As crianças passam grande parte do seu dia na escola a escrever, ganhando hábitos de postura errados e sendo pouco orientados sobre a forma correcta de pegar no lápis ou na caneta. O que pode ser mais preocupante do que o peso das mochilas, pois o tempo da escrita é mais prolongado.
A escrita à mão é cada vez menos valorizada socialmente. Quem o diz é João Barreiros, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), que considera “deficiente” a forma como as crianças aprendem a escrever. O alerta é para pais e professores, chamados a contrariar esta tendência e a incutir o treino da escrita nos hábitos dos mais novos – em debate hoje (dia 9/11/11) na FMH, num evento que promove a escrita ergonómica.
A “sobrevalorização crescente dos instrumentos de teclas”, como o computador e o telemóvel, pode ser a chave para a negligência no campo da escrita. Numa altura em que, diz João Barreiros, o papel é abundante e, por isso, mal aproveitado, o controlo da escrita torna-se mais difícil, não havendo uma “intervenção educativa” nesse sentido.
Também a organização ineficaz do espaço escolar, com mobiliário muitas vezes inadaptado às características das crianças, é prejudicial a uma escrita eficiente, adianta o catedrático. De acordo com João Barreiros, os hábitos de postura não são corrigidos porque não há um apelo dos responsáveis nesse sentido. Mais preocupante do que o peso das mochilas das crianças, assegura o professor, “é a postura” como se escreve, sobretudo porque “o tempo de escrita é mais prolongado” e merece portanto maior atenção.
As formas incorrectas de agarrar os instrumentos próprias das crianças devem ser corrigidas, o que implica tempo e treino. “É necessário maturar a pega”, afirma João Barreiros, com a ajuda de pais e professores. O que acontece actualmente é que “quase se permite que se aprenda a escrever por um processo de descoberta”, um hábito que “tem de ser corrigido pelo treino”, reforça o catedrático.
Christian Marquardt, especialista em ergonomia do Munich-Borgenhausen Hospital, tem algumas sugestões para que a aprendizagem se efectue da forma eficiente que defende João Barreiros. O colaborador da marca de canetas Stabilo acredita que a procura do ritmo próprio da criança, a escrita experimental com diferentes formas e tamanhos e a garantia de uma posição para mão e braço que não cause desconforto podem resultar numa escrita mais capaz. As experiências com o desenho e a escolha de uma caneta apropriada podem também fazer a diferença.
Também João Barreiros defende a importância das canetas ergonómicas, um negócio que diz em constante desenvolvimento e que contribui efectivamente para hábitos mais saudáveis de escrita. Evoluções ao nível do design na óptica do consumidor, neste caso as crianças, que têm um impacto real na forma como os mais novos escrevem.
E os hábitos de escrita resultam, em última análise, da própria sociedade. João Barreiros compara a nossa realidade com a dos asiáticos, que por prezarem mais a “precisão da escrita” têm uma competência muito superior a esse nível. Para o catedrático, juntando “o material adequado, tempo e treino seríamos também nós bem mais eficientes".
A escrita à mão é cada vez menos valorizada socialmente. Quem o diz é João Barreiros, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), que considera “deficiente” a forma como as crianças aprendem a escrever. O alerta é para pais e professores, chamados a contrariar esta tendência e a incutir o treino da escrita nos hábitos dos mais novos – em debate hoje (dia 9/11/11) na FMH, num evento que promove a escrita ergonómica.
A “sobrevalorização crescente dos instrumentos de teclas”, como o computador e o telemóvel, pode ser a chave para a negligência no campo da escrita. Numa altura em que, diz João Barreiros, o papel é abundante e, por isso, mal aproveitado, o controlo da escrita torna-se mais difícil, não havendo uma “intervenção educativa” nesse sentido.
Também a organização ineficaz do espaço escolar, com mobiliário muitas vezes inadaptado às características das crianças, é prejudicial a uma escrita eficiente, adianta o catedrático. De acordo com João Barreiros, os hábitos de postura não são corrigidos porque não há um apelo dos responsáveis nesse sentido. Mais preocupante do que o peso das mochilas das crianças, assegura o professor, “é a postura” como se escreve, sobretudo porque “o tempo de escrita é mais prolongado” e merece portanto maior atenção.
As formas incorrectas de agarrar os instrumentos próprias das crianças devem ser corrigidas, o que implica tempo e treino. “É necessário maturar a pega”, afirma João Barreiros, com a ajuda de pais e professores. O que acontece actualmente é que “quase se permite que se aprenda a escrever por um processo de descoberta”, um hábito que “tem de ser corrigido pelo treino”, reforça o catedrático.
Christian Marquardt, especialista em ergonomia do Munich-Borgenhausen Hospital, tem algumas sugestões para que a aprendizagem se efectue da forma eficiente que defende João Barreiros. O colaborador da marca de canetas Stabilo acredita que a procura do ritmo próprio da criança, a escrita experimental com diferentes formas e tamanhos e a garantia de uma posição para mão e braço que não cause desconforto podem resultar numa escrita mais capaz. As experiências com o desenho e a escolha de uma caneta apropriada podem também fazer a diferença.
Também João Barreiros defende a importância das canetas ergonómicas, um negócio que diz em constante desenvolvimento e que contribui efectivamente para hábitos mais saudáveis de escrita. Evoluções ao nível do design na óptica do consumidor, neste caso as crianças, que têm um impacto real na forma como os mais novos escrevem.
E os hábitos de escrita resultam, em última análise, da própria sociedade. João Barreiros compara a nossa realidade com a dos asiáticos, que por prezarem mais a “precisão da escrita” têm uma competência muito superior a esse nível. Para o catedrático, juntando “o material adequado, tempo e treino seríamos também nós bem mais eficientes".
In: Público
Sem comentários:
Enviar um comentário