Um projecto destinado a minimizar deficiências visuais foi o vencedor da edição 2009 do Prémio Maria Cândida da Cunha, promovido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, cuja entrega de prémios teve lugar, durante o dia de hoje, no Porto.
Nádia Khaled Zurba, aluna de Doutoramento em Ciências e Engenharia de Materiais da Universidade de Aveiro, é a autora do projecto vencedor que consiste num estudo transversal centrado na propriedade de fotoluminescência persistente do material estrôncio aluminato co-dopado com cério, disprósio e európio (SrAl2O4:Ce3+, Dy3+, Eu2+), em sistemas de sinalização de áreas de risco e emergências para pessoas com deficiências.
À margem deste projecto, intitulado “Nano-emergência: luminescência persistente … para pessoas com deficiência”, foram desenvolvidos novos pavimentos, cerâmicos e fotoluminescentes que apresentam propriedades multisensoriais úteis para pessoas portadoras de deficiências utilizarem, no escuro, com a prioridade de salvar vidas em emergências.
Estes pisos podem ser combinados para compor um exclusivo sistema de paginação fotoluminescente multisensorial (relevos) que possibilita a rápida evacuação mediante o uso de auxílios de mobilidade, como bengala, cadeira de rodas, entre outros.
A investigadora natural de São Paulo (Brasil) debruçou-se sobre o tratamento de deficiências visuais, tendo criado ainda um novo equipamento biomédico, especialmente adaptado aos utilizadores portadores de deficiência, que serve para o diagnóstico de biofuncionalidade das células retinais fotoreceptoras. Este equipamento é também útil na personalização dos materiais fotoluminescentes que podem ser utilizados nos ditos pavimentos, bem como para a prevenção da cegueira evitável e como suporte à telemedicina oftalmológica.
Nádia Khaled Zurba criou assim novos aluminatos luminescentes dopados com cério e encapsulados com dióxido de titânio, de forma a obter-se novas propriedades multifuncionais, designadamente fotocatalíticas, com acção antimicrobiana e antibacteriana, assim como resistência à água.
Tais aluminatos podem ser amplamente aplicados como superfícies higiénicas de auto-limpeza no domínio de medicamentos antibióticos, na formulação de vacinas, e com ênfase à aplicação dos referidos pavimentos fotoluminescentes. A solução integrada nestas inovações, que potencializa a propriedade da fotoluminescência persistente de SrAl2O4:Ce3+, Dy3+, Eu2+ para as pessoas com deficiências como principais utilizadores, pode contribuir para salvar vidas, no escuro, em emergências.
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