Este tipo de comportamentos compulsivos surge na sequência de pensamentos, impulsos ou imagens perturbadoras (obsessão). Ao ter um determinado comportamento, o sujeito acaba por diminuir a ansiedade provocada por um certo pensamento que o atormenta.
"Olá... Eu tenho 16 anos e ando na escola, e tenho tiques: por exemplo, tenho de tocar duas vezes num objeto, piscar os olhos, a última coisa em que toco tem de ser com a mão direita, e eu estou farto, preciso de ajuda..."
"Olá... Eu tenho 16 anos e ando na escola, e tenho tiques: por exemplo, tenho de tocar duas vezes num objeto, piscar os olhos, a última coisa em que toco tem de ser com a mão direita, e eu estou farto, preciso de ajuda..."
O facto de este problema ser descrito de forma tão sintética dificulta a minha capacidade de análise e de resposta. De qualquer forma, este "preciso de ajuda" ficou a ecoar nos meus pensamentos e, por isso, decidi arriscar fazendo uma pequena reflexão.
A descrição feita por este jovem leva-me a pensar que ele apresenta sintomatologia ansiosa, mais concretamente, uma perturbação obsessivo-compulsiva. Não quero dizer com isto que não apresente também tiques, dado que 20% a 30% dos sujeitos com perturbação obsessivo-compulsiva descrevem tiques atuais ou passados.
O ter de tocar duas vezes num objeto e ter de tocar com uma mão específica ocorre, provavelmente, como uma forma de aliviar um estado de tensão. Concretizando melhor: este tipo de comportamentos compulsivos surge na sequência de pensamentos, impulsos ou imagens perturbadoras (obsessão). Ao ter um determinado comportamento, o sujeito acaba por diminuir a ansiedade provocada por um certo pensamento que o atormenta. Porque é que este jovem precisa de tocar com a mão direita na última coisa de que se aproxima? Poderá ser, por exemplo, porque é atormentado por um pensamento obsessivo de que se não o fizer terá azar. Claro que esta é apenas uma hipótese, dado que não conheço mais nada acerca dele, para além do que é atrás referido.
Não tenho dúvida de que o "estou farto" traduz, sem exagero, o estado de desespero deste jovem, dado que este tipo de perturbação causa um mal-estar claro, ocupa tempo e interfere de forma significativa nas rotinas normais do sujeito, nas suas atividades sociais ou no relacionamento com os outros. Imagine o que sentiria se fosse compelido internamente a ter comportamentos para os quais não via grande sentido e não os conseguisse controlar, dado que, ao tentar fazê-lo, se sentiria ainda mais tenso e ansioso. Ao fim de algum tempo diria o mesmo: "Estou farto, preciso de ajuda."
Este tipo de perturbação surge nos homens, geralmente entre os 6 e os 15 anos, e nas mulheres, um pouco mais tardiamente, entre os 20 e os 29, tendo uma prevalência ao longo da vida de 2,5%.
Se, após a leitura desta informação, considera que se enquadra nos 2,5% atrás referidos, então parece-me indispensável que peça mesmo apoio especializado. Esta reflexão pretende apenas ajudar a compreender melhor esta problemática, mas a resolução do problema implica apoio médico e psicológico.
Se as minhas palavras não são suficientemente claras, então gostaria de sugerir-lhe a visualização da comédia dramática "Melhor é impossível", um filme norte-americano de 1997, dirigido por James L. Brooks, em que Jack Nicholson, graças a um desempenho brilhante, ganha o Óscar de melhor ator. De uma forma absolutamente fantástica, Melvin Udal (Jack Nicholson) ajudá-lo-á, certamente, a compreender melhor o quanto é difícil gerir este tipo de perturbação no dia a dia!
O ter de tocar duas vezes num objeto e ter de tocar com uma mão específica ocorre, provavelmente, como uma forma de aliviar um estado de tensão. Concretizando melhor: este tipo de comportamentos compulsivos surge na sequência de pensamentos, impulsos ou imagens perturbadoras (obsessão). Ao ter um determinado comportamento, o sujeito acaba por diminuir a ansiedade provocada por um certo pensamento que o atormenta. Porque é que este jovem precisa de tocar com a mão direita na última coisa de que se aproxima? Poderá ser, por exemplo, porque é atormentado por um pensamento obsessivo de que se não o fizer terá azar. Claro que esta é apenas uma hipótese, dado que não conheço mais nada acerca dele, para além do que é atrás referido.
Não tenho dúvida de que o "estou farto" traduz, sem exagero, o estado de desespero deste jovem, dado que este tipo de perturbação causa um mal-estar claro, ocupa tempo e interfere de forma significativa nas rotinas normais do sujeito, nas suas atividades sociais ou no relacionamento com os outros. Imagine o que sentiria se fosse compelido internamente a ter comportamentos para os quais não via grande sentido e não os conseguisse controlar, dado que, ao tentar fazê-lo, se sentiria ainda mais tenso e ansioso. Ao fim de algum tempo diria o mesmo: "Estou farto, preciso de ajuda."
Este tipo de perturbação surge nos homens, geralmente entre os 6 e os 15 anos, e nas mulheres, um pouco mais tardiamente, entre os 20 e os 29, tendo uma prevalência ao longo da vida de 2,5%.
Se, após a leitura desta informação, considera que se enquadra nos 2,5% atrás referidos, então parece-me indispensável que peça mesmo apoio especializado. Esta reflexão pretende apenas ajudar a compreender melhor esta problemática, mas a resolução do problema implica apoio médico e psicológico.
Se as minhas palavras não são suficientemente claras, então gostaria de sugerir-lhe a visualização da comédia dramática "Melhor é impossível", um filme norte-americano de 1997, dirigido por James L. Brooks, em que Jack Nicholson, graças a um desempenho brilhante, ganha o Óscar de melhor ator. De uma forma absolutamente fantástica, Melvin Udal (Jack Nicholson) ajudá-lo-á, certamente, a compreender melhor o quanto é difícil gerir este tipo de perturbação no dia a dia!
Por: Adriana Campos
In: Educare
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