boneco Batatoon e tirei parte do interruptor. Escolhi a função mais engraçada para o interruptor externo e o boneco canta." Diz que a experiência "valeu a pena porque se vê a reacção das crianças quando recebem os bonecos". O mesmo refere o professor, que, pelo sexto ano consecutiva, dedicou todo o seu engenho para, no final, conseguir agarrar um sorriso a estas crianças. "Vale a pena ver a reacção deles", afirma, entusiasmado.

Refira-se que o portal Ajudas.com é um projecto de "responsabilidade social da Handout Lda., que se dedica à temática da reabilitação e ajudas técnicas para pessoas com deficiência".

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Memória de uma visita de estudo

Avisamos, desde já, que quem vai à Escola da Ponte com visita marcada e está à espera que um grupo de professores e professoras faça de guia, está muito enganado. Nesta escola quem nos guia e responde às (imensas) questões são alunos e alunas.

Direcção: Escola da Ponte

Escola da Ponte: de que escola estamos a falar?

Há muitas formas de descrever a Escola EBI das Aves mas a maior parte das pessoas conhece-a simplesmente por "Escola da Ponte".

"Ponte" é uma referência puramente geográfica que poderá ser enganosa para alguns novatos: sabendo antecipadamente que se trata de uma escola que tem um projecto pedagógico pouco convencional, poderíamos legitimamente pensar que se pretende fazer a "ponte" entre uma educação transformadora e uma educação convencional.

Inaugurada na década de 70 pelo professor José Pacheco, que ainda hoje é referência na escola, é motivo de orgulho para toda a comunidade educativa: professores e professoras, alunos e alunas, funcionários e funcionárias, encarregados de educação. Para nós era uma escola sobre a qual ouvíamos falar como um modelo de educação, uma escola ideal. Por isso, eram grandes as expectativas. "Funciona mesmo?"

A nossa visita!

Avisamos, desde já, que quem vai à Escola da Ponte com visita marcada e está à espera que um grupo de professores e professoras faça de guia, está muito enganado. Nesta escola quem nos guia e responde às (imensas) questões são alunos e alunas. É uma das suas responsabilidades para com a comunidade.

Mas comecemos pelo início... As instalações são pequenas e a escola está aberta. Não existe porteiro, qualquer um entra livremente pelo pátio da escola. A nós pareceu estranho, mas a verdade é que não estamos num grande centro urbano... Estamos numa pequena vila, a Vila das Aves, situada a cerca de 30 km do Porto.

Depois, enquanto esperávamos pela nossa visita, estranhámos um recreio sem correrias nem atropelos, sem brigas ou empurrões. "Estas crianças brincam!?", foi a pergunta que nos fizemos.

À hora marcada, fomos divididos em três pequenos grupos pelos nossos guias. A primeira coisa que nos mostraram: o placard de direitos e deveres de todos e todas, inclusive dos visitantes. Do direito de o visitante "permanecer nos espaços onde os alunos e alunas se encontram a trabalhar, sem perturbar" ao dever de "desligar o telemóvel" foram todos discutidos e aprovados entre actores educativos.

Nos corredores tudo muito calmo!

Fomos a algumas das salas da "iniciação" (1.º ciclo), da "consolidação" (2.º ciclo) e do "aprofundamento" (3.º ciclo). Vimos trabalhos e projectos, alunos e alunas a consultar manuais em mesas-redondas e a desempenhar tarefas às quais chamam de "responsabilidades". Na mesma mesa pudemos encontrar crianças a estudarem matérias diferentes e, mais surpreendente ainda, a ajudarem-se mutuamente. Em cada sala um ou dois professores facilitava todo o processo.

Aqui as crianças estudam... o que lhes interessa. E, no final de cada ciclo convencional, tal como todos os alunos e alunas do país, têm que ter as competências necessárias para transitar de acordo com o programa do Ministério da Educação.

Ah! Não existem livros adoptados por disciplinas, mas estantes com vários livros de exploração para cada disciplina. Também não existe uma Biblioteca ou Centro de Recursos uma vez que os livros "alimentam" as diversas salas.

Em cada sala estão afixadas folhas que ajudam no planeamento e no desenvolvimento do percurso escolar de cada criança. Na folha "Objectivos da quinzena" estão apresentados os objectivos de cada disciplina para aquele período de tempo e que podem ser reformulados caso o aluno/a não consiga cumpri-los. "Já Sei" é a folha onde os/as alunos/as se propõem a avaliação sobre os conteúdos que já aprenderam, enquanto na folha "Preciso de Ajuda" pedem auxílio aos professores para dar uma "grande aula" ou aos colegas para compreenderem melhor um determinado conteúdo.

As folhas "Acho bem" e "Acho mal" são abertas a comentários sobre a escola e o desenvolvimento das actividades. Também é possível levar livros para casa, basta preencher a folha "Pesquiso em casa".

No campo de futebol tudo calmo, tudo muito calmo!

Todas as semanas há sessões da Assembleia de Escola. Têm assento nela todos os membros da comunidade, inclusivamente os visitantes que se encontrem na escola. A comissão que organiza e prepara as actividades da Assembleia é eleita no inicio do ano lectivo e mantém-se em funções até ao final do ano. No dia em que estivemos em Vila das Aves um grupo de crianças, juntamente com um dos professores, preparava as questões que seriam levadas à Assembleia seguinte.

Mas porque está tudo tão calmo comparativamente às nossas escolas?

"Lá longe, a Ponte"

Longe: distância marcada em diferentes sentidos. Distância em quilómetros, é longe da capital e certamente é uma vila com uma realidade muito diferente da conhecida por nós, moradores e educadores em grandes centros urbanos.

Mas também distância em relação à prática educativa da maioria das nossas escolas. Alguma vez nos perguntaram, enquanto alunos e alunas, o que queríamos aprender? Nas nossas escolas promove-se a autonomia e a capacidade de iniciativa?

"Nós aqui somos livres!", diz-nos um dos alunos durante a visita. Percebe-se que a autonomia e a responsabilização têm um papel preponderante no processo educativo.

As crianças estudam ao seu próprio ritmo, autopropõem-se trabalhar determinadas temáticas e responsabilizam-se pela sua própria aprendizagem.

Os professores e as professoras têm o papel de facilitadores e desafiadores: apoiam, orientam, ensinam, motivam, estruturam os percursos de uma forma flexível, mas de acordo com o programa estipulado pelo Ministério da Educação. E o ambiente é verdadeiramente democrático: das folhas fixadas nos placards à Assembleia de Escola a participação é regra!

É evidente que a Escola da Ponte não é a escola ideal. "Nem tudo é perfeito, o que se tenta sempre é desenvolver as coisas da melhor forma", diz-nos uma das crianças. Também é evidente que nos ficam imensas perguntas sobre este projecto: quantos professores são necessários para pôr de pé este projecto? Os professores estão sobrecarregados de burocracia como nas outras escolas? Como são as provas de avaliação que são feitas depois do "Já Sei"? Qual a opinião dos professores e professoras das escolas para onde vão depois estes alunos e alunas? Será que um aluno (de)formado pelo sistema durante X anos poderia frequentar uma Escola da Ponte?... Não são responsabilidades a mais para as crianças? Afinal, estas crianças parecem mais crescidas do que muitos crescidos!

Mas o facto é que a Escola da Ponte promove realmente uma "ponte" entre o saber, o saber ser e o saber fazer, estimulando o trabalho cooperativo, a partilha de saberes e de experiências de aprendizagem entre pares. É uma escola onde os alunos e alunas são os verdadeiros protagonistas.

É uma escola com um segredo: todos os actores educativos, mesmo todos, participam na vontade, na construção, no desenvolvimento e na "defesa" deste projecto educativo.

Dificilmente este projecto poderia ser desenvolvido por um só professor ou professora. Mas cada um de nós poderá transformar a sala de aula num verdadeiro espaço de democracia e autonomia: porque não implementar o "Acho Bem" e "Acho Mal" e quem sabe implementar o "Já Sei" e o "Preciso de Ajuda"? Porque não desenvolver a ideia de Conselho de Turma? Cada um de nós, se for persistente, tem o poder de mobilizar outros e de, em conjunto, influenciar práticas e políticas que se adeqúem à realidade sociocultural das nossas regiões.

Nota: O presente artigo foi escrito a várias mãos pois integra citações de textos elaborados pelas educadoras e educador acima citados.
 
Por: Grupo Informal de Educação para o Desenvolvimento na Escola Cláudia Gonçalves, Elsa Mota, Luísa Costa, Lurdes Costa, Manuelly Veloso, Orlando Correia, Patrícia Fernandes, Patrícia Santos, Raquel Pinheiro e Rute Moreira - Educadoras e educador (da educação formal e não formal) participantes na visita de estudo realizada à Escola da Ponte, no dia 16 de Março de 2010, promovida pelo Grupo Informal de Educação para o Desenvolvimento na Escola (CIDAC, FGS e ISU).
 

Omolete sem ovos


domingo, 19 de dezembro de 2010

Summer Camp for Autistic Kids

Dragonfly Forest oferece uma experiência de campo livre durante a noite para crianças com autismo

Fotografias de Mike Belleme...


Deixo-vos com um pequeno excerto:

"Whoopie!
The goal of the camp is to create an environment for autistic kids that is fun, empowering them to do things that they might not have ever tried on their own. These campers are hugging Sylvia Van Meerten, the designer of the camp's autism program."

Podem visualizar a reportagem fotográfica em:

Time Photos

In: Time

Uma editora que nos faz ler através dos ouvidos


(COM VÍDEO) 'Anda cá que eu já te conto', colectânea de contos tradicionais alentejanos, é a mais recente edição da Boca, de Oriana Alves




É entre as estantes de livros, em casa de Oriana Alves, que fica o estúdio improvisado onde são gravados os audiolivros da Boca. O espaço não podia ser mais apropriado. Um banco, um microfone e uns auscultadores, num pequeno recanto entre poesia e ficção e uma panóplia de instrumentos musicais - está ali tudo o que é preciso para transformar livros em histórias para ouvir. No catálogo da editora Boca já se podem encontrar clássicos como O Tesouro, de Eça de Queiroz, ou A Carta da Corcunda para o Serralheiro, de Fernando Pessoa, textos contemporâneas como as Memórias de Um Craque, de Fernando Assis Pacheco, histórias politicamente incorrectas como as que conta Thomas Bakk e agora também uma antologia de contos tradicionais alentejanos, acabadinha de chegar às lojas.

A Boca - Palavras que alimentam nasceu há cerca de quatro anos do sonho de um grupo de amigos que queriam editar livros. Entretanto, os amigos partiram para outras aventuras e Oriana continuou o projecto. Os audiolivros juntam num só objecto duas das suas grandes paixões - a literatura e o som (ou a rádio): "É algo que está em desuso e que, de alguma forma estamos a recuperar: alguém a ler para nós ou a contar-nos uma história."

"Também fui percebendo o potencial que havia neste produto, que é um nicho de mercado ainda pouco explorado", explica. De experiência em experiência, Oriana foi descobrindo exactamente aquilo que queria fazer na sua editora: "Para mim os objectos são muito importantes", diz. Não lhe bastava apenas ter um disco com alguém a ler bem (e com vozes como as de Fernando Alves ou Maria do Céu Guerra), depressa percebeu a importância de uma excelente sonoplastia, acrescentando música e sons às suas histórias (as primeiras edições foram da responsabilidade de António J. Martins e Amélia Muge, agora é Nuno Mourão que assegura a música e os arranjos). Além disso, queria que, sempre que possível, o texto estivesse presente também em suporte físico e a tudo isto acrescenta um cuidado especial no design dos livros, desafiando ainda ilustradores como Nuno Saraiva ou António Salvador Carvalho.

O melhor exemplo de tudo isto é a última edição - Anda cá que eu já te conto, que é o segundo título da colecção Hot - Histórias Oralmente Transmissíveis. Este não é um audiolivro, é um videolivro que surgiu em colaboração com o projecto Memoriamedia, de José Barbieri. "A nossa ideia era fazer uma recolha de contos tradicionais portugueses, mas o repertório é tão vasto que nos ficámos pelo Baixo Alentejo", explica Oriana. Mas as outras regiões não estão esquecidas, estão apenas à espera de uma oportunidade.

