sexta-feira, 30 de abril de 2010

Vencedora do «Prémio Maria Cândida da Cunha» pretende minimizar deficiências visuais

Um projecto destinado a minimizar deficiências visuais foi o vencedor da edição 2009 do Prémio Maria Cândida da Cunha, promovido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, cuja entrega de prémios teve lugar, durante o dia de hoje, no Porto.

Nádia Khaled Zurba, aluna de Doutoramento em Ciências e Engenharia de Materiais da Universidade de Aveiro, é a autora do projecto vencedor que consiste num estudo transversal centrado na propriedade de fotoluminescência persistente do material estrôncio aluminato co-dopado com cério, disprósio e európio (SrAl2O4:Ce3+, Dy3+, Eu2+), em sistemas de sinalização de áreas de risco e emergências para pessoas com deficiências.

À margem deste projecto, intitulado “Nano-emergência: luminescência persistente … para pessoas com deficiência”, foram desenvolvidos novos pavimentos, cerâmicos e fotoluminescentes que apresentam propriedades multisensoriais úteis para pessoas portadoras de deficiências utilizarem, no escuro, com a prioridade de salvar vidas em emergências.

Estes pisos podem ser combinados para compor um exclusivo sistema de paginação fotoluminescente multisensorial (relevos) que possibilita a rápida evacuação mediante o uso de auxílios de mobilidade, como bengala, cadeira de rodas, entre outros.

A investigadora natural de São Paulo (Brasil) debruçou-se sobre o tratamento de deficiências visuais, tendo criado ainda um novo equipamento biomédico, especialmente adaptado aos utilizadores portadores de deficiência, que serve para o diagnóstico de biofuncionalidade das células retinais fotoreceptoras. Este equipamento é também útil na personalização dos materiais fotoluminescentes que podem ser utilizados nos ditos pavimentos, bem como para a prevenção da cegueira evitável e como suporte à telemedicina oftalmológica.

Nádia Khaled Zurba criou assim novos aluminatos luminescentes dopados com cério e encapsulados com dióxido de titânio, de forma a obter-se novas propriedades multifuncionais, designadamente fotocatalíticas, com acção antimicrobiana e antibacteriana, assim como resistência à água.

Tais aluminatos podem ser amplamente aplicados como superfícies higiénicas de auto-limpeza no domínio de medicamentos antibióticos, na formulação de vacinas, e com ênfase à aplicação dos referidos pavimentos fotoluminescentes. A solução integrada nestas inovações, que potencializa a propriedade da fotoluminescência persistente de SrAl2O4:Ce3+, Dy3+, Eu2+ para as pessoas com deficiências como principais utilizadores, pode contribuir para salvar vidas, no escuro, em emergências.


Toda Criança é Única - Caminhos para a Inclusão / parte I

Olhar para cada criança como um ser único e cheia de potencialidade é um dos meus objectivos enquanto professor, mas acima de tudo enquanto cidadão...

Dói-me o coração quando ouço alguém a dizer que aquele menino faz tudo mal ou quando vejo/ouço pessoas a dizerem coitadinho. Essas crianças têm muito potencial, compete-nos a nós descobri-lo e trabalhá-lo...

Ontem durante uma Formação (excelente, digo eu) foi-nos permitido visualizar um vídeo intitulado Caminhos para a Inclusão, onde eram retratadas quatro práticas...Diferentes entre elas, mas em cada uma existia um "compromisso" de Toda a comunidade educativa perante as crianças...ComTodas as crianças e não exclusivamente com as crianças com Necessidades Educativas Especiais...Até porque TODOS NÓS TEMOS NECESSIDADES ESPECIAIS!!!

Por último gostaria apenas de dizer que a criança com necessidades educativas especiais é uma CRIANÇA!!! Uma criança que tal como outra qualquer tem sentimentos, necessidades, pontos fracos, pontos fortes...Por isso respeitem cada criança como um ser especial que é...Valorizem a individualidade como potencializadora de dinâmicas para o grupo...

Este vídeo não foi o que visualizámos durante a formação, mas é igualmente interessante...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

RTP - SERVIÇO DE SAÚDE

Hoje trago até vós um episódio do programa Serviço de Saúde, transmitido na RTP1 e apresentado pela Maria Elisa...

O programa desta semana intitulava-se "O sono das crianças" e contou com a presença de médicos, técnicos de saúde, doentes, familiares e vários representantes "ligados" à problemática das Perturbações do Sono...

O programa é um pouco longo mas aqui fica o link:




Sessão de Psicomotricidade

Com este vídeo pretendo sensibilizar para a importância da Psicomotricidade.

Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo”.

Cientistas criam sapato que pode ajudar a voltar a andar

Em Israel, cientistas criaram um sapato especial que pode ajudar pessoas com problemas de locomoção a voltar a andar.

Abrar nasceu com paralisia cerebral e só anda com a ajuda de muletas. Três vezes por semana, a jovem frequenta um centro de reabilitação em Jerusalém Oriental. Graças a um convénio entre uma empresa israelense de tecnologia e a autoridade palestina, a menina de 11 anos está a reaprender a andar sem apoio.

Abrar é uma das primeiras pacientes a usar o “re-step”, um sapato de aspecto estranho, que se parece a uma mistura de ténis e bota de futebol. Mas o que seriam as travas são pequenos sensores que podem ser programados por computador para executar vários movimentos.

Depois de algumas sessões, Abrar já consegue equilibrar-se e dar alguns passos sozinha. O resultado é analisado pelos terapeutas para avaliar a sua evolução, mas é o agradecimento da mãe que mostra que o tratamento de Abrar está no caminho certo.

O cérebro comanda os movimentos, isso é aprendido desde cedo, mas quando a parte cerebral correspondente à coordenação motora está danificada, as pessoas têm dificuldades em andar. O sapato inverte esse comando, ajudando as pernas a “dizerem” ao cérebro o que fazer durante uma caminhada.

A directora científica da empresa, Simona Bar-Haim, explica que os sensores são programados para reeducar e fazer com que o cérebro reproduza o mecanismo de andar normalmente. Os sensores simulam passos na areia, na relva e até sobre pedras, sem seguir um padrão. Assim, surpreendido a cada passo, o cérebro tem de tomar decisões instantaneamente para resolver os problemas.

A cientista afirma que esta é a melhor maneira de reabilitar a área do controlo motor que está danificada. Quarenta minutos por dia, durante três meses, podem ajudar não só crianças, mas também pessoas idosas, como Ney’La. Aos 63 anos, Ney’La tem paralisia na metade esquerda do corpo, sequela de um derrame cerebral.

Estreando com os sapatos, Ney’La diz que, pela primeira vez em muito tempo, consegue levantar a perna esquerda a cada passo, em vez de arrastá-la. Os cientistas pretendem vender o sapato a clínicas de reabilitação e a consumidores a partir do ano que vem. Até lá, quem sabe, Abrar já terá se despedido da incómoda muleta.

Os pacientes vão ter de usar os sapatos até que o cérebro reaprenda a comandar os movimentos das pernas. A ideia é que, no fim do tratamento, consigam a reabilitação total – ou seja, deixem de usar as muletas definitivamente.


