quarta-feira, 14 de abril de 2010

Cientistas isolam molécula que afecta depressão e ansiedade

Uma equipa de investigadores descobriu uma molécula com impacto na formação dos neurónios e cuja ausência pode provocar estados de depressão e de ansiedade, anunciou ontem a Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, em comunicado.

A molécula, a MIF (Macrophage Migration Inhibitory Factor), tem um "impacto sobre o estado ansioso e/ou depressivo dos ratos, o que pode indicar uma mudança de comportamento", informou a instituição.

A equipa dirigida pela directora do Laboratório de Genética Comportamental do EPFL, Carmen Sandi, descobriu que a ausência da molécula inibe a produção de genes e "desencadeia um aumento de comportamentos ansiosos e depressivos".

Os cientistas descobriram que a MIF era encontrada em grandes quantidades nas células-tronco do hipocampo, uma região do cérebro importante para a formação da memória e um dos locais onde se geram novos neurónios.

Novos neurónios

Com base em estudos anteriores que comprovavam que a formação de novos neurónios era um factor importante para fazer reduzir a ansiedade, os cientistas tentaram manipular a presença da MIF no cérebro dos ratos, eliminando-a.

Constataram, então, que a ausência da molécula reduzia de forma significativa a produção de neurónios e aumentava, por consequência, a ansiedade.
 
A equipa ainda conseguiu provar que a ausência da MIF diminuía a capacidade dos antidepressivos de estimular a formação de neurónios.

Com esta descoberta, os cientistas da EPFL esperam agora desenvolver fármacos contra a depressão, que, segundo a Organização Mundial de Saúde, afecta 121 milhões de pessoas no mundo.


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