quarta-feira, 31 de março de 2010

Lançamento do livro "Dom Leão e Dona Catatua"

Hoje, dia 31 de Março, durante a tarde decorreu no Centro Cultural de Cascais a sessão de lançamento do livro "Dom Leão e Dona Catatua", da Colecção 4 Leituras.

Era com grande expectativa que aguardava o lançamento deste livro devido à qualidade dos dois livros lançados anteriormente, "O Segredo do Sol e da Lua" e "Gato Gatão, Poeta de Profissão", todos da responsabilidade da Editora Cercica.

A sessão começou com um momento mágico,  a representação, da história, por parte de um grupo de alunos surdos do Agrupamento de Escolas Dr. Sousa Martins. Foi um momento delicioso, cheio de qualidade, que engrandeceu a tarde e "deu brilho" à sessão.

De seguida seguiu-se o protocolo, deu-se a palavra à autora, à ilustradora e aos patrocinadores, colaboradores e parceiros na dinamização/criação do Livro e de toda a colecção.

Esta colecção tem tido o apoio do Ministério da Educação e é muito bem-vinda, pela sua qualidade e pertinência. É um conjunto de livros "acessível a todos" e que está disponível em 4 formatos diferentes: 

   - Versão escrita com DVD interactivo que inclui versão áudio;

  - Versão adaptada em Símbolos Pictográficos para a Comunicação (incluida no DVD interactivo);
  
   - Versão em Língua Gestual Portuguesa (incluida no DVD interactivo);
  
   - Versão em Braille e em formato Daisy.

Para terminar apenas posso dizer, Excelente inicativa, Excelente livro!

Fico a aguardar para onde foi o Vento Maroto...Não perderei o próximo livro!

Falta de tempo

"Profissões extremamente exigentes, com horários muito preenchidos, roubam quase todo o tempo de que os pais poderiam usufruir para partilhar com os filhos.

Uma das angústias que os pais frequentemente partilham no atendimento prende-se com a falta de tempo para estar com os filhos. Profissões extremamente exigentes, com horários muito preenchidos, roubam quase todo o tempo de que os pais poderiam usufruir para partilhar com os filhos. Esta questão do tempo dá que pensar e não é tão objectiva quanto à primeira vista possa parecer. O relato verídico de duas mães com vidas profissionais muito exigentes poderá ajudar a clarificar a afirmação anterior.

Uma destas mães dizia que sempre fizera questão em passar férias com o marido durante um período de tempo, sem a presença do filho, e que, aos 9 meses, fez o desmame do seu bebé e foi para Paris passar algum tempo com uma familiar. Com este tipo de atitudes pretendia contribuir para a autonomia do filho e ajudá-lo a adaptar-se a diferentes situações e contextos. Curiosamente, este filho, antes de entrar no 1.º ciclo, pelo facto de ser uma criança muito precoce, foi avaliado por um psicólogo, tendo caracterizado a mãe como sendo 'muito disponível'.

A outra mãe afirmava que ficou muito triste porque as filhas se lamentavam por ela ter uma profissão que lhe ocupava demasiado tempo. Segundo esta mãe, era sempre a primeira a sair do local de trabalho (17h30) e faz questão de estar com as filhas após a saída deste local. O seu TPC é feito só quando as filhas se vão deitar e também não pega nele ao fim-de-semana.

Estas duas histórias podem levantar-nos imensas questões, nomeadamente a qualidade do tempo que passamos com os nossos filhos. Os estudos têm demonstrado que o mais importante não é passar muito tempo com eles, mas que esse tempo tenha qualidade. Às vezes estamos sem estar e o pouco tempo que estamos é tão pobre que é quase como se estivéssemos ausentes... Quando não conseguimos deixar o trabalho, mesmo tendo saído do seu local, acabamos por ter a cabeça tão cheia que pouca disponibilidade temos para lhes darmos alguma atenção.