Síndrome de Defiência Postural, descoberta por um português

Não há muitas áreas médicas em que Portugal se encontre à frente em termos internacionais, mas isso acontece com o Síndrome de Deficiência Postural (SDP).

Trata-se de uma perturbação clínica que foi descrita pela primeira vez em 1979 pelo médico português Henrique Martins da Cunha em 1979. Este ano cumpre-se o 10º aniversário do seu falecimento, ele que é um desconhecido em Portugal. A Escola de Posturologia de Lisboa, nome porque é conhecida internacionalmente, tem tido a responsabilidade de formar médicos estrangeiros nesta área (só em Março e Abril foi dada formação a canadianos, russos, franceses e italianos).

Dores musculares persistentes, cefaleias, nevralgias, vertigens e perdas de equilíbrio, fadiga crónica, dificuldades de concentração, perdas de movimentos, distúrbios da visão e da audição são apenas os sintomas frequentes dos problemas de postura. E se nas escolas as carteiras voltassem ao tempo antigo?


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Educar pela arte

Um, dois, três segundos e o relógio pára. Mais quatro, cinco, seis segundos e a mãozita carrega no botão para que o tempo não avance. O pequeno João Pedro não ganha o jogo de xadrez ao professor Rui Pereira, mas esforça-se. "Muito bem jogado João, muito bem", diz o professor. O relógio é implacável. "Tentaste fazer umas belas malandrices, muito bem", acrescenta no final da jogada. Segue-se Rodrigo. Concentração, raciocínio rápido para movimentar as peças. E o relógio volta a parar. O professor quer que Rodrigo perceba o que deve fazer para evitar o xeque-mate. O resto da turma, crianças com 5 e 6 anos, debruça-se sobre o tabuleiro e espera por uma resposta que acaba por chegar. Na Escola dos Gambozinos, no Porto, o xadrez é apenas uma das muitas maneiras de aprender. "O xadrez é um instrumento ao serviço da aprendizagem", explica Rui Pereira.

"Não percas a concentração. Como consegues que o rei se defenda? A dama aponta ao rei e diz ?estás preso'. Está ou não?". Rui Pereira joga xadrez com Ísis, de 6 anos. O xadrez é mais do que um jogo, é uma forma de trabalhar aspectos que vão menos bem em outras disciplinas e conduzir à decisão, a pensar e resolver sob pressão. A condução do jogo é feita a pensar em cada aluno, com exercícios específicos. "Ísis foi um prazer jogar contigo." Apertam-se as mãos e arruma-se o tabuleiro para o jogador que se segue. A sala do xadrez tem fotos a preto e branco dos alunos, uma constante nos restantes compartimentos. Tem um fogão de sala antigo, um painel com trabalhos e uma gaiola com coelhos. Xadrez terminado, segue-se a hora do conto. Os 14 alunos sentam-se no chão para escutar mais uma parte da história de Peter Pan. Abre-se o livro com ilustrações de Paula Rego. Olhos e ouvidos ficam em alerta.

A Escola dos Gambozinos, para crianças dos 3 aos 11, 12 anos, tem escadas de madeira, fotos e trabalhos nas paredes, cortinas com pautas de música, sofás antigos, pianos em várias salas, mesas redondas e quadradas, quadros com giz, livros, espaços ao ar livre, uma sala com segredos onde se ensina Filosofia e História, uma biblioteca com um piano de cauda. Tem um cão que se chama Grão, peixes, pássaros e coelhos. Tem flores nos pátios. Uma sala onde se toca jazz. Segue um modelo que não é de uma escola, segue o modelo de oficinas. Tem regras, mas apenas normas que se destinam a desaparecer porque só essas, entendem, é que fazem sentido. Tem regularmente espectáculos na agenda e um plano de estudos que permite ensinar música a alunos mais velhos.

Na sala de Matemática, a professora Maria João, Jonita como é tratada por todos, escreve no quadro com giz. Ao lado, há um papel que explica o processo de fabrico das lousas escolares. As quatro alunas tentam perceber a lição. "O segmento de recta não é a mesma coisa que o comprimento de um segmento de recta", avisa a professora.

Uma hora em silêncio

Depois do almoço, há a hora do ermita. Uma hora em que cada um faz o que quer em silêncio. Os mais pequenos, de 3 e 4 anos, ainda não participam. Ísis aproveitou a sua hora para "fazer um desenho e brincar com o coelho". "Na hora do ermita, fazemos o que queremos, mas em silêncio", afirma. O que é ser um gambozino? Sofia, ou melhor, Cereja, como foi baptizada, tem 6 anos e a resposta na ponta da língua. "É ser boa pessoa", responde. Gosta de Matemática e de Inglês e aproveita a hora do ermita para fazer o que lhe apetece, como mandam as regras. "Às vezes, brinco, outras vezes faço desenhos e, às vezes, ajudo a Lurdecas na cozinha."

Luís Miranda tem 10 anos, está na Escola dos Gambozinos há cinco. Guitarra ao ombro, espera pela aula de instrumento. "Ser gambozino é ter bom sentido de humor e gostar de arte", garante. Gosta de tocar guitarra e de desenhar, embora admita que a expressão plástica não seja o seu forte. E adora Filosofia. Alguma aula especial? É difícil escolher, mas Luís não esquece quando discutiram "porque é que os adultos têm mais medo de errar do que as crianças?". Há resposta para a pergunta? "Os adultos têm mais medo de errar... depende do ponto de vista". Quando for grande, Luís quer ser escritor ou cantor. Ainda não sabe muito bem. Rui Pereira, professor de xadrez e de Filosofia, explica a lógica da hora do ermita. "É das coisas mais importantes. É uma forma de estarem acompanhados por si mesmos, o que é extremamente difícil. É aprenderem a estar sozinhos, o que é absolutamente fundamental."

Os pais das crianças inscrevem os filhos numa escola pública em regime doméstico. A Escola dos Gambozinos só aceita 50 alunos, no máximo. Não é feita qualquer selecção artística à entrada. "A diferença torna-se complementaridade". As crianças entram e no final de cada ciclo vão à escola pública fazer os respectivos exames. Das 9:00 às 16:00, o programa inclui as disciplinas do ensino regular, mais Filosofia, e várias expressões artísticas. Música, dança, piano, guitarra, expressão plástica. Tudo começou há alguns anos com uma hora e meia depois das aulas. E se era possível fazer muita coisa nesse tempo, o que daria para realizar se o horário fosse alargado e a organização repensada. "A música era um pretexto para se fazerem outras aprendizagens", diz Rui Pereira. Hoje, todas as terças-feiras depois das aulas, os professores juntam-se para conversar, partilhar pontos de vista, analisar estratégias, criar e sugerir.

Maria João, Jonita, veio directamente do Ensino Superior para a Escola dos Gambozinos. Os filhos estavam na música e a professora de Matemática ficava encantada com o material colorido sobre a disciplina dos números que via colado às paredes das salas. Falou com a Direcção e começou por orientar actividades de Matemática durante hora e meia, todas as quintas-feiras. Neste momento, é professora "residente". "É um desafio lidar com estas idades." Sete é o número máximo de alunos que tem numa sala e isso permite-lhe pegar no grupo e levá-lo para a rua ou para um jardim, quando quer explicar a matéria com exemplos mais práticos.

Desconstruir lugares-comuns

O lema dos Gambozinos é uma frase de Regina Guimarães. "Tantas maneiras de ver e viver." "E as crianças percebem isso melhor do que nós", assegura Rui Pereira. Neste momento, os Gambozinos andam envolvidos no projecto "A Terra é um condomínio". É o tema anual. E mergulhados na realização de um filme, que envolve a Área de Projecto e a Filosofia. "A pobreza é uma violação dos direitos humanos" é o ponto de partida. "Vamos filmar a pobreza de espírito." Há três perguntas a que os alunos terão de responder perante as câmaras. De que maneira é que se é pobre? O que ser pobre faz ser a quem o é? De que maneira é que nós sendo pobres somos pobres também? Pretende-se pluralidade de visões e desconstrução de lugares-comuns.

Os alunos saem dos Gambozinos e vão para o ensino regular. "Geralmente são bem-sucedidos. A exigência técnica nesta escola é muito elevada", sublinha Rui Pereira. Uma das dificuldades poderá ser a dimensão do grupo que estica fora dos Gambozinos, que só funciona em pequena escala. De qualquer forma, a ligação à escola pública é incentivada, há iniciativas em comum e os Gambozinos fazem questão de se misturarem com a sociedade. Não poderia ser de outra forma.

A associação cultural que conduz a Escola dos Gambozinos nasceu em 1975. Manuel António Pina, jornalista e escritor, ajudou ao seu nascimento e ainda hoje é um dos principais consultores da associação sem fins lucrativos. A actividade tem sido intensa: mais de 10 álbuns gravados. O primeiro, chamado "Berlindes", foi gravado em 1983 e contou com a participação de Sérgio Godinho. Mas houve muitos outros. José Mário Branco, Amélia Muge, Pedro Burmester, Fausto Neves também por ali passaram e deixaram a sua marca. As fotos a preto e branco presentes em várias salas ajudam a contar a história dos Gambozinos.

Por: Sara R. Oliveira


"Autoritarismo" nas crianças

O autoritarismo é um estilo de educação parental em que as regras são impostas pelos pais de uma forma rígida, não havendo margem para qualquer negociação. Quando aqui é referido o autoritarismo das crianças, penso que o que está em questão é precisamente o facto de também elas quererem impor os seus desejos e reagirem negativamente quando são contrariadas. As birras são manifestações típicas das crianças quando são confrontadas com comportamentos de oposição por parte dos adultos.

Por volta dos oito meses, sobretudo se a criança já começou a gatinhar, tendo por isso mais autonomia, vai começar a testar os limites. Se os pais disserem 'não', a criança vai sentir-se ainda mais aliciada a repetir o comportamento que foi alvo de repressão. Esta atitude das crianças gera frequentemente sentimentos de frustração e de desânimo nos pais porque, por um lado, é abalada a imagem de inocência que estes tinham delas e, por outro, passam a ter de supportar a irritação dos filhos, o que não é uma tarefa agradável.

A grande questão que se coloca é perceber porque todas as crianças tentarem testar os pais. Na verdade, o que os mais pequenos procuram compreender com este comportamento é se os pais dirão sempre "não" ou se só dirão "não" em determinados contextos; se utilizarão o "não" apenas quando a criança está só ou se o farão quando esta estiver com alguém; se um "não" será sempre "não" ou se passará a "sim" ao fim de alguma insistência.

Apesar de impor limites ser uma tarefa por vezes desgastante e cansativa, já que exige repetição e paciência, é fundamental para promover a capacidade de autocontrolo da criança, na medida em que a ajuda a estabelecer os seus próprios limites. Se os pais estabelecerem limites firmes mas carinhosos desde os primeiros anos de vida, ajudarão também a criança a reconhecer os seus sentimentos e aquilo que lhes está subjacente, a ter a percepção dos sentimentos dos outros, a desenvolver um sentido de justiça e ainda a descobrir a alegria de dar e até de fazer sacrifício em prol do bem-estar dos outros.

Para que todo este processo seja simplificado, é fundamental que as regras sejam claras e consistentes e que se adaptem às capacidades e necessidades de cada criança. É também importante que ambos os pais estejam de acordo com as regras estabelecidas e que façam avaliações e revisões regulares dessas mesmas regras e expectativas, uma vez que, à medida que a criança cresce, será necessário ajustar algumas delas.

Segundo Selma Fraiberg, perita em desenvolvimento infantil, "uma criança sem disciplina é uma criança que não se sente amada". Por esta razão, enfrente o autoritarismo dos seus filhos com determinação, pois só desta maneira estará a ajudá-los a crescer de uma forma saudável.

Bibliografia:

"A criança e a disciplina. O método de Brazelton" T. Berry Brazelton e Joshua D. Sparrow. Editorial Presença.

Por: Adriana Campos


Direitos das Crianças: É preciso apostar na prevenção

As crianças devem estar alerta para eventuais abusos e desrespeito dos seus direitos. O alerta é lançado pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC), no dia em que vai ser apresentada a Plataforma dos Direitos da Criança.

Dulce Rocha, presidente executiva do IAC, defende que é necessário promover políticas de prevenção para a protecção dos direitos das crianças.

Esta responsável falava a propósito da apresentação, hoje, da Plataforma dos Direitos da Criança, criada em 20 de Novembro do ano passado, data que assinala os 50 anos da Declaração dos Direitos da Criança e os 20 anos da Convenção sobre os Direitos dos Menores.

Na sua opinião, alertar é importante porque as violações dos direitos das crianças são uma constante e Portugal não escapa há regra.

Daí a importância deste projecto pioneiro que foi lançado há cinco meses e, que se prolonga até Novembro deste ano, com várias actividades conjuntas destinadas a sensibilizar os mais pequenos para o tema.

Tratou-se de uma ideia conjunta das várias associações que fazem parte desta plataforma, como o IAC, a Associação de Apoio à Vítima e a Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens e Risco.

Por: Rádio Renascença

terça-feira, 27 de abril de 2010

Bullying foi mais duro do que o tumor cerebral

Há quem lhe chame ‘xamuar macua’ por ter nascido em Moçambique, onde viveu uma infância risonha. Lizete Lopo, não é só a autora do livro que narra a história de Miguel, é também a mãe da criança. «Quero viver», com o prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa, é uma obra de 400 páginas onde cabe um pouco de tudo – angústia e esperança, crítica e agradecimento, lágrimas e força, mas especialmente amor… materno. O lançamento foi em Viseu, no dia 28 de Novembro passado, e ontem, no Porto, a publicação, de novo apresentada, deu origem a um breve debate sobre ‘bullying’.

