sexta-feira, 30 de julho de 2010

A história da minha filhota linda... a NATACHA!!!

"A minha filha Natacha, nasceu no Hospital Distrital de Torres Vedras, em 8 de Agosto de 1999, filha de pais jovens, com uma gestação muito vigiada, tendo eu, a mãe, tido hipertensão detectada aos 7 meses de gestação, ficando internada por 2 vezes, por quadro de pré- eclâmpsia e albumínas, no Hospital Distrital de Torres Vedras. 

Nasceu de cesariana, de urgência, às 36 semanas ecográficas. 

No dia 8 de Agosto de 1999, às 16h31m, a minha Natacha nasceu, com 1,850Kg, 46cm de comprimento e com um índice de Apgar de 8/10.

Ficou internada, de imediato, no serviço de pediatria-neonatologia, desse mesmo hospital, até dia 2 de Setembro, quando teve alta, tendo nesse tempo feito muitos exames e ido a várias consultas no Hospital de Santa Maria, onde até hoje continua a ir e onde tem cada vez mais consultas- consequência da sua situação e onde também já foi submetida a várias intervenções cirurgias e tem outras a ser discutidas. 

É uma criança multideficiente, com um atraso psico-motor muito grande. 

Tem tido múltiplos internamentos, em geral por infecções respiratórias baixas e otites serosas, associadas ou não a convulsões, como também muitas infecções altas: pneumonias, muitas delas com Pseudomonas Aeruginosas, uma bactéria muito resistente. Esses internamentos foram tanto no Hospital Distrital de Torres Vedras como no Hospital de Santa Maria. 

Para além disso, mais um sem número de outros problemas, que passo a citar. 

Para além de ter um Atraso no Desenvolvimento Psico–Motor, de 95% de dependência, como comprovado pelo Atestado Médico de Incapacidade, passado pelo Presidente da Junta Médica do Concelho de Mafra, o que a impossibilita de se deslocar sem o auxílio de terceira pessoa e a cadeira de transporte apropriada. 

É, também, seguida no Hospital de Alcoitão, por médicos e terapeutas especializados, onde nós, os pais, também tivemos semanas de formação, para aprender a lidar com a situação e melhor saber trabalhar com a Natacha, ajudando- a a melhorar a sua condição de vida. Foi também para ver qual era o material de apoio necessário na ajuda a uma melhoria na qualidade da sua vida. Material esse que foi pedido em outubro de 2008, em carácter de Urgência...e até hoje não chegou...pois o nosso Estado é assim para nossas crianças...que são diferentes e precisam de todo o apoio possível e imaginário!!! 

Nasceu com uma fenda no palato e o freio da língua curto, tendo de ir muita vezes a consultas e, ao qual foi submetida a uma enorme cirurgia no dia a seguir a completar 1 ano de vida, pela parte da Cirurgia Plástica, ficando na mesma a ser observada em consultas, nessa mesma especialidade. 

Como consequência da sua situação também iniciou consultas, no Hospital de Santa Maria, noutras especialidades como: Pediatria, Cardiologia, Genética, Metabólicas, Desenvolvimento, Neurologia, Neurocirurgia, Oftalmologia, Neuroftalmologia, Otorringolaringologia, Ortopedia-anca, Ortopedia-coluna, Pneumologia, Alergologia, Cirurgia Pediátrica, Dismotilidade, Estomatologia, Gastroenterologia, Fisiatria, Ortodontopediatria, Odontopediatria, ...! 

É também seguida na consulta de Escolioses, no Hospital Curry Cabral e no Centro de Paralisia Cerebral C. Gulbenkian. 

A Natacha anda também nas terapias de apoio: fisioterapia, terapia ocupacional, Snoozeland, terapia da fala, cinesiaterapia respiratória, hidroterapia ( só às vezes!? ), hipoterapia ( só às vezes!? ) e frequenta a escola pública- EB1 + JI Sº Miguel- Enxara do Bispo, desde o jardim infantil, tendo tido sempre educadoras, no domicílio, desde os 7 meses. 

Está agora inserida numa turma, desde a idade de escolaridade obrigatória. 

Este ano lectivo abriu a Unidade de Multidificiência nessa mesma escola, no qual existem 2 professoras, 1 auxiliar e a mãe acompanha- a sempre devido aos seus problemas múltiplos, de saúde, em especial as Alergias e as convulsões, em que nem as próprias professoras, que são especializadas e já lidaram com inúmeras crianças deficientes, sabem como lidar com a situação. Eu, sua mãe, estou sempre com ela, como sua “auxiliar”, para ajudar as educadoras, mas a mim o estado não paga para tal. 

Mas, está na mesma inserida numa turma. 

Outro dos problemas muito grave é a epilépsia sintomática e as convulções, em que fica quase sem respirar, como se estivesse morta, tendo de imediato ser transportada para o hospital, pois não passa só com a medicação que tem em S.O.S., para além dos muitos medicamentos que faz sempre, todos os dias, como se pode ver nas listas em anexo. 

Tem também uma enorme lista de alergias, que cada vez são mais e, que também se encontra em anexo. Estão todas comprovadas pelos médicos e por testes para os devidos efeitos, em que também faz medicação e a sua alimentação é muito limitada, não podendo comer muita coisa. Tem uma alimentação mais à base de produtos dietéticos, muito à base de soja, o que torna a sua alimentação muito complicada, como se pode ver nas listas em anexo. 

Confirmou-se também, pela Pneumologia, o problema da Asma, como consequência dessas alergias todas e, para o qual teve de iniciar pulmicortes em câmara expansora. 