Quando penso na mãe que passa algum tempo das suas férias sem o filho, parece-me que esta poderá, de certa forma, dar um tempo a si própria, para depois ter disponibilidade mental para estar com o filho. A falta de tempo para nós próprios absorve a paciência que é necessário ter para estarmos verdadeiramente com eles. Como arranjar um pouco de tempo para a própria pessoa e até para o casal é algo que, apesar de ser uma missão quase impossível, será importante equacionar...

Estes é de facto um tema que, como diz o povo, 'dá pano para mangas', sobretudo porque encontrar a dose e a qualidade certa não é fácil. Óptimo seria se também para esta difícil questão fosse possível encontrar uma receita. Como ela não existe, resta-nos apenas ir gerindo da melhor maneira o tempo que temos, de forma a que, apesar de pouco, tenha os ingredientes adequados para ajudamos os filhos a crescerem equilibradamente."

De: Adriana Campos


terça-feira, 30 de março de 2010

Para onde vai a escola pública?

Muito importante reflectir sobre este tema...Um excelente artigo...

"Os professores estão de parabéns. Com a defesa da escola pública têm dado, mais do que ninguém, um contributo inigualável para o atenuar das desigualdades sociais e para a futura construção de um Portugal, também ele, menos desigual.

A escola pública é, talvez, a maior conquista educacional da sociedade portuguesa das últimas três décadas. Uma escola democrática, inclusiva, de todos e para todos, que valorize a cidadania, a aprendizagem, a formação e a educação de crianças e jovens, não pode ser mais um dos mitos elaborados no seio das ciências da educação. Antes é uma realidade que se tem vindo a construir dia a dia, com muito esforço e sacrifício de toda a comunidade escolar, porque é um princípio por que vale a pena lutar, já que fortalece a democracia e a construção de um mundo com mais harmonia e mais respeito pela natureza e pela pessoa humana.

Os professores estão de parabéns. Com a defesa da escola pública têm dado, mais do que ninguém, um contributo inigualável para o atenuar das desigualdades sociais e para a futura construção de um Portugal, também ele menos desigual.

Não estranha, pois, que nesta infeliz conjuntura de desalento e de fortes emoções, os profissionais do ensino com mais consciência social e cultural vejam os perigos que espreitam a esta escola democrática, erguida sobre a estrutura de um ensino elitista que o Portugal do após 25 de Abril herdou da ditadura.

Porém, o então ainda sonho de pensar uma escola que promovesse a igualdade de oportunidades e atenuasse as desigualdades sociais viria a revelar-se como uma das grandes motivações para a acção das últimas décadas do século XX.

Conseguiu-se ainda pouco? Estamos a trabalhar para resultados que apenas serão visíveis daqui a duas ou três gerações? As políticas educativas encheram o caminho de obstáculos difíceis de ultrapassar?

É verdade: nas respostas a estas questões temos que dar o nosso acordo. Todavia, isso não invalida que, mesmo os mais cépticos, não reconheçam que as democracias europeias estão longe de poder inventar uma outra instituição pública capaz de corresponder, com tanta eficácia, às demandas sociais, quanto o faz ainda hoje a escola pública de massas. Mesmo sabendo-se que há fenómenos, mais ou menos recentes, que colocam em causa os pressupostos dessa mesma escola pública, como o são o aumento da violência nas escolas e a generalização do bullying (sobretudo o mais sagaz e traiçoeiro, que é o que utiliza a internet e as SMS), o abandono e o insucesso escolar, a reprodução das desigualdades dentro da comunidade educativa, a incapacidade de manter currículos que valorizem para a vida, a erosão das competências profissionais dos docentes, acompanhada pela perda de estatuto remuneratório e social.

Infelizmente, hoje a vida nas escolas é muito menos atraente para quem nelas estuda e trabalha e a desmotivação dos professores e dos educadores acentuou-se com as medidas de política educativa que desvalorizaram a educação, que menorizaram a profissionalidade docente, e que, invariavelmente, conduziram à degradação das condições de trabalho de quem ensinava e de quem aprendia.

Todos sabemos, ou julgamos saber, como deve ser e o que deve ter uma escola pública que promova a aprendizagem efectiva dos seus aprendentes e o bem-estar e a profissionalidade dos seus formadores.