Com edições de mil exemplares à venda das lojas Fnac e em livrarias seleccionadas, Oriana Alves tem muitos projectos para a Boca. Editar livros para crianças, os clássicos portugueses, apostar na poesia, continuar a recolha da tradição oral, fazer teatro radiofónico ou até ter uma rádio online. Investir mais na venda de ficheiros digitais, através do site www.boca.pt.

E como diria o contador Luís Carmelo: "E, bem ou mal contado, o meu conto está terminado."

In: DN online

Congresso Internacional 2011


Bem-vindo (a) ao II Congresso Internacional do CADIn, "Neurodesenvolvimento: As peças do puzzle" a realizar-se no Centro de Congressos do Estoril de 24 a 27 de Março de 2011.

Os temas deste ano foram escolhidos de acordo com algumas das sugestões dos participantes do I Congresso Internacional do CADIn. Irão realizar-se 13 conferências principais e mais de 30 comunicações englobadas em painéis temáticos, bem como 15 Workshops com a presença de vários especialistas internacionais e nacionais. Tivemos o cuidado de escolher temas inovadores e variados onde todos encontrem as respostas que procuram. Esperamos que se junte a nós para tornar este evento memorável, à semelhança do que aconteceu em 2009. Contamos consigo!


Consulte o programa já disponível

Garanta a sua inscrição!

In: CADIn

sábado, 18 de dezembro de 2010

A Journey into the World of Autism

O Fotógrafo Eli Meir Kaplan conhece Daniel, um menino de 14 anos de idade com autismo severo, e mulher que cuida dele.

Uma excelente reportagem fotográfica...


Deixo-vos com um pequeno excerto:

"Daniel's World

Unable to communicate, Daniel spends endless hours staring out the window or engaging in self-stimulating behavior, as in this photograph, which shows him balancing a toy camera on his hand."

Podem visualizar a reportagem em:



In: Time



Livro “Tudo sobre a Síndrome de Asperger” do psicólogo clinico Tony Attwood

Ontem, dia 16 de Dezembro, a Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger lançou o livro “Tudo sobre a Síndrome de Asperger” sobre a doença, que afecta cerca de 40 mil crianças e jovens em Portugal.

O livro é baseado na experiência directa, de quase trinta anos, do psicólogo clínico e autor do livro, Tony Attwood, que afirma dar os parabéns às crianças a quem é diagnosticada a síndrome. "Isto não significa ser maluco, mau ou deficiente, mas sim pensar de maneira diferente", explica.

“A Síndrome de Asperger é uma forma de autismo e afecta sobretudo as competências sociais das crianças, que sentem dificuldade em socializar. Suspeita-se que personalidades como Fernando Pessoa, Albert Einstein, Isaac Newton, Mozart, Darwin, Stanley Kubrick ou Andy Warhol sofreram desta doença”.
 
In: Ajudas

Iara pede ajuda para ir a Cuba

Quem olha para o sorriso da pequena Iara Santos, de três anos, não adivinha o problema que carrega. Portadora de paralisia cerebral, com tetraparesia espástica, associada a epilepsia, não tem controlo de tronco nem membros e luta todos os dias para ser uma menina igual a todas as outras. Sónia Freire, a jovem mãe de 26 anos, batalha sem parar em busca do sonho de tornar Iara mais autónoma.

Iniciou uma campanha de angariação de fundos, com uma esperança: levar a filha à Clínica de Fisioterapia Cires, em Cuba. Com os donativos que já conseguiu – 13 mil euros – marcou viagem para Janeiro. Mas este será só o início de uma longa jornada.

"Sei que ela nunca vai poder andar a correr e a saltar. Só quero que a minha princesa tenha o mínimo de autonomia e qualidade de vida", confessa Sónia.

Sónia, que trabalha num supermercado, vive com Iara num apartamento alugado, na Gafanha de Aquém, em Ílhavo. E o dinheiro não chega para o tratamento. "Conheço casos que tiveram muito sucesso em Cuba. Não vou baixar os braços até que a Iara recupere", garante. A conta com o NIB 0010 0000 4100 4190 00131 1, em nome de Iara, foi criada para todos os que quiserem contribuir.

Universidade do Minho entrega 2ª feira os brinquedos adaptados a crianças com paralisia cerebral

Brinquedos adaptados pela Universidade do Minho vão ser entregues às crianças com paralisia cerebral, no dia 20 pelas 14:30.

Na sequência da adaptação de brinquedos realizada no Laboratório de Automação e Robótica (LAR) da Universidade do Minho em Guimarães, para que estes possam ser usados por crianças com paralisia cerebral, informa-se que estes brinquedos serão entregues em várias instituições, as quais foram seleccionadas pelo portal AJUDAS.COM.

Assim, alguns brinquedos serão enviados para Lisboa para serem entregues directamente pelo AJUDAS.COM, outros serão enviados para Vila Real, e os restantes serão entregues na instituição:

IRIS – Instituto de Reabilitação e Integração Social

Lugar da Agrinha - Nogueira

Apartado 187

4711-911 Braga

Os brinquedos para esta última instituição em Braga, serão distribuidos pelos elementos da Universidade do Minho que fizeram as adaptações, em mão e directamente às crianças, numa pequena cerimónia no próximo dia 20 (segunda-feira) pelas 14:30.

A entrega destes brinquedos é sempre um momento alto e de forte emoção, não apenas pela alegria das crianças ao receber um brinquedo com o qual podem brincar, mas também pela alegria por parte dos alunos voluntários ao entregar um pouco do seu trabalho e da sua dedicação.

Nesta época Natalícia, sabe sempre bem ajudar o próximo, e sabe melhor quando sentimos que contribuimos para a alegria de alguém, utilizando aquilo que aprendemos e onde somos especialistas. É esse o verdadeiro espírito de Natal.

A adaptação de brinquedos

Movidos pelo espírito natalício, o LAR (integrado no Grupo de Controlo, Automação e Robótica do Centro Algoritmi da Escola de Engenharia da Universidade do Minho), volta a associar-se ao AJUDAS.COM e organiza mais uma sessão de adaptação de brinquedos, com os alunos voluntários do Departamento de Electrónica Industrial, no sentido de adaptar o accionamento de cada brinquedo.

Esta operação de adaptação que é simples na maioria dos brinquedos, cresce de dificuldade no caso de brinquedos mais elaborados. É contudo, a única forma de se criar um método universal para crianças com e sem deficiências possam utilizar o mesmo brinquedo.

A alegria que tem sido manifestada nos anos anteriores pelos alunos que se voluntariam é contagiante, e o espírito Natalício que se gera é reconfortante. O Laboratório é preparado, os diversos robôs afastados para os cantos, mesas colocadas em posição e aí começa toda a acção. Cada adaptação é feita com carinho, e a animosidade que se atinge, de entre ferros de soldar a alicates, tesouras a chaves de fenda, que vão passando de mão em mão consoante as necessidades, faz lembrar a verdadeira imagem que se retém do trabalho dos duendes na loja do Pai Natal.

O AJUDAS.COM e o LAR (Laboratório de Automação e Robótica) agradecem a todas as entidades envolvidas, nomeadamente à CONCENTRA pela cedência dos brinquedos, e à empresa SAR pela cedência de equipamento electrónico para que estas adaptações sejam possíveis.

Acerca do Portal Ajudas.com

O Portal AJUDAS.COM é um projecto de Responsabilidade Social da Handout Lda., que se dedica à temática da reabilitação e ajudas técnicas para pessoas com deficiência. Entre outras iniciativas, recebe brinquedos da CONCENTRA, para oferecer a crianças com deficit cognitivo ou motor, depois de devidamente adaptados. Esta iniciativa realiza-se pela sexta vez e é direccionada a crianças com diferentes níveis de necessidade e/ou deficiências.

Acerca do L.A.R. – Laboratório de Automação e Robótica

Este laboratório (integrado no Grupo de Controlo, Automação e Robótica do Departamento de Electrónica Industrial, do Centro Algoritmi, da Escola de Engenharia da Universidade do Minho), desenvolve projectos de robótica móvel e autónoma, construindo protótipos físicos com o respectivo software, para as mais variadas aplicações. Participa activamento em competições de robótica nacionais e internacionais, como o RoboCup, o Robótica, o EuroBot, e organiza também vários eventos, como a RoboParty, o ROBOTICA, algumas ligas do RoboCup, etc. Para mais informação: http://www.minho.pro/