Viajar, visitar um museu e dar um mergulho, parecem ser actividades acessíveis a toda a gente. Mas, em Portugal, só há cinco anos surgiu a primeira agência de viagens que leva a pessoas com mobilidade reduzida estes serviços. Sem barreiras nem limites.
Carlos Nogueira precisava de ir a Bruxelas, mas enfrentava as dificuldades de uma pessoa que se desloca em cadeira de rodas. Viajar implicava um longo trabalho de pesquisa e algum risco.
Foi em 2009 que encontrou solução para o problema, quando descobriu a Accessible Portugal (AP), empresa que reservou os transportes desde o aeroporto e adaptou a o hotel às suas necessidades.
Aos 14 meses de idade, Carlos teve poliomielite. Apesar de ter ficado paralisado, sempre foi muito activo e aventureiro, conta.
Aos 43 anos, não hesita em aderir às propostas mais radicais da agência. A estreia foi com o mergulho, primeiro o baptismo em piscina e depois a descida ao largo de Sesimbra, que já repetiu três vezes. "Sempre gostei de água", diz, mas nunca tinha pensado em fazer mergulho. Apesar de expectante, nos momentos anteriores à entrada na água estava nervoso. Entre polvos, cavalos-marinhos e douradas, Carlos sente que "não há barreira nenhuma, nem qualquer dificuldade física".
Cliente regular da AP, Carlos aventurou-se ainda no parapente, "uma experiência delirante", relembra. Em Setembro visitou com os filhos, de 6 e 11 anos, a Lousã, onde actividades como o mergulho e a brama dos veados fizeram da viagem de família "uma experiência fantástica", pela possibilidade de estarem juntos em situações normais, afirma Carlos.
Com um vasto património natural e cultural, a Lousã é um dos destinos preferidos pelos clientes da AP e está adaptada às suas necessidades. Rita Duarte, de 33 anos, nasceu com espinha bífida e usa muletas ou cadeira de rodas para se deslocar.
Passou as férias de Verão nesta zona turística, com um grupo de seis pessoas, três das quais com limitações. As praias fluviais foram uma das atracções mais populares e convenceram Rita a substituir as casas alugadas, que não tinham as condições necessárias, por mais duas semanas na Lousã, já reservadas para 2011.
A agência " promove a inclusão porque a equipa dá as mesmas oportunidades e trata as pessoas com deficiência como as ditas normais. Sem distinção".
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