"Pior do que ter um tumor cerebral, para mim, foi ter sido vítima de ‘bullying’". João Miguel, agora com 15 anos, tinha sete quando a doença lhe fora diagnosticada e após travá-la, embora ainda fragilizado, regressou para a escola onde foi agredido verbalmente, humilhado e desrespeitado pelos seus colegas, segundo contou ao «Ciência Hoje».

“As pessoas diziam que eu devia escrever este livro, mas eu brincava com isso. No entanto, um dia fui picada por uma abelhinha, isso dói, mas também nos dá força para mudar aquilo que nos faz mal”. A autora não quis revelar qual foi a “abelhinha” que a picou e apenas salientou que o importante é "deixar uma mensagem à sociedade marginalizada".

Daniel Serrão, especialista em Bioética, sublinhou claramente que “pode parecer, mas não é um livro lamechas. É factual e conta uma situação que pode acontecer a qualquer um, sem passar pela pieguice”. O médico confessou que quando recebeu a obra não a queria ler, talvez por ter vivido momentos semelhantes. Daniel Serrão foi vítima de bullying em criança e teve, igualmente, um filho com cancro, mas este acabou por não resistir à doença.

O especialista deambulou entre diferentes aspectos do livro, sem fazer nenhuma concessão. “Primeiro, quase que podemos dizer que inaugura um estilo narrativo porque faz um balanço permanente dos factos. É um tema difícil, duro, mas real e contado em estilo claro. Segundo, é também uma poderosa análise ao nosso Serviço Nacional de Saúde – enquanto conta a sua odisseia, tanto revela aquilo que encontrou de mau como de bom – e, por fim, é uma demonstração exuberante do poder do amor”, referiu.

Para Daniel Serrão, a atitude positiva e a esperança foram a melhor terapêutica no caso de Miguel. “Já foi demonstrado que uma atitude de confiança tem um efeito positivo nos linfócitos T, permite que estes reforcem a eliminação de bactérias e agentes microbianos. Temos de ter em conta que a Medicina não é uma ciência exacta, é uma prestação de meios”, assinalou ainda.

Defesa/Punição

A apresentação/debate contou com a participação de Paulo Santos, advogado e comentador jurídico. “Se o ‘bullying’ já é uma situação difícil, a intimidação, a agressão em cima disto [combater o cancro] é mais do que perverso”. Segundo o defensor, o quadro normativo é claro: “O papel do professor é prevenir e intervir em aspectos comportamentais e o estatuto do aluno prevê que tenham salvaguardada a sua segurança e integração, mas aqueles que tenham um comportamento desviante não podem ser tratados como os outros”, afirmou. E continuou: “O tecido das escolas é o espelho das sociedades e quando estas não actuarem podem ser atacadas civil e criminalmente, porque é tempo de dizer chega!”

Contudo, para Paulo Santos, é imperativo que cada indício seja investigado para se descobrir “se, de facto, existe bullying ou calúnia” e acredita que os pais devem ser intolerantes e inflexíveis relativamente ao primeiro caso.

Miguel frequenta agora o 10º ano, numa escola do Porto, que disse gostar "muito", com um sorriso bem delineado. “Aconselho a aqueles que passem por uma situação destas que desabafem para terem a possibilidade de serem ajudados”, concluiu.

«Quero viver» é uma edição de autor e parte das receitas do livro (cinco por cento) reverte para a Associação Acreditar. A discussão foi moderada pelo jornalista da RTP, Mário Augusto e trata-se de mais uma iniciativa apoiada pela Universidade Católica, no âmbito do projecto Porto Cidade Solidária.

congresso da DISLEX DISLEXIA: o UNIVERSO e o controverso

Vai decorrer nos dias 14 e 15 de Maio de 2010 na Fundação Eng. António de Almeida (Rua do Tenente Valadim 325, 4100 - Porto), o congresso da DISLEX DISLEXIA: o UNIVERSO e o controverso.

Calendarização

8 de Maio de 2010 - Data limite de inscrição a preço reduzido e para sócios e estudantes.

13 de Maio de 2010 - Últimas inscrições com preço acrescido.

Preçário

Inscrição a preço reduzido (até dia 8 de Maio) 45 €

Inscrição para sócios e estudantes 35 €

Inscrição a preço normal (após dia 8 de Maio) 50 €

Inscrição

Para inscrever-se no congresso, preencha o seguinte formulário de inscrição. Depois de preenchido, envie-o para a seguinte morada, junto com um cheque ou recibo de pagamento por transferência bancária:


Aqui fica o programa:

14 DE MAIO DE 2010

14.00 h – Recepção aos participantes

14.30 h – Sessão de Abertura

Saudação pelo Presidente da European

Dyslexia Association/ MICHAEL KALMAR (Videoconferência)

15.00 h - Conferência: Novos horizontes para compreender a Dislexia/ VÍTOR DA FONSECA

16.00 h – Intervalo: Visita à Casa-Museu Eng. António de Almeida

16.30 h - Conferência: A fisiopatologia da Dislexia do Desenvolvimento/ CASTRO CALDAS

17.00 h – Painel: a Intervenção nos seus contornos

A relação entre a lei e a prática/ HELENA SERRA

A inter-relação Dislexia e formação de professores / MARIA FERNANDA ESTRELA

A dislexia no ensino superior/ CATARINA MANGA

15 DE MAIO DE 2010

9.30 h – Conferência: Consciência fonológica e leitura/ ANA PAULA VALE

10.30 h – Painel: a Intervenção nos seus contornos

Um contributo para a avaliação compreensiva/ HELENA SERRA & LUÍS BAIÃO

Abordagem multissensorial/ ALCINDA ALMEIDA

11.30 h – Intervalo

11.45 h – Conferência: Dislexia: Cérebro, Cognição e Emoção/ VÍTOR CRUZ

12.30 h - Conferência: Dislexia vs. Capacidade Natural/ ZENITA GUENTHER

13.00 - Intervalo

14.30 h – Conferência: O ABC da Dislexia/ ERIC TRIDAS (Videoconferência)

15.30 h - Conferência: A inter-relação linguagem oral e escrita/ ROSA LIMA

16.30 h – Momento cultural / Intervalo

17.00 h - Painel: a Intervenção nos seus contornos

O Projecto Fonografema/ PAULA CRISTINA FERREIRA

O Projecto Promoção para o Sucesso/ LURDES SANTOS

Dislexia: Recursos Tecnológicos/ JOANA DUARTE e MÁRIO CRUZ

18.00 h - Conclusões - Encerramento


Alícia

Hoje de manhã, numa das minhas leituras, encontrei este post no site: http://www.educare.pt/.

Depois de alguns dias em que vivenciei uma frieza estranha por parte de algumas pessoas perante crianças, este texto vem na altura certa...Uma lição para muitos que se julgam "mais do que os outros"...

"Sabia-nos bem o sol inesperado naquela manhã de Fevereiro e, por isso, ficámos à porta da escola conversando, enquanto não tocava. Foi então que a directora me disse:

- Vais ter uma nova aluna!

- Eu? Então a minha turma não estava bloqueada, com tantos miúdos com deficiência comprovada?!

- Pois, é verdade... Mas sabes como é: a Leonor e a Sónia têm turmas grandes...

- Está bem! Quem é? De onde vem?

- Há-de vir aí a tia para a trazer, chegou de Angola...

Não teve tempo para continuar, porque ali estavam, a menina e a tia, para iniciar o que seria a nova vida de Alícia. Quando a vi, estremeci. Muito pequenina e magrinha, não me pareceu que a minha turma, com alguns matulões de 12 e 13 anos, fosse o melhor grupo.

A tia falou, falou muito, contou tudo o que pôde no bocadinho que restava até ao toque de entrada: Alícia deixou mãe, pai e irmãos em Angola, agarrados a uma vida pobre de que dificilmente sairão. Ela, Roseta Kilombo, mandara vir a sobrinha-neta para lhe proporcionar uma vida melhor, mais calma pelo menos. Mulher de armas, a tia Roseta trabalhava desde muito cedo para sustentar os filhos e amparar amigos e vizinhos. Mais tarde vim a saber que era já quarentona, mas o riso fácil e o olhar, de tão vivo, iludiam a idade, guardando uma juventude que a dureza da vida não destruiu.

Alícia ficou connosco. Olhava para tudo e todos com a inquietude da novidade, esbugalhava os olhos enquanto chuchava no dedo e ria, ria sempre. Mas era um riso triste o de Alícia. Pior que o riso dela, só o silêncio: não falava com ninguém. Participava em todas as actividades, brincava e ria, mas não falava.

A pedido, lá veio a tia Roseta. Que não, que a menina não se queixava de nada. Que gostava de todos os colegas e da senhora professora também. Que ficara muito feliz com as lembranças que muitos lhe haviam trazido, à laia de boas-vindas. E, na verdade, não percebia esse caso estranho de a menina não falar ali na escola. Combinámos continuar ambas atentas e manter contacto estreito para a ajudar.

Um dia Alícia roubou o lugar ao Gelson, sentou-se a meu lado e ficou ali a trabalhar. Gelson, um malandrete à solta, tinha coração largo para os mais fracos e deixou-a ficar sem nada dizer. E Alícia encostou-se a mim. Empurrou-me devagar, devagarinho, até que a puxei para o colo. Abriu muito os olhos, mais brilhantes ainda na sua face negrinha, pôs o dedo na boca, semicerrou as pálpebras e, pouco depois, dormia.

O silêncio dos colegas, trabalhando com cuidado para a não acordar, foi, como em muitas outras ocasiões, prova da solidariedade, da alma generosa que crescia no peito destes meninos quase todos oriundos de um bairro de lata.

Quando tocou para a saída, Alícia acordou e começou a chorar. Desdobrámo-nos em cuidados à sua volta, ninguém percebia aquelas lágrimas... E a menina disse então a primeira palavra que pudemos ouvir-lhe, num lamento:

- Mãe!

Apertei-a mais contra mim. Quis ganhar tempo, não sabia que dizer-lhe, porque ninguém soube nunca consolar-me pela falta da minha mãe quando ela me deixou, menina ainda, para ir para o Céu em que eu queria acreditar. Que poderia eu dizer a uma pequenina de sete anos que sente saudades de sua mãe e a sabe do outro lado do mar?

Foram os colegas quem tentou salvar a situação:

- Todos gostam de ti, Alícia. Os teus primos, os colegas, os amigos todos. A tia Roseta trata-te tão bem...

- Mas a mãe dava colinho...

Desde então, Alícia fala muito e cada vez mais. O dia do colinho (melhor, o primeiro dia do colinho, porque muitos se lhe seguiram) marcou o nosso calendário: agora, tudo se divide entre antes e depois de Alícia falar. "
Por: Cristina Silveira de Carvalho


segunda-feira, 26 de abril de 2010

Café pode tratar crianças com hiperactividade

Hoje trago-vos um artigo publicado no site: http://www.cienciahoje.pt/ , mas que me deixa muitas dúvidas, até porque, na minha opinião, as quantidades de café teriam de ser elevadas para se aumentar os resultados com alguma relevância. No entanto, considero a investigação muito interessante e pertinente e estou curioso para saber os resultados... Sem mais "demoras" aqui vos deixo com o referido artigo:

"A ciência começa a reconhecer no café bebido com moderação um meio de prevenir doenças neuro-degenerativas, mas agora há quem queira testar as propriedades desta bebida para tratar crianças com hiperatividade e défice de atenção.

Um grupo criado em 2001 no Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, que tem vindo a estudar o efeito da cafeína como normalizador do funcionamento do sistema nervoso central, tenciona iniciar em Outubro um estudo de natureza clínica nas denominadas doenças do humor, e com crianças.

A população alvo escolhida é de crianças entre os nove e os 14 anos que apresentem défice de atenção e hiperactividade, aos quais normalmente se associam problemas escolares.

Estes investigadores julgam ter já descoberto “o alvo molecular que é actuado pela cafeína, que é o receptor da adenosina A2A”, o que pode abrir caminho ao desenvolvimento de fármacos mais selectivos, capazes de tratar aquele que é considerado “o maior problema de saúde do mundo ocidental”.

Em cooperação com investigadores de Barcelona, Espanha, que possuem larga experiência na avaliação deste tipo de crianças, o grupo liderado por Rodrigo Cunha está apenas dependente da aprovação das comissões de ética para dar início a esta nova linha de estudo.

O investigador explicou que serão administradas "cápsulas com uma libertação controlada de cafeína" para impedir ou diminuir a probabilidade de ocorrência de efeitos tóxicos nas crianças.

Testes em fases

Testes em voluntários não portadores da doença mostraram - segundo Rodrigo Cunha - que a administração dessa formulação “é inócua em termos de consequências para a saúde dos indivíduos”

Dados recolhidos pelos investigadores em modelos animais “mostram a eficácia consistente da cafeína em défice de atenção e hiperactividade”.

“Queremos fazer com todo o cuidado a introdução desta nova ideia e testar a sua aplicabilidade e eficácia, e fá-lo-emos de modo faseado. Grupos crescentes de crianças serão incluídos para testar o benefício do consumo de pequenas doses de cafeína”, salientou.

Fármacos selectivos

Para Rodrigo Cunha, este tipo de estudos “abre portas para que se venha a desenvolver fármacos mais selectivos e mais potentes do que a própria cafeína, que com doses muito mais baixas imitem o que de bom faz a cafeína sem eventuais problemas associados à toxicidade pelo consumo excessivo”.

A escolha das crianças para se submeterem ao estudo teve em atenção o facto de não fazer parte dos seus hábitos o consumo da cafeína, e assim se poder conseguir um maior rigor científico nos resultados da aplicação de doses controladas de cafeína.

Doenças psiquiátricas

“Estamos ainda numa fase experimental, mas surpreendentemente muito promissora”, observou, frisando que da sua equipa fazem parte 15 investigadores que se dedicam a tempo inteiro a estudar os efeitos da cafeína no sistema nervoso central.

Há linhas de investigação paralelas “que evoluem mais em doenças do âmbito psiquiátrico e outras em doenças do âmbito neurológico, e o que é gratificante verificar é que os mecanismos subjacentes a estas acções normalizadoras parecem ser semelhantes nas várias patologias”, concluiu Rodrigo Cunha."

domingo, 25 de abril de 2010

Incredible memory

Simplesmente brilhante!!! Vejam o vídeo e deliciem-se...

Há mais filhos manipulados para odiar um dos pais

20% das crianças em regulação de poder paternal são vítimas de síndrome de alienação.

"O meu filho não perdeu só a mãe. Perdeu os avós maternos, os tios, os primos e uma irmã." Tal como no documentário brasileiro A Morte Inventada, também Cristina Louro, 40 anos, sente que para o seu filho de 13 anos, ela já não existe. Não está com ele desde Setembro de 2008, a não ser por escassos minutos quando vai a tribunal ou visitá-lo ao colégio. "O meu filho sente que está a trair o pai ao falar comigo. Ele nunca disse que o pai o proíbe de me ver, mas isso nota-se no comportamento dele", explica Cristina, que vive em Lisboa com a filha.

O filho de Cristina é vítima de alienação parental ( manipulação de um dos pais para odiar o outro). e tal como muitas outras crianças e adolescentes filhos de pais separados, rejeita ver o progenitor que não vive com ele.

Apesar de não haver números oficiais os especialistas avisam que o Síndrome da Alienação Parental (SAP) está a crescer em Portugal. De tal forma, que hoje, em Setúbal se organiza um debate para marcar o Dia Internacional para a Consciencialização deste Síndrome.

O juiz desembargador Madeira Pinto estima que este fenómeno afecte 15 a 20% das crianças envolvidas em processo de regulação do poder paternal.

Também a psicóloga Teresa Paula Marques chama a atenção para a possibilidade de que "com o aumento exponencial de divórcios, o SAP também aumente". Acrescentando que "actualmente estima-se que uma criança em cada quatro vai ter de enfrentar o divórcio dos pais", pelo que este síndrome pode vir a afectar muito mais crianças portuguesas.

Cristina , 40 anos, separou-se em 2007 e a relação com o ex-marido, pai dos seus dois filhos, sempre foi conflituosa. Depois de passar uma fase em que os filhos não queriam estar com o ex-marido, a administrativa deparou-se com o pedido do filho para deixar Lisboa e regressar à Guarda para viver com o pai. Cristina acabou por aceder, mas o ex-marido nunca cumpriu o regime de visitas estipulado pelo tribunal.

O processo está a decorrer no Tribunal da Guarda e Cristina não esquece as palavras do juiz quando entregou o filho ao cuidado do ex-marido. "O juiz escreveu que uma criança de 11 anos [idade do filho quando foi viver com o pai] já não precisava dos cuidados da mãe. Fiquei muito magoada com estas palavras. Como se pode dizer isso de uma criança de 11 anos?", questiona.

O caso de Cristina é raro. Normalmente, os homens são os principais afectados pelo SAP, uma vez que são as mães que ficam com a guarda parental. Segundo dados de 2006 (últimos dados conhecidos) dos 15 574 menores com guarda decidida em tribunal, 12 214 foram decisões favoráveis à mãe. "A minha ex-mulher começou logo a exigir que eu não podia ver os meus filhos ao fim de semana e só podia ter nove dias de férias com eles por ano. Durante a semana ia buscá-los às 19.00 e tinha de entregá-los às 20.00". O conflito de Rogério (nome fictício) começou há nove anos e hoje os seus filhos já têm 15 e 12 anos. No meio dos vários incumprimentos das visitas, já não vê os filhos há um ano, até porque estes começaram a recusar-se a estar com ele. "Os meus filhos estão formados e eu não tive nenhum contributo", lamenta o engenheiro de 47 anos.

A manipulação dos filhos para que estes odeiem os pais sempre existiu, mas o fenómeno foi identificado nos anos 80, pelo psiquiatra americano Richard Gardner, que o classificou de síndrome de alienação parental. Só recentemente os juízes portugueses começaram a aceitar este síndroma quando se disputa os menores em tribunal. Mas com muitas cautelas, pois, segundo os magistrados "são casos em que é difícil saber onde está a verdade".

Juízes admitem dificuldades em decidir estes casos

A alienação parental consiste num corte de relações entre as crianças e um dos progenitores, promovido pelo progenitor que vive com elas. Assim, os juízes confessam que a maior dificuldade é saber onde está a verdade. Até porque estes casos envolvem trocas de acusações entre as partes às vezes até suspeitas de abusos sexuais. "O grande drama é perceber quem diz a verdade. A mãe diz que a criança não quer ir, o pai diz que a mãe não deixa a criança ir", refere o juiz do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, Celso Manata.

Mas o facto do síndrome de alienação parental não estar ainda incluído no Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais da Organização Mundial de Saúde (OMS) também faz com que alguns juízes não o reconheçam como entidade clínica, diz a psicóloga Teresa Paula Marques.

O juiz Celso Manata aponta ainda o dedo às perícias:"As perícias são demoradas e depois a mãe vai fazer a avaliação psicológica a um lado, o pai a outro e a criança a outro e é o tribunal que tem de fazer a ligação entre eles. Ora, os juízes não têm formação para isso".

A demora neste tipo de processos e a dificuldade em descobrir quem fala verdade leva o juiz Celso Manata a apelar às mães para que estas isolem os seus dramas com o ex-companheiro das crianças. Isto porque, os mecanismos de segurança que o tribunal tem de aplicar podem apenas servir para penalizar as crianças e os pais com um afastamento desnecessário, acrescenta o juiz.

E foi após uma longa luta nos tribunais que José Joaquim de Oliveira conseguiu recuperar o contacto com o filho. "Há duas semanas saiu a sentença e agora passo os fins de semana com o meu filho de 15 em 15 dias e estou com ele um dia por semana", revela ao DN. Ao fim de cinco anos vê finalmente a sua situação regularizada.

Por um período de oito meses, o mecânico, dono de uma oficina, esteve sem ver o filho e os entraves colocados pela mãe têm sido constantes. "O meu filho está atrasado para a idade. Só começou a andar aos 22 meses e a falar aos três anos e tudo por falta de estímulos e porque a mãe, apesar de portuguesa, só fala com ele em inglês", lamenta.


Tratar pé sem cirurgia

Um em cada mil bebés nasce com uma deformidade congénita denominada pé boto. As causas da doença não estão identificadas, mas os clínicos atribuem à genética uma influência importante.

'As crianças nascem com os membros inferiores enrolados para dentro, não permitindo o apoio da planta dos pés', explica ao CM Jorge Seabra, director do Serviço de Ortopedia do Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC).

Em Portugal, existem vários serviços clínicos de referência no tratamento da doença. O Pediátrico de Coimbra e o Centro Hospitalar do Funchal, na Madeira, assumem-se como pioneiros no tratamento através do método – não cirúrgico – de Ponseti. 'É um método fácil de realizar, que começou a ser divulgado e utilizado em Portugal há cerca de dez anos', refere Jorge Seabra.

