"De repente começou a empurrar-me e a bater-me, tirou tudo aquilo que eu tinha nos bolsos e mandou para o chão. Depois de me obrigar a fazer pegou na minha mochila. Entrámos no comboio, ele ameaçou-me, antes de as portas fecharem saí. Era de noite e fiquei novamente sozinho." E assim começa a história representada em cima do palco e que passou da realidade para a ficção. A Companhia Erva Daninha decidiu respigar um assunto actual, o tema da violência juvenil, e apresentá-lo sem rodeios. Sem apresentar conclusões. Sem fazer julgamentos. A peça é apresentada no auditório da Academia de Música de Espinho a 2 e 3 de Dezembro para a comunidade escolar e a 4 para o público em geral, às 21h30.
Um espectáculo que nasce de um diálogo entre uma história biográfica e referências temáticas sociais, literárias, cinematográficas e políticas. "Como somos uma companhia de artes performativas que pretende abordar assuntos actuais com relevância social, este tema pareceu-nos bastante indicado. Além deste aspecto, tentamos sempre abordar temas que estejam ligados ao nosso universo pessoal. Neste caso, o bullying serve estas duas premissas. É um problema socialmente grave e ainda actual, como também está directamente relacionado ao percurso de vida do intérprete", revela Gilberto Oliveira, director artístico da Erva Daninha.
O bullying chegou, portanto, ao teatro. Um solo com música ao vivo que cruza texto, malabarismo, cenografia, composição coreográfica e luz. Tudo para proporcionar uma viagem pelo medo, pela injustiça, pela angústia, pela solidão. Pela raiva e ridicularização. E tudo parte da história do próprio intérprete que é abordada ao longo da peça e que funciona como ponto de partida para momentos poéticos de reflexão sobre a violência. Essa violência juvenil que se tornou num dos acontecimentos sociais mais falados e espremidos nos últimos tempos.
É preciso olhar com toda a atenção para a necessidade de afirmação, para a desvalorização da vida, para a passividade de quem não quer mudar o rumo dos acontecimentos. Pira Te faz pensar, mas sem opiniões predefinidas no guião. O director artístico parte da base. "O objectivo principal é apresentar diferentes pontos de vista da violência juvenil e não fazer julgamentos ou apresentar soluções", garante. Uma peça que propõe lançar a temática para o debate e para a reflexão. "Queremos despertar as pessoas para esta realidade que, muitas vezes, fica guardada e que, na verdade, muitos de nós partilhamos", acrescenta.
O tema serviu para uma pesquisa de diverso material e a vários níveis. "Cinematográficos, literários, e conversas informais com várias pessoas que, directa ou indirectamente, estavam ligadas à temática". Gilberto Oliveira adianta que para a preparação da peça, a companhia abordou psicólogos, professores e jovens que viveram uma experiência de bullying. "Todo este trabalho foi de uma extrema importância para alargar o universo da história que é contada em Pira Te e sairmos um pouco do nosso umbigo", adianta o responsável.
Pira Te não vai às escolas. É um espectáculo que também se dirige ao público escolar, mas que é apresentado em teatros e auditórios de várias zonas do país. E não o faz por acaso. "Toda a experiência em ir ao teatro deverá ser vista como um reforço extracurricular para o enriquecimento individual de cada aluno", sublinha Gilberto Oliveira. "Como artistas também achamos necessário retirar os alunos do seu habitat para lhes mostrar outras realidades", reforça. De forma que a peça que fala de bullying anda de auditório em auditório.
In: http://www.educare.pt/educare/Educare.aspx
Um espectáculo que nasce de um diálogo entre uma história biográfica e referências temáticas sociais, literárias, cinematográficas e políticas. "Como somos uma companhia de artes performativas que pretende abordar assuntos actuais com relevância social, este tema pareceu-nos bastante indicado. Além deste aspecto, tentamos sempre abordar temas que estejam ligados ao nosso universo pessoal. Neste caso, o bullying serve estas duas premissas. É um problema socialmente grave e ainda actual, como também está directamente relacionado ao percurso de vida do intérprete", revela Gilberto Oliveira, director artístico da Erva Daninha.
O bullying chegou, portanto, ao teatro. Um solo com música ao vivo que cruza texto, malabarismo, cenografia, composição coreográfica e luz. Tudo para proporcionar uma viagem pelo medo, pela injustiça, pela angústia, pela solidão. Pela raiva e ridicularização. E tudo parte da história do próprio intérprete que é abordada ao longo da peça e que funciona como ponto de partida para momentos poéticos de reflexão sobre a violência. Essa violência juvenil que se tornou num dos acontecimentos sociais mais falados e espremidos nos últimos tempos.
É preciso olhar com toda a atenção para a necessidade de afirmação, para a desvalorização da vida, para a passividade de quem não quer mudar o rumo dos acontecimentos. Pira Te faz pensar, mas sem opiniões predefinidas no guião. O director artístico parte da base. "O objectivo principal é apresentar diferentes pontos de vista da violência juvenil e não fazer julgamentos ou apresentar soluções", garante. Uma peça que propõe lançar a temática para o debate e para a reflexão. "Queremos despertar as pessoas para esta realidade que, muitas vezes, fica guardada e que, na verdade, muitos de nós partilhamos", acrescenta.
O tema serviu para uma pesquisa de diverso material e a vários níveis. "Cinematográficos, literários, e conversas informais com várias pessoas que, directa ou indirectamente, estavam ligadas à temática". Gilberto Oliveira adianta que para a preparação da peça, a companhia abordou psicólogos, professores e jovens que viveram uma experiência de bullying. "Todo este trabalho foi de uma extrema importância para alargar o universo da história que é contada em Pira Te e sairmos um pouco do nosso umbigo", adianta o responsável.
Pira Te não vai às escolas. É um espectáculo que também se dirige ao público escolar, mas que é apresentado em teatros e auditórios de várias zonas do país. E não o faz por acaso. "Toda a experiência em ir ao teatro deverá ser vista como um reforço extracurricular para o enriquecimento individual de cada aluno", sublinha Gilberto Oliveira. "Como artistas também achamos necessário retirar os alunos do seu habitat para lhes mostrar outras realidades", reforça. De forma que a peça que fala de bullying anda de auditório em auditório.
In: http://www.educare.pt/educare/Educare.aspx
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