O uso de antibióticos pode não ser a melhor solução para tratar otites em crianças, aponta uma investigadora americana. A medicação é eficaz no combate às infecções do ouvido médio mas tem igual probabilidade de gerar efeitos secundários.
Num universo de 100 crianças afectadas por otites, cerca de 80% recuperariam sem tomar qualquer medicação, afirma a investigadora Tumaini Coker. No entanto, "se as 100 crianças forem tratadas com antibióticos, seriam curadas mais rapidamente 92". É uma das conclusões do estudo publicado na terça-feira, no "Journal of the American Medical Association".
Os antibióticos utilizados combatem a infecção mas a probabilidade de gerarem efeitos secundários, como diarreira e alergias, é muito próxima da sua eficácia. A afirmação abre o debate sobre a solução a adoptar e Coker explica que o melhor tratamento pode até passar por não administrar qualquer medicamento, uma vez que são infecções que se curam espontaneamente. Não usar medicação é apenas ligeiramente menos eficaz do que recorrer a fármacos, conclui o estudo.
A pesquisa revela que as otites são a maior causa da prescrição de antibióticos a crianças nos Estados Unidos, um problema que afecta também Portugal. 95% das crianças até cinco anos sofrem, pelo menos, um caso de otite média aguda (OMA), aponta o presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial (SPORL), António Guerra.
"Os médicos devem ter em conta estes riscos (incluindo possíveis efeitos a longo prazo na resistência a antibióticos) e benefícios antes de prescrever antibióticos para casos não complicados de OMA", refere Tumaini Coker, co-autora do estudo e docente na Universidade da Califórnia.
António Guerra explica que, no Sistema Nacional de Saúde (SNS), se generalizaram os antibióticos, o que reduziu "drasticamente as complicações e sequelas". "Hoje, a geração de 30 e 40 anos tem uma percentagem de OMA crónica abissalmente menor do que a geração de 60 e 70 anos", afirma.
No entanto, a medicação é atribuída de imediato na consulta, mesmo em casos que podem revelar-se menos graves. A prescrição deve seguir-se a 24 ou 48 horas de observação, propõe, uma mudança que levaria a ganhos na saúde dos utentes, não sendo dados antibióticos em situações desnecessárias. A redução de custos no SNS seria outra vantagem.
Para minimizar os efeitos secundários que podem ocorrer, o representante da SPORL aponta que os médicos devem ter em conta o fármaco mais adequado a cada caso, em função da idade, peso e histórico da criança.
Os antibióticos utilizados combatem a infecção mas a probabilidade de gerarem efeitos secundários, como diarreira e alergias, é muito próxima da sua eficácia. A afirmação abre o debate sobre a solução a adoptar e Coker explica que o melhor tratamento pode até passar por não administrar qualquer medicamento, uma vez que são infecções que se curam espontaneamente. Não usar medicação é apenas ligeiramente menos eficaz do que recorrer a fármacos, conclui o estudo.
A pesquisa revela que as otites são a maior causa da prescrição de antibióticos a crianças nos Estados Unidos, um problema que afecta também Portugal. 95% das crianças até cinco anos sofrem, pelo menos, um caso de otite média aguda (OMA), aponta o presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial (SPORL), António Guerra.
"Os médicos devem ter em conta estes riscos (incluindo possíveis efeitos a longo prazo na resistência a antibióticos) e benefícios antes de prescrever antibióticos para casos não complicados de OMA", refere Tumaini Coker, co-autora do estudo e docente na Universidade da Califórnia.
António Guerra explica que, no Sistema Nacional de Saúde (SNS), se generalizaram os antibióticos, o que reduziu "drasticamente as complicações e sequelas". "Hoje, a geração de 30 e 40 anos tem uma percentagem de OMA crónica abissalmente menor do que a geração de 60 e 70 anos", afirma.
No entanto, a medicação é atribuída de imediato na consulta, mesmo em casos que podem revelar-se menos graves. A prescrição deve seguir-se a 24 ou 48 horas de observação, propõe, uma mudança que levaria a ganhos na saúde dos utentes, não sendo dados antibióticos em situações desnecessárias. A redução de custos no SNS seria outra vantagem.
Para minimizar os efeitos secundários que podem ocorrer, o representante da SPORL aponta que os médicos devem ter em conta o fármaco mais adequado a cada caso, em função da idade, peso e histórico da criança.
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