Como tem muitas infecções respiratórias, os ouvidos são muito afectados, tendo muitas otites serosas, tendo otorreia frequente, tendo de fazer medicação e ao qual já fez 2 operações, a primeira em 2005, com pouco sucesso e a segunda em Janeiro de 2009. De ambas as vezes fez a colocação dos tubos transtipânicos, para ver se conseguia uma melhor drenagem e ouvia em perfeitas condições, o que se notou em muito, especialmente na parte de prestar mais atenção, mas em relação às otites continuam muito frequentes, tendo ainda os tubos 

Um dos problemas mais preocupantes da minha Natacha é o do refluxo gastroesofágico muito grave, que só foi descoberto em 2005, quando a Natacha foi internada no Hospital Distrital de Torres Vedras, muito mal, quase sem forças, em que nos exames realizados foi detectada uma anemia muito acentuada, com Hg- 5.8, tendo de imediato de fazer uma transfusão de C.E. e transferida de imediato da pediatria do Hospital de Torres Vedras para a unidade de pneumologia, no P8, do Hospital de Santa Maria. 

Aí iniciou de imediato estudos, através de muitos exames, onde foi diagnosticada a esofagite em estado muito avançado com o cárdia totalmente aberto. Para o qual faz muita medicação. 

Esteve durante um tempo a fazer medicação específica, para ver se não tinha de fazer intervenção cirúrgica, mas não teve sucesso, por já estar em estado muito avançado e, para o que teve de fazer intervenção cirúrgica, em Dezembro de 2006. Realizaram a fundoplicatura de Thall e colocação de Gastronomia de Stamm (PEG Nº20). 

Como a intervenção cirúrgica não teve o sucesso que era previsto e o cárdia está totalmente aberto de novo, continua a fazer exames de rotina, com frequência, para ver como está a situação. Toma também muitos medicamentos para o efeito, assim como suplementos dietéticos, como consta na lista em anexo. 

Tem de fazer uma alimentação programada, pelo botão gástrico, fazendo várias refeições por dia, com cuidados muito específicos, como se pode ver nas tabelas em anexo. 

Está a ser ponderada uma 2ª operação, dependendo da evolução da situação e do grau da gravidade, do que se for vendo em exames realizados e, tendo em conta todos os pós e contras que se deparam para que tal intervenção cirúrgica aconteça. 

Acerca de 2 anos surgiu também o problema das ancas, que evoluiu muito rapidamente, até que saíram do sítio, fazendo uma luxação espástica das ancas, o que não ajuda em nada a carga nas pernas e a colocação no standingfram. Mais tarde também podia vir a prejudicar a sua higiene íntima. 

Teve de ser submetida, mais uma vez, a intervenção cirúrgica: osteotomia de varização (40%) e colocação de Placa LPC pediátrica à anca esquerda, em Novembro de 2009, onde também foi corrigido o pé, que estava torto, tendo feito tenotomia percutânia do tendão de Aquiles no Pé esquerdo. 

A operação à outra anca (direita) e tendão de Aquiles foi em Abril de 2010. 

Tem também o problema na coluna- citoescoliose, que se encontra em estudo, para avaliar a sua evolução e decidir se tem de usar um colete de correcção ou fazer alguma intervenção cirúrgica. 

Como o “Nosso Estado” não nos tem ajudado em quase nada...desde sempre...quero pedir a quem puder para ajudar a minha Natacha de alguma maneira...precisamos de tudo... em especial de uma casa com as condições para a Natacha, pois onde nós moramos não tem condições nenhumas, para uma criança com as limitações da Natacha...para além de não ter espaço, só ter um quarto, a casa-de-banho não ter condições, o principal é a escada, pois moramos num 1º andar, com umas escadas de 20 e tal degraus, numa escada estreita, a pique, onde nem os bombeiros conseguem passar com a maca quando é necessário...e já que a casa que nos foi prometida, a uma semana das eleições de 2009, não foi cumprida...ou seja...A nossa câmara de Mafra e seus elementos...em especial o Srº Presidente Engº Ministro dos Santos, o Vereador Drº Armando Monteiro que foi quem falou comigo e me prometeu a casa...em Vila Pouca, que é onde vivo e tenho a minha família que é todo o meu apoio e me ajudam com a Natacha...em todas as horas, quando necessário!!! Depois veio a Vereadora Célia Salgado e a situação, não sei porquê, mudou para uma casa que foi construída na Enxara dos Cavaleiros, a cerca de 8 km de onde vivo e mais 1 Km fora da população...num descampado, onde se tiver de pedir ajuda a alguém de repente, como tem acontecido muitas vezes, ninguém me ouve e onde não tenho família nenhuma e fica longe de tudo e de todos. 

Como já enviei um abaixo assinado, declarações médicas e comprovativos do motivo de não pudermos aceitar, não a casa, mas o sítio onde foi construída, e a resposta foi negativa na mesma e não olharam à situação. 

Uma outra coisa para o qual precisamos da vossa ajuda é para levar nossa filha a Cuba, para ver se lá existem alguns meios de ajudar minha filha a ficar melhor!!! 

Peço-vos...a todos...que possam fazer alguma coisa pela minha filhota...a minha Natacha...que está farta de sofrer, devido aos seus problemas de saúde...que nos ajudem...para que a minha filha possa, no mínimo, ter uma casinha, com as mínimas condições adequadas à sua situação... a ter uma vida no mínimo com as coisas essenciais ao seu bem estar!!! 

Aqui fica o meu apelo...por favor ajudem-nos...e passem a mensagem a vossos contactos... pois perto ou longe...existe alguém que talvez nos vá puder ajudar de alguma maneira. 

Obrigado a todos!!!"

Homenagem António Feio


Aproveitem a vida e Ajudem-se uns aos outros...

Apreciem cada momento, Agradeçam e não deixem nada por dizer...Nada por fazer...

Obrigado António Feio

Receita (anti-psicológica) de omeleta sem ovos

"Sem ovos não se fazem omeletas." Todos conhecemos este provérbio e reconhecemos a sua evidência. Contudo, na educação parece estar a tentar-se fazer tudo "sem ovos" ou, pelo menos, com poucos ovos. Basta estar nas escolas e sentir, na pele e no espírito, a falta de diversos profissionais, para além dos professores, essenciais para assegurar a qualidade da educação, nomeadamente através do acompanhamento do percurso escolar dos alunos, particularmente daqueles que, por razões diversas, carecem de um apoio mais individualizado e especializado. Os psicólogos escolares contam-se entre os profissionais cuja falta se faz sentir em muitas escolas ou que, existindo, não são em número suficiente.

A importância dos psicólogos escolares surgia reconhecida no Decreto-Lei n.º 330/97 de 31 de Outubro, que estabelecia o regime jurídico da sua carreira. No preâmbulo desse diploma afirmava-se que "a qualidade da educação está intimamente dependente dos recursos pedagógicos de que a escola dispõe para acompanhamento do percurso escolar dos seus alunos, considerando-se que "o papel dos serviços de psicologia e orientação é o de possibilitar a adequação das respostas educativas às necessidades dos alunos".

O que vem a ser o Serviço de Psicologia e Orientação, também conhecido por SPO? Trata-se de um serviço especializado para apoio educativo que integra psicólogos escolares. A sua actividade dirige-se a toda a comunidade escolar: alunos, professores e conselhos de turma, pessoal auxiliar de acção educativa, encarregados de educação e famílias. Desenvolve actividades diversificadas, entre as quais se contam a participação na definição de estratégias e na aplicação de procedimentos de orientação educativa a alunos; a observação, a orientação e o apoio de alunos; o desenvolvimento de programas e acções de aconselhamento pessoal e vocacional; o apoio aos professores e conselhos de turma; atendimentos individuais a alunos e a encarregados de educação. As suas funções não se esgotam nos exemplos apontados e estão definidas no Decreto-Lei acima citado.

Sendo o trabalho descrito anteriormente de inquestionável importância, como se aplica nas escolas? A questão é pertinente, pois em muitas não existe qualquer psicólogo e noutras o rácio psicólogo-alunos é de tal forma elevado que qualquer trabalho esbarra com inúmeras dificuldades. Recorrendo a comparações na área da gastronomia, vejamos como se "cozinham omeletas" nas nossas escolas:

Receita n.º 1
Recorre-se à poupança de "ovos" (os psicólogos). No agrupamento em que se integra a minha escola, por exemplo, há uma psicóloga para cerca de dois mil alunos. Conclusão, como a "omeleta" tem que dar para todos, pois a educação é a menina-dos-olhos do nosso governo (como era dos anteriores), junta-se farinha e leite (ou água, que é mais barata) aos "ovos" e procede-se a uma boa gestão de recursos, parecendo a omeleta igualmente bonita. Ou então... os "ovos" esticam-se o mais que podem, pois a sua consciência profissional a isso os obriga e surgem diários de trabalho como o que referi no artigo Diário de uma psicóloga escolar (http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=B8766C9CAA1640F9BF0B97259666E87C&channelid=0A84D796E5DB0C06E0440003BA2C8E70&schemaid=&opsel=2).

Receita nº 2
Afinal até se pode fazer uma boa omeleta sem ovos. Parece, aos nossos governantes, que qualquer bom professor experiente pode fazer as vezes de um psicólogo escolar se este não existir numa escola. E a verdade é que proliferam os agrupamentos em que não há qualquer psicólogo.

Confesso que, na gastronomia como na educação, continuo a achar que "sem ovos não se fazem omeletas" e que não se deve "vender gato por lebre". Se se pretende contrariar o abandono escolar e os resultados escolares negativos, se se pretende que a escola seja fonte de igualdade e não de desigualdade, é preciso dotá-la de recursos. Os psicólogos escolares, bem como outros profissionais, têm sido tratados como parentes muito pobres do sistema educativo, quando são parceiros indispensáveis. Os professores, esses, cada vez mais se encaminham para uma classe profissional indistinta, que vai servindo "de pau para toda a colher": docente, psicólogo, assistente social, animador cultural... e sabe-se lá que mais aí virá num futuro temivelmente próximo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Estudo conclui que há um ou dois hiperactivos em cada sala de aula, com problemas cognitivos

Em cada sala de aula há uma ou duas crianças com hiperactividade, um problema que não é apenas comportamental, mas também cognitivo, a exigir uma intervenção precoce para evitar “efeitos devastadores” no seu percurso pessoal.

Numa investigação desenvolvida na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade de Coimbra Cláudia Alfaiate concluiu que as crianças que padecem desse problema têm associados défices cognitivos de natureza diversa.

A minimização do problema passa pela identificação o mais cedo possível, com a adopção conjugada de terapias comportamental e medicamentosa e de estratégias específicas na sala de aula, bem como pela intervenção concertada dos “agentes escolar e familiar”.

A psicóloga referiu à agência Lusa que este tipo de problemas, que se estima afecte entre 3 a 7 por cento das crianças (média de 1 a 2 em cada sala de aula) em idade escolar, segundo dados internacionais, não tem apenas implicações na carreira académica, mas também no seu relacionamento no dia-a-dia.

“As crianças que apresentam sintomas de desatenção bem como sintomas de hiperactividade e impulsividade têm associados a essa condição défices significativos neuropsicológicos específicos, nomeadamente no que se refere a várias funções cognitivas como memória, funções executivas, atenção e linguagem”, acrescenta.

Os maiores défices de memória detectados foram “ao nível viso-espacial, comparativamente à memória verbal”, mas também ao nível da planificação das funções executivas, nas “dificuldades em antecipar uma solução para um determinado problema”.

Na linguagem, as maiores dificuldades foram “ao nível da linguagem expressiva”. Na atenção, na “incapacidade de atenção numa tarefa mais prolongada, ao nível da atenção sustentada e da atenção dividida (dar atenção a dois estímulos de forma simultânea), explicou.

Além de diagnosticar o problema, no seu estudo Cláudia Alfaiate propõe estratégias de intervenção. Por exemplo, um aluno na sala de aula deve ser colocado próximo do professor e num sítio com um mínimo de elementos de distracção.

Para as dificuldades de planeamento, deve haver um ensino mais claro e explícito de estratégias de resolução de problemas. Igualmente uma aprendizagem com o erro, explicitando-lhe claramente qual foi o erro e como resolvê-lo, acentua.

“É uma perturbação crónica, que tem tendência a permanecer ao longo de toda a vida do indivíduo. O que é preciso é haver intervenção quanto antes e que se minimize o impacto que pode ser devastador, do comportamento e das suas dificuldades cognitivas”, sustenta.

Cláudia Alfaiate considera que a utilização dos testes aplicados no seu estudo a crianças hiperactivas e com défice de atenção pode constituir uma “ajuda essencial para perceber os pontos fracos e fortes ao nível das funções cognitivas” e, a partir da informação assim recolhida, definir estratégias de intervenção mais ajustadas ao perfil de desempenho de cada um.

Fenprof quer menos alunos por turma

A Federação Nacional de Professores defende que as escolas de referência sejam transformadas em centros de recursos, para que os professores funcionem como equipas "móveis". O sindicato vai pedir hoje, quarta-feira, no ministério a revisão da lei de Educação Especial. 

A reunião com o secretário de Estado Adjunto da Educação está pedida “há muito”. E, hoje, quarta-feira, além do pedido de abertura de um processo “urgente e amplo” de revisão do decreto-lei nº 3/2008, Mário Nogueira também quer inteirar-se do processo de revisão do regime jurídico da formação contínua dos docentes, “que o ME está a preparar”, a redução dos lugares de professor bibliotecário, a lista de escolas que vão encerrar e a de agrupamentos fundidos.

Sobre a Educação Especial, a Fenprof leva propostas a Alexandre Ventura. Além do alargamento dos lugares de quadro do grupo desse recrutamento, a federação também defende a criação de quadros inter-agrupamentos, para que os docentes possam dar “respostas a situações permanentes do sistema, ainda que transitórias para as escolas”. 

As escolas de referência e unidades especializadas devem ser “transformadas em centros de recursos”, funcionando como “sede de equipas móveis/itinerantes” de docentes especializados e com recursos – lê-se na proposta que a Fenprof vai entregar e a que o JN teve acesso.

Assim como o número máximo de alunos por turma, que tenha dois alunos com necessiddades educativas especiais (NEE), deve ser reduzido dos actuais 20 para 17. 

As equipas multidisciplinares voltam a ser defendidas como essenciais nas escolas, até porque, sugere a Fenprof, devem ser esses técnicos a reavaliar os milhares de alunos excluídos das NEE, pela aplicação da CIF (classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde).

A inclusão da Educação Especial nos currículos de base dos docentes, que não existe na maioria dos cursos superiores de Educação, também faz parte da proposta. Aliás, sublinha o líder da Fenprof, a colocação de docentes sem especialização nos lugares de Educação Especial é das queixas mais ouvidas pelo sindicato.

A federação insiste, ainda, na criação do departamento curricular, destacando a “valorização” que representaria para os docentes serem avaliados por colegas da mesma área e não, por exemplo, por professores de Música ou Desenho, pelo facto de a Educação Especial estar incluída no grupo das Expressões.


Um exemplo de força - parte 3

Que grande exemplo...Um verdadeiro Campeão!

Nove em cada dez professores podem pôr alunos com epilepsia em perigo porque actuam de forma errada

Nove em cada dez professores podem pôr em perigo um aluno com epilepsia, já que acreditam no mito que defende que se deve colocar um objecto na boca durante um ataque para evitar que enrolem a língua.

Esta é uma das conclusões do primeiro estudo sobre Epilepsia nas Escolas Portuguesas, levado a cabo durante o último ano lectivo pela EPI – Associação Portuguesa de Familiares, Amigos e Pessoas com Epilepsia e a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE).

De acordo com a investigação hoje divulgada à agência Lusa, cerca de 77 por cento dos professores têm dificuldade em gerir uma situação de epilepsia na turma. 

Se, por um lado, a maioria dos inquiridos identificou correctamente que se deve ficar com a pessoa durante e após a crise, a verdade é que o mito do enrolar a língua se mantém: 93,4 por cento defendeu erradamente que se deve colocar algo na boca durante um ataque, o que pode “provocar situações de risco para o doente” como asfixia ou dentes partidos.

Apesar deste perigo, 90 por cento dos inquiridos sabia que se deve remover objectos que possam ferir a pessoa, 79 por cento lembrava-se que se deve deitar a pessoa em posição lateral de segurança e 83,9 por cento tinha consciência de que se deve controlar o tempo de duração da crise.

Questionados também sobre o impacto da epilepsia nas actividades educativas, desportivas e lazer, perto de um terço dos participantes acredita erroneamente que a criança não deve exercitar-se muito e que se deve desculpabilizar o seu comportamento.

Apenas pouco mais de metade dos inquiridos disse já ter tido acesso a informação sobre epilepsia, contra 45,2 por cento que assumiu não ter. 

Perante estes resultados, a Liga Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE) e a EPI decidiriam dinamizar mais acções de divulgação e formação em escolas que pretendam facilitar a integração na escola de crianças com epilepsia. 

O estudo agora divulgado foi desenvolvido durante o ano lectivo 2009/10 e faz parte do Programa Escola Amiga EPI, um projecto nacional que pretende dotar as escolas de ensino regular, bem como as de Ensino Especial e Instituições/ATL de condições adequadas para integrar os alunos com epilepsia. 

Os participantes do estudo foram Professores, Educadores, Terapeutas e Auxiliares de Educação e também crianças da turma do aluno com epilepsia.

Em Portugal estão diagnosticados cerca de 70 mil pessoas com epilepsia e estima-se que surjam anualmente cerca de 4000 novos casos, na sua maioria crianças e adolescentes.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Deficiência Intelectual - parte 3 de 3

Última parte deste excelente documentário...


Imaturidade do sistema auditivo pode causar dificuldades de aprendizagem


A perturbação do processamento auditivo (PPA) é uma disfunção auditiva que afecta cerca de 7% das crianças, segundo estudos recentemente realizados EM Inglaterra, que podem acarretar dificuldades no processo de aprendizagem.


Os primeiros anos de vida são fundamentais para que a criança amadureça as vias auditivas, contudo, este processo de estimulação tem início ainda na gravidez, uma vez que é nesta fase que a comunicação é responsável por formar um vínculo entre a mãe e o bebé. 

Todos nós nascemos com o ouvido pronto, em termos estruturais, mas o que nos permite diferenciar a voz materna da paterna, reconhecer a melodia de uma música, perceber se o tom de voz transmite raiva ou alegria é a experiência sonora que temos na nossa vida.

Nem sempre o "ouvir mal" significa surdez, uma vez que podemos considerar diversos tipos de perda auditiva. Podemos ser capazes de detectar a presença de um som, mas ouvi-lo com fraca qualidade e não conseguir percebê-lo e discriminá-lo.

É o que se verifica em crianças com perturbação do processamento auditivo. A criança com PPA ouve bem, desde que não seja em ambientes ruidosos. No entanto, se o ambiente for perturbado por ruídos de fundo a criança pode apresentar dificuldades em compreender e reconhecer os sons, trocando a informação recebida, pois quando a informação chega ao sistema auditivo, parte da mensagem já foi perdida.

Numa criança com perturbação do processamento auditivo é comum demorar algum tempo para responder a uma pergunta, por achar que não escutou bem, ou pedir para que os pais repitam a informação. A criança diz muito "hã?", "o quê?", troca palavras parecidas (tais como "semente" por "você mente"), e troca algumas letras na escrita e às vezes na fala (" faca" por "vaca").

Sabe-se que cerca de 5% das crianças em idade escolar, ou 7% como no estudo acima citado, tem as suas vias auditivas pouco estimuladas e desenvolvidas. Nestas crianças a informação "chega ao destino", ou seja, elas ouvem tudo, porém, demoram mais a processar aquilo que escutam porque o cérebro não sabe o que fazer com os sons.

Quando escutamos a professora e conseguimos estar atentos a ela, mesmo que tenha ruído na sala ou que o colega do lado fale muito, temos uma função auditiva que nos ajuda a aprender. Deste modo, temos de ter em conta que o ouvido é a porta de entrada de grande parte da nossa aprendizagem (fala e escrita) e que uma disfunção no sistema auditivo compromete a identificação e compreensão dos sons que rodeiam a criança, impedindo-a de usufruir das suas competências auditivas.

E como é que a PPA pode ter implicações no quotidiano escolar do seu filho ou aluno? Se considerarmos que os processos de linguagem se desenvolvem em consonância com o processamento auditivo, então uma disfunção neste sistema prejudicará a fala da criança, e consequentemente a leitura e a escrita acabam por ser também afectadas. Assim, uma criança pode ter dificuldades em falar bem se não souber lidar com os sons.

Ter uma imaturidade do sistema auditivo significa ser especial? Necessitar de apoio especial? Nem sempre... É possível uma criança ter PPA e não sofrer em nada com isso. Na maioria das vezes observamos alguma dificuldade na linguagem associada à PPA: trocas de sons na fala, dificuldades académicas, bem como na leitura e escrita, e problemas comportamentais, como a desatenção.

O mais importante é verificar os sintomas e procurar ajuda de um especialista para avaliar a função auditiva central.


Fique atento a algumas questões:


1. O seu filho tem dificuldade em escutar ou entender em locais com barulho?
2. Tem dificuldades de entender quando alguém fala de forma mais rápida?
3. Tem dificuldade de seguir instruções orais?
4. Tem dificuldade de discriminar os sons da fala?
5. Dificuldades com a leitura?
6. Facilmente distraído?
7. Pede para repetir as informações?
8. Não memoriza o que escuta?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Síndrome de Hutchinson Gilford

Este vídeo conta-nos um pouco da história da Claudinha...Uma menina cheia de vida e de alegria...O seu sorriso cativa toda a gente...

A bebé mais velha do mundo

Zoey Penny é a criança mais nova do mundo com a doença de Progeria. Com sete meses de idade já enfrenta uma dura batalha pela vida.

Com apenas sete meses, Zoey Penny já enfrenta uma dura batalha pela vida, encurtada pelo “ síndrome de Hutchinson Gilford”, uma doença que provoca o envelhecimento precoce das crianças.

Os pais de Zoey começaram a notar que algo não estava bem há um mês. Wendy Chung, especialista em genética da Universidade da Colômbia e do Hospital Presbiteriano de Nova Iorque, diagnosticou a Zoey a doença rara.

“Zoey vai ter os mesmos problemas que têm os idosos, mas de uma forma acelerada” explicou Wendy Chung.

O “síndrome de Hutchinson Gilford”, HGPS, ou Progeria (o nome deriva do grego e significa “prematuramente velho”) é uma doença genética rara, para a qual ainda não foi descoberta uma cura. As crianças com Progeria envelhecem cinco a dez vezes mais rápido do que é normal e têm uma esperança média de vida de 12 anos.

Na próxima década, os médicos calculam que Zoey terá de pintar o cabelo, caso queira esconder as brancas, e que terá, aos 10 anos, o coração de uma pessoa de 60 anos.

“Nada do que se passa com Zoey é justo. É ainda mais duro quando vejo outras crianças”, disse o pai da bebé, Ian Zoey, que é professor. “Saber que dou aulas numa classe escolar a que ela pode não chegar é duro”, disse.

Os sintomas da doença são muito específicos: perda de cabelo, desenvolvimento de rugas na pele e de veias salientes na cabeça, aumento do crânio, entre outros.

Estima-se que existam 65 crianças em todo o mundo a sofrer desta doença. Todas acabam por morrer com doenças de idosos: sofrem ataques de coração aos cinco ou seis anos.

A Progeria não afecta o intelecto das crianças. Apesar das chocantes e rápidas mudanças físicas dos corpos, são extremamente inteligentes, corajosas e cheias de vida.

Em Portugal só é conhecida a existência de um caso de Progeria. Uma criança chamada Cláudia, actualmente com 12 anos e uma aparência de 70.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Um exemplo de força - parte 1

Este vídeo (dividido em três partes) relata-nos a história de um jovem que se torna campeão de natação...

Grande exemplo, grande história...

Dia Mundial dos Avós

Hoje comemora-se o Dia Mundial dos Avós...

Um pequeno reconhecimento pelos momentos que nos proporcionam...pelos ensinamentos que transmitem...pelo carinho...

Esta é uma mensagem de reconhecimento e agradecimento a Todos os Avós do Mundo...

Criança com menos de um ano recebe implante coclear

O Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar de Coimbra fez o primeiro implante coclear numa criança com menos de um ano. Trata-se de uma cirurgia que permite aos surdos profundos experimentarem sensações auditivas.


sábado, 24 de julho de 2010

Deficiência Intelectual - parte 1 de 3

Hoje, trago até vós a Série "Discapacidades Humanas"...Esta série divide-se em três partes e descreve-nos um pouco a Deficiência Intelectual...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sons de bebés facilitam diagnóstico de autismo

Investigadores americanos acreditam ser capazes de distinguir bebés autistas a partir dos sons que eles produzem, revela um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

Através de um método para a análise das vocalizações emitidas por 232 crianças com idades entre dez meses e quatro anos, os especialistas da Universidade do Kansas identificaram diferenças nos sons emitidos pelas que foram diagnosticadas como sendo autistas. A tecnologia permitiu diagnósticos correctos em 86 por cento dos casos.

Estudos anteriores indicam uma associação entre características vocais e autismo, mas, até então, o critério voz nunca tinha sido usado no diagnóstico desta condição. Os investigadores analisaram 1500 gravações com um dia de duração feitas através de aparelhos fixados nas roupas das crianças. Mais de três milhões de sons infantis foram usados na investigação e foram considerados 12 parâmetros específicos associados ao desenvolvimento vocal do bebé.

Entre eles, o mais importante foi a habilidade da criança em emitir sílabas bem formadas a partir de rápidos movimentos do maxilar e da língua. Nas crianças autistas até quatro anos de idade, o desenvolvimento nesse parâmetro é mais lento. "Essa tecnologia poderia ajudar pediatras a fazer testes de autismo para determinar se o bebé deve ser examinado por um especialista para diagnóstico", disse Steven Warren, da Universidade do Kansas, um dos investigadores envolvidos no estudo.

O mesmo explicou ainda que a nova técnica pode identificar sinais de autismo aos 18 meses de idade, sendo que actualmente, a média de idade das crianças diagnosticadas com a condição nos Estados Unidos é 5,7 anos. E quanto mais cedo é feito o diagnóstico, mais eficazes são os tratamentos, acrescentou o especialista.

Outro ponto forte da tecnologia é que se baseia em padrões sonoros ao invés de palavras e pode ser usada para testar crianças de qualquer país. "Pelo que sabemos, os aspectos físicos da fala humana são os mesmos em todas as pessoas", sublinhou Warren.

Médico receita Nintendo a criança com problemas de visão

Que criança não gostaria de cumprir esta receita médica? O "sortudo" é Ben Michaels, ele tem de passar duas horas por dia a... jogar Nintendo. Tudo porque tem um problema oftalmológico conhecido por "olho preguiçoso".


Ben Michaels é uma criança inglesa de seis anos que sofre de ambliopia, vulgo "olho preguiçoso", a quem um médico oftalmologista receitou, imagine-se, duas horas de jogo de Nintendo por dia para tentar corrigir esse defeito de visão.

No caso, a plataforma é a Nintendo e o jogo é o Super Mário, já que é o preferido de Ben, mas podia ser outro qualquer. A ideia é obrigar o olho preguiçoso a ver enquanto o outro está tapado, o que poderia ser um modo antigo de encarar o problema não fora a originalidade de introduzir um videojogo no tratamento.

O médico, Ken Nischal, oftalmologista de diversos hospitais pediátricos, disse ao jornal "Daily Mail " que este género de terapia ajuda as crianças com visão deficiente.

A questão, segundo o especialista, é que os jogos de computador incentivam o movimento repetitivo dos olhos, treinando o olho a focalizar corretamente, e como a criança fixa a atenção naquilo que está a fazer, no caso o jogo, permanece ainda mais atenta e o tratamento torna-se muito mais eficaz e rápido.

A mãe de Ben, Maxine, adiantou aos jornais que o filho era "quase cego" do olho esquerdo e melhorou cerca de 250% na primeira semana de tratamento.

Lourenço, o pequeno lutador 2/2


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Prémio Blog Versátil


Recebi este prémio da Elvira Cristina. A quem muito agradeço...não só por este "mimo", como pelo ano magnífico, com quem aprendi muito...

Na atribuição deste prémio tenho que dizer 9 coisas sobre mim e indicar 9 blogs.

Sobre mim:

- Adoro a minha profissão; Sou persistente; lutador; Gosto de desporto; música; cinema; praia e de estar com os meus amigos; Sou "Hiperactivo" :)

E os 9 blogs são: 










Podiam ser muito mais...Estes são apenas alguns dos "cantinhos" especiais que vou visitando...A todos eles os meus Parabéns...Grande abraço

Paralisia Cerebral - 3 de 3


Bengalas para invisuais feitas em Portugal

Três homens fabricam bengalas de invisuais para todo o país. É a única oficina a nível nacional a fazer este instrumento imprescindível para quem não vê. Custam 15 euros, um preço muito inferior às que são importadas, e não têm apoio do Estado.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ao contrário de Portugal, lá fora aposta-se no regresso a escolas mais pequenas

Em Nova Iorque, a taxa de sucesso entre os alunos que foram transferidos para escolas mais pequenas é superior à dos que permanecem nos velhos estabelecimentos.

A criação de grandes agrupamentos escolares que irá começar a tomar forma em Portugal no próximo ano lectivo está em queda noutros países, que já viveram a experiência e tiveram maus resultados. Na Finlândia, a pequena dimensão é apontada como uma das marcas genéticas de um sistema de ensino que se tem distinguido pelos seus resultados de excelência.

Em Portugal, para já, os novos agrupamentos, que juntam várias escolas sob uma mesma direcção, terão uma dimensão média de 1700 alunos, indicou o secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata. O número limite fixado foi de três mil estudantes. 

Em Nova Iorque, o mayor Michael Bloomberg tem vindo a fazer precisamente o oposto. Desde 2002 foram fechados ou estão em processo de encerramento 91 estabelecimentos. Entre estes figuram mais de 20 das grandes escolas públicas secundárias da cidade, que foram substituídas por 200 novas unidades. Nas primeiras chegavam a coabitar mais de três mil alunos. Nas novas escolas, o número máximo vai pouco além dos 400.

Em algumas das grandes escolas que fecharam portas eram menos de 40 por cento os alunos que tinham êxito nos estudos. No conjunto das escolas da cidade, esta percentagem é de 60 por cento, mas entre os estudantes que estão nas novas unidades já subiu para os 69 por cento, revela um estudo financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, divulgado no final do mês passado. 

A fundação criada pelo dono da Microsoft tem sido um dos parceiros da administração do mayor Bloomberg na implementação da reforma lançada há oito anos. O estudo, desenvolvido pelo centro de investigação MDRC, abrangeu 21 mil estudantes, dos quais cerca de metade está já a frequentar as novas escolas. Uma das conclusões: entre estes, a taxa de transição ou de conclusão dos estudos é superior em sete pontos à registada entre os alunos inquiridos que frequentam outros estabelecimentos de ensino.


Uma escala mais humana


Até 2014 terão passado à história dez por cento dos estabelecimentos com piores resultados. O objectivo fixado por Bloomberg duplica a meta estabelecida pela administração de Obama, que no ano passado desafiou os estados a fecharem cinco por cento das suas escolas mais fracas. No âmbito do novo programa Race to the top, lançado para combater o insucesso escolar, aos estados com melhores estratégias e resultados serão garantidos mais fundos para a educação. 

Mas o objectivo não é só fechar as escolas com milhares de alunos e substituí-las por unidades com uma dimensão mais humana - embora este enfoque na "personalização" seja considerado vital. A mudança de escala está também a ser acompanhada pela implementação de novos currículos, pela fixação de um corpo docente mais qualificado e por uma maior autonomia das escolas. 

Esta aposta em escolas mais pequenas, mais bem qualificadas e com maior autonomia faz também parte das prioridades do novo primeiro-ministro conservador britânico, David Cameron, o que, a ser levado por diante, constituirá uma profunda inversão da tendência registada na última década no Reino Unido. O número de escolas com mais de dois mil estudantes quase quadruplicou e cerca de 55 por cento das secundárias têm mais de 900 alunos. 

Com esta dimensão, a função dos docentes passou frequentemente a ser mais a de "apagar fogos" do que a de ensinar, constata-se num documento elaborado pela organização de professores Teach First. 


Aumentar permite poupar


Um estudo elaborado há uns anos pelo EPPI-Centre, de Londres, com base nas experiências dos países da OCDE, concluía que os alunos tendem a sentir-se menos motivados nas escolas maiores e que os professores se sentem menos felizes com o ambiente vivido nestas. 

Ao invés dos resultados obtidos em Nova Iorque, no que respeita às escolas secundárias concluía-se, em contrapartida, que os resultados dos alunos tendem a ser melhores em escolas maiores. O que era justificado pela existência nestes estabelecimentos de corpos docentes com mais valências. Por outro lado, o aumento da dimensão traduz-se numa redução do que o Estado tem de despender por cada aluno. Em Portugal, no ensino não superior, esta factura rondará os três mil euros por ano.Em Portugal, a par com a concentração de agrupamentos, irão também ser encerradas as escolas do 1.º ciclo com menos de 20 alunos. A lista das que fecharão no próximo ano lectivo deverá ser conhecida esta semana. Desde 2000 já fecharam portas 5172 escolas deste nível de ensino.

A ministra da Educação justificou esta medida dizendo que se pretende garantir que todas as crianças beneficiem "de escolas com os requisitos que a educação do século XXI exige". Na Finlândia, quase não existem escolas com menos de 21 alunos, mas 40 por cento têm menos de 50 estudantes e são apenas três por cento as que vão além dos 600. Outra norma obrigatória: para chegar à sua escola, as crianças não podem ser obrigadas a deslocar-se mais do que cinco quilómetros. Por cá, serão cada vez mais os alunos que terão de percorrer uma distância quatro vezes superior a esta.

Paralisia Cerebral - 1 de 3

Hoje, trago até vós a Série "Discapacidades Humanas"...Esta série divide-se em três partes e descreve-nos um pouco a Paralisia Cerebral...

Sexualidade. O que fazer quando as crianças descobrem o prazer

As manifestações apanham os pais de surpresa. A reacção pode ditar comportamentos na vida adulta.

Ter um filho de cinco anos em casa tem destas coisas. Por muito que o pediatra diga que são comportamentos normais, Cátia Jorge, de 32 anos, vê-se "aflita" para responder a algumas perguntas do filho e, por muito que tente abordar "sem tabus" as temáticas ligadas ao sexo, confessa que nem sempre é fácil.

"Ele é muito curioso e às vezes até me parece precoce", conta a jornalista de Mafra. Apesar de ser criança, Diogo passa "muito tempo a olhar para a pilinha e a mexer-lhe". Cátia já teve até de engolir em seco quando o filho lhe disse: "Mãe, ela está viva" ou "Acho que está velhota e quase a morrer". Diogo até arranjou uma namorada na natação, um ano mais velha. "Um dia, apanhei-a a dizer: 'Diogo, vamos fazer sexy debaixo de água'", lembra. Pensou no pior: "Tenho de afastar esta mulher do meu filho." E depois: "Estarei a transformar-me na sogra mais bruxa do mundo?"

As crianças têm uma sexualidade e negar esse facto é meio caminho andado para que na idade adulta não saibam lidar devidamente com a intimidade e com o sexo. "Há sexualidade em todas as idades, embora as componentes que a envolvem, como a companhia, o erotismo, o bem-estar, a realização ou a procriação variem consoante as idades", explica o pediatra Mário Cordeiro. 

Logo no ventre materno e a partir do sétimo mês de gestação, o feto começa a ter erecções regulares, "que nada têm a ver com a libido, mas com o próprio amadurecimento do órgão genital", explica o pediatra Gomes Pedro. Enquanto recém-nascido e sobretudo depois de deixar as fraldas, o bebé percebe que sente prazer quando toca nos genitais. "Não se pode falar em masturbação, porque isso implicaria a existência de fantasias", esclarece Mário Cordeiro. Essa "manipulação" do corpo faz parte da descoberta da sexualidade e quando o bebé percebe, instintivamente, que "tem prazer", começa a repetir o gesto. 

Por volta dos quatro anos, as crianças começam a brincar aos médicos. Um comportamento normal, que favorece a descoberta do próprio corpo e do corpo do outro, mas que "apavora os adultos", admite a psicóloga infantil Rita Jonet. "Eles só querem perceber as diferenças, não se pode encarar essa curiosidade como uma experiência aflitiva", recomenda. Na maioria dos casos, as brincadeiras acontecem entre irmãos, vizinhos, primos e, frequentemente, entre crianças do mesmo sexo. "Porque nessas idades há maior intimidade entre rapazes ou entre raparigas do que com o sexo oposto", justifica a psicóloga. "É a descoberta através do corpo do outro. É tocar para sentir como será ser tocado", acrescenta Mário Cordeiro. 

Como lidar A resposta é simples, apesar de raramente ser fácil de aplicar: agir e reagir com naturalidade. Castrar estes comportamentos "por causa de moralismos, falsos ou verdadeiros, acabará por interromper, mais tarde, a sexualidade normal da pessoa", aconselha Mário Cordeiro. Gomes Pedro concorda: "Nunca se deve fazer mistério em torno dos assuntos. Por vezes, os adultos diabolizam, porque já se esqueceram de como eram." 

Mesmo assim, há dois sinais a que os pais devem estar atentos. O primeiro é se a masturbação acontecer em público. "Os pais têm de ensinar o valor da intimidade e da privacidade", refere Mário Cordeiro. "Explicando que o corpo é um tesouro que deve ser guardado", acrescenta Rita Jonet. O segundo é se a masturbação ou os contactos com outras crianças são demasiado frequentes. "Se chega a casa e abdica de outros entretenimentos ou tarefas e se começa a isolar", explica Rita Jonet. O mais indicado é distrair a criança. "Chamá-la para outras actividades, como ver televisão", recomenda. Caso o comportamento se mantenha, então será preciso consultar o médico ou um psicólogo. Normalmente, explica Gomes Pedro, as crianças que se tocam demasiadas vezes é porque estão sob stresse "e percebem que é uma forma de diminuir a ansiedade".