'Usamos gessos sucessivos – entre cinco e seis aplicações – onde uma simples modificação na manipulação articular, com utilização de talas por um período mais longo, leva a um decréscimo da percentagem de casos que necessitam de uma intervenção cirúrgica que, com outros tratamentos, era superior a 40%', adianta o médico.

O tratamento concebido pelo espanhol Ignacio Ponseti tem permitido resultados significativos. 'Em 95% dos casos não é necessária a cirurgia. Apenas recorremos à intervenção cirúrgica numa percentagem residual dos recém-nascidos tratados através deste método', sublinha Jorge Seabra.

O pé boto é fácil de diagnosticar. É uma doença que não põe problemas de diagnóstico e, pelo feitio do pé, o médico consegue facilmente identificar a doença em questão. A incidência da doença em Portugal é idêntica à do resto da Europa, com uma média de 1 a 1,5 bebés em cada mil.

DISCURSO DIRECTO

'SOMOS UMA REFERÊNCIA', Jorge Seabra, Director do Serviço de Ortopedia do HPC

Correio da Manhã – Os serviços de Pediatria portugueses estão preparados para tratar o pé Boto?

    Jorge Seabra – No geral, sim. Em Coimbra vivemos uma situação paradoxal. Somos um serviço de referência nacional e fomos pioneiros na aplicação do método Ponseti . No entanto, um número considerável de pais da Região Centro continua sem saber que o tratamento pode ser feito aqui e leva os filhos a centros longínquos.

– Porque é que isso acontece?

    – Muitas vezes por falta de informação. Os pais das crianças procuram dados sobre a doença na internet e acabam por não a encontrar relacionada com o Pediátrico de Coimbra. Por isso, vão para outros centros.

– Quanto tempo demora o tratamento?

    – Em média, cerca de quatro anos. Mas, depende, obviamente, dos casos.

TRATAMENTO SEM ALARMAR

Os bebés iniciam os tratamentos nas primeiras semanas de vida. 'Não há a necessidade de alarmar os pais logo após o parto. Deixamos que possam criar uma habituação ao recém-nascido e, posteriormente, iniciamos o tratamento', explicou Jorge Seabra, director da Ortopedia do Hospital Pediátrico de Coimbra. Segundo os especialistas, ao fim de quatro anos, os doentes podem apoiar com normalidade a planta dos pés.

APONTAMENTOS

INTERVENÇÃO

Na maioria dos casos é necessário realizar um pequeno corte acima do calcanhar para fazer uma tenotomia do Tendão de Aquiles. A intervenção é feita com anestesia local.

MÉTODO EM ÁFRICA

Projectos de tratamento do pé boto realizam-se em Cabo Verde, Angola e Moçambique, em colaboração com o Hospital Pediátrico de Coimbra.

RISCO DE VOLTAR

O pé boto é uma deformidade 'com memória'. Se o Brace de Abdução dos Pés (tala) não for utilizado correctamente, o risco de recaída é elevado. O pé pode readquirir a deformação e necessitar de mais gesso.

O MEU CASO: TOMÁS BATISTA

'OS MEUS PAIS NÃO PODEM FACILITAR'

Tomás Batista nasceu com pé boto, em Dezembro de 2003, na Figueira da Foz. O parto do segundo filho da família Batista foi através de uma cesariana. Durante a gravidez nenhum problema foi diagnosticado no feto mas, após o nascimento, a médica observou que Tomás tinha pé boto. 'No início foi um choque, relembra Ana Paula Batista, mãe de Tomás.

Após o impacto inicial começaram os tratamentos. 'O Tomás nasceu à uma da tarde e, poucas horas depois, iniciou o tratamento', refere Ana Paula. 'A adaptação aos gessos, principalmente com o calor, e a redução da mobilidade foram factores complicados para o meu filho', admite. Actualmente, com seis anos, Tomás continua com os tratamentos. Usa calçado comum e desloca-se com normalidade. Ana Paula deixa um conselho: 'Não podemos facilitar. Devemos seguir as ordens dos médicos e não tirar as talas às crianças no tratamento'.

MÉDICO ESPANHOL

O médico espanhol Ignacio Ponseti desenvolveu o seu método nos Hospitais da Universidade de Iowa.

BEBÉ AGITADO

Nas 24 horas seguintes à aplicação do primeiro gesso, o bebé poderá ficar mais agitado

PRECAUÇÕES

Os pais devem verificar se os dedos dos pés das crianças estão rosados. E colocar uma almofada debaixo do gesso.

Por: Gonçalo Silva

TMN associada à Campanha Global pela Educação

TMN desafia clientes a aderirem à 1GOAL, uma iniciativa a favor da educação universal.

Consciente de que na educação reside um dos factores mais importantes do desenvolvimento humano, a TMN desafia os seus mais de 7 milhões de clientes a aderirem à iniciativa 1GOAL Education for All, que visa despertar a comunidade internacional para a importância de alcançar a educação primária universal, um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio acordados em 2000 entre os principais líderes mundiais da Organização das Nações Unidas. De notar que, actualmente, cerca de 72 milhões de crianças em todo o Mundo – com destaque para o Continente Africano –, estão fora do sistema escolar.

Esta iniciativa, à qual está associada a GSMA (GSM Association) – entidade que promove o desenvolvimento da indústria móvel e que conta com a TMN como membro –, procura motivar a participação de todos através das novas tecnologias, nomeadamente recorrendo às redes móveis.

Nesta óptica, até Junho de 2010, a TMN enviará aos seus clientes um SMS despertando para a necessidade de garantir que, até 2015, todas as crianças de ambos os sexos tenham a oportunidade de completar um plano de estudos de escolaridade primária completo. Para aderirem a esta iniciativa, os clientes da TMN apenas terão de responder afirmativamente ao SMS recebido, pela mesma via (de forma gratuita), acção através da qual poderão manifestar o seu apoio à escolaridade primária universal. A TMN estará a contribuir, assim, para despertar os portugueses em geral para impulsionar, no século XXI, questões fundamentais da humanidade.

A iniciativa 1GOAL Education for All conta também com o apoio da FIFA, no âmbito do Campeonato Mundial de Futebol a decorrer entre 11 de Junho e 11 de Julho de 2010 na África do Sul, razão que intensifica a associação à campanha 1GOAL Education for All por parte da TMN, patrocinadora da Selecção Nacional de Futebol desde 1998 e um dos grandes apoiantes do desporto nacional.

Alinhada com a estratégia de responsabilidade social da Portugal Telecom – signatária do Global Compact das Nações Unidas –, e seguindo a sua política de sustentabilidade empresarial materializada na disponibilização de serviços e produtos na área da educação, a TMN solidariza-se com a importância de cumprir dentro dos prazos estipulados os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

1GOAL Education for All

No âmbito da Declaração do Milénio, adoptada em 2000 pelos cerca de 190 Estados-Membros da Organização das Nações Unidas, foram aprovados os denominados Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que determinam entre outras metas a importância de alcançar a educação primária universal até 2015.

Em forma de alerta global, surge a iniciativa 1GOAL Education for All, uma campanha que, com o intuito de alertar os governos para aquele compromisso unanimemente estabelecido na Declaração do Milénio, pretende desencadear a adesão massiva a esta causa demonstrando que a educação deve efectivamente ser universal.

Esta iniciativa, por sua vez, está integrada na Campanha Global pela Educação (Global Campaign for Education), uma coligação internacional de organizações não governamentais, sindicatos, instituições escolares e movimentos sociais, empenhada na luta pelo direito à educação. A Campanha Global pela Educação nasceu em 1999 com o propósito de exigir dos governos o acesso e o usufruto do direito à educação para todos. Reclama que se tangibilizem todas as declarações que emergiram de fóruns e cimeiras internacionais até à data. Em Portugal, a Campanha Global pela Educação é implementada por uma plataforma de organizações da sociedade civil.

sábado, 24 de abril de 2010

Jogos Paradaptados apostam na inclusão social

Primeira edição do evento que junta pessoas portadoras de deficiência decorreu na ilha de São Miguel. Escola dos Arrifes e Núcleo de Educação Especial juntaram esforços na organização.

Meia centena de atletas corporizaram a primeira edição dos Jogos Paradaptados, evento que juntou desporto e convívio no pavilhão da escola preparatória de Arrifes, São Miguel. Ao longo de toda a quinta-feira, dia 22, atletas de todas as idades mostraram que a prática desportiva não é apenas para aqueles que não possuem qualquer tipo de deficiência.

O boccia, o ciclismo ou até a natação foram algumas das modalidades disputadas pelas cinco dezenas de atletas em representação de seis instituições da ilha de São Miguel que trabalham com pessoas portadoras de deficiência. A iniciativa, inédita nos Açores, mereceu o apoio do governo regional que se fez representar pelo director regional do Desporto, António Gomes.

Aquele governante presidiu à cerimónia de abertura e manifestou o seu agrado pela organização. «Saúdo a iniciativa da escola de Arrifes que mostra que as escolas estão preocupadas com o processo sócio-educativo. Se queremos um espírito de inclusão e de integração na sociedade, esta iniciativa é disso prova», salientou.

O director regional do Desporto vincou que a «prática desportiva melhora a qualidade de vida da população» e desejou que iniciativas como esta «encontrem cada vez mais eco em outras escolas dos Açores porque estes atletas merecem uma palavra de afirmação».

Dentro das suas limitações físicas os atletas deram o melhor de si nas modalidades praticadas, pouco preocupados com a obtenção de resultados mas vibrando de forma intensa com cada desempenho, não escondendo a alegria e o prazer que os invadia em momentos de superação.

A primeira edição dos Jogos Paradaptados cumpriu os objectivos e deverá conhecer outras realizações no futuro. Por agora, o lema «força de vencer» foi de encontro ao «empenho dos cidadãos que dedicam tempo àqueles que necessitam de apoios especiais», como referiu Mário Medeiros, coordenador do Núcleo de Educação Especial.

Os objectivos dos jogos foram resumidos assim: «Pretende-se destes e dos jogos futuros consolidar o propósito de que todo e qualquer cidadão, com ou sem necessidades especiais, deve ter um desenvolvimento harmonioso, integrado e de forma plena», disse.


Projecto Magic Key: Cadeira de rodas conduzida com o olhar

Aplicação desenvolvida na Guarda - Cadeira de rodas conduzida com o olhar

Luís Figueiredo é professor na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda e desenvolveu uma cadeira de rodas eléctrica que pode ser conduzida apenas com o olhar. Tudo possível através de uma câmara de alta definição e uma aplicação informática, que determina a direcção do olhar de quem utiliza cadeiras de rodas eléctricas.

Este avanço tecnológico foi alcançado no âmbito do projecto ‘Magic Key’, que tem permitido desenvolver aplicações informáticas para pessoas deficientes. O novo sistema desenvolvido por Luís Figueiredo tem o nome de ‘Magic Wheelchair’. Ainda que não se saiba quanto custa, destina-se a pessoas com graves limitações físicas.

Em declarações à agência Lusa, Luís Figueiredo explica que a ‘Magic Wheelchair’ “dá autonomia total ao utilizador em ambientes interiores”. Já em ambientes exteriores a luz solar interfere nos sistemas, estando o investigador a procurar uma solução para o problema.

O projecto ‘Magic Key’ é apoiado pela Fundação PT, pela Guarda Digital-Associação Distrital para Sociedades de Informação e pela Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda.


sexta-feira, 23 de abril de 2010

Construir uma Escola Inclusiva - Tijolos de Sonho

Hoje descobri um vídeo de um trabalho para a a disciplina de Necessidades Educativas Especiais, para a promoção da Escola Inclusiva. A música é simplesmente maravilhosa. Chama-se Tijolos de Sonho e é dos G2.

Temos 4:03 minutos de simples magia!!!

Evento Social Sportsday: Eu, Tu e o Desporto!

O Centro ABA tem o prazer de anunciar mais um evento social dedicado à promoção da inclusão de indivíduos com necessidades especiais, como cidadãos activos e integrados em todas as actividades quotidianas.

Desta vez o tema a destacar é o desporto e contamos com a participação de equipas escolares, num dia cheio de energia e movimento! O evento decorrerá no dia 21 de Maio 2010, no Centro Hípico da Beloura - Rua Moinho Zangão 2710-702 Sintra.

Será um dia inteiramente dedicado ao desporto cheio de animação, energia e movimento. Convidamos as escolas a organizarem uma equipa de crianças e a participarem nas nossas actividades. Podem também experimentar andar a cavalo, aprender uma coreografia de hip-hop, ter contacto com pessoas ligadas ao desporto.

As escolas que têm crianças com necessidades especiais podem integrar alguns desses alunos na equipa. Podem levar mais crianças da escola de forma a participarem nas restantes actividades que temos no recinto.

A alargamos a idade dos 5 até aos 12/13 anos de idade. Como lhe disse pode levar os elementos da equipe e mais alunos da escola de forma a participarem nas actividades existentes no recinto.

Cada aluno deve levar o almoço de forma a fazer um piquenique numa área para o efeito! No final das actividades a organização oferece um lanche e mais um momento de entretenimento.

O nossos maiores objectivos com este evento são:

   Aumentar a consciência pública para Inclusão de Indivíduos com Necessidades Especiais, de uma forma significativa como cidadãos activos e integrados em todas as actividades quotidianas.

   Proporcionar-lhes momentos de generalização e contacto com a sociedade em que se inserem.

   Fomentar a prática da actividade física para uma qualidade de vida melhor.

   Estimular comportamentos em equipa, desenvolvendo o nível motor, emocional e cognitivo.

   Desenvolver hábitos de vida saudável.

   Promover o convívio entre crianças e professores.

Actividades:

Jogos tradicionais; Circuito montado pelo ginásio do Holmes Place; Gincana; Bênção a cavalo; Insufláveis; Volei; Mini torneio de Futebol; Basquet; Dança

Pedimos uma resposta até 29 de Abril.

Para mais informações consulte o programa em: www.centroaba.com

ABA– Centro de Terapias Comportamentais

Av. de Sintra, Lt 2 2570-494 Cascais