Todavia, há um grave problema que introduz toda a entropia nas escolas: é quando os governos se deitam a fazer contas sobre quanto custa garantir esses direitos. Sobretudo, quando a classe política sabe que o investimento em educação só produz efeitos a longo prazo, o que não se compagina com a gestão do calendário dos seus curtos ciclos eleitorais.

Não queremos uma escola que seja de baixa qualidade. Por isso, estamos com todos quantos defendem ser urgente relançar a defesa dos princípios fundadores da escola pública. Uma escola que seja exigente na valorização do conhecimento e promotora da autonomia pessoal. Uma escola pública, laica e gratuita, que não desista de uma forte cultura de motivação e de realização de todos os seus membros. Uma escola pública que, enfim, se assuma como um dos pilares da democracia e como um dos motores da construção de um país onde seja orgulhoso viver e conviver.

Formar a geração de amanhã não é tarefa fácil. Mas será certamente inconclusiva se avaliarmos a escola e o trabalho dos professores apenas segundo critérios meramente economicistas, baseados numa filosofia de desenvolvimento empresarial.

A escola é muito mais do que isso: é filha de um outro espaço social e de um outro tempo matricial. Defender a escola pública, nesta conjuntura de compreensível desilusão, é muito urgente. Por tudo isso, é importante que se continuem a exigir políticas públicas fortes, capazes de criarem as condições para que essa escola democrática seja, de facto, universal, gratuita e gratificante, e que se assuma, sem tibiezas, que o direito ao sucesso de todos é um direito fundador da democracia e do Estado de direito. "

De: João Ruivo

Menina com paralisia está a recuperar

A menina Mariana Caria, de 28 meses, que nasceu com paralisia cerebral, regressou com progressos assinaláveis de Cuba, onde esteve dois meses num tratamento à parte motora.

"O sacrifício valeu a pena. Os resultados são visíveis", disse ao CM a mãe, Fátima Caria, ontem, à chegada ao Cartaxo. Os relatórios indicam que a menina tem sérias hipóteses de vir a andar, o "maior sonho" dos pais.

A família já prepara o regresso a Cuba. Sem apoios do Estado, conseguiram 17 mil euros para a primeira estadia através de caixinhas e iniciativas de solidariedade. A proprietária de uma casa de diversão nocturna – que pagou as passagens aéreas – já se manifestou disposta a voltar ajudar, e o grupo empresarial onde trabalha o pai suportará um ciclo de tratamento. De resto, apelam à generosidade através da conta 0036 0290 9910 0020 96214.


Portugueses desenvolvem método de diagnóstico precoce da síndrome de transfusão

Investigadores do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) descobriram um método que permite diagnosticar precocemente uma complicação grave que atinge 15 por cento das gravidezes de gémeos verdadeiros: a síndrome de transfusão feto-fetal.

Embora esta doença seja habitualmente detectável a partir da décima sexta ou décima sétima semana de gestação, agora Nuno Montenegro e Alexandra Matias melhoraram de forma considerável o prognóstico, provando ser possível antecipar o diagnóstico para a décima primeira ou décima terceira semana através da avaliação do fluxo sanguíneo no ductus venoso, uma pequena veia que liga o cordão umbilical ao coração do feto e que assegura a passagem de sangue rico em oxigénio.

Síndrome de transfusão feto-fetal - O que é?

A síndrome de transfusão feto-fetal afecta as gravidezes nas quais existe apenas uma placenta, partilhada pelos dois fetos, e dois sacos amnióticos (gravidezes gemelares monocoriónicas biamnióticas). Em alguns casos, os gémeos compartilham também o sistema circulatório dentro da placenta, o que dá lugar à transfusão do sangue de um gémeo (dador) para o outro (receptor). O gémeo dador torna-se menor e anémico e o gémeo receptor cresce mais e fica congestionado. Se este problema não for detectado e solucionado atempadamente conduz, de forma inevitável, à morte dos dois fetos.

No artigo científico publicado na última edição revista científica Ultrasound Obstetrics and Gynecology, os cientistas demonstraram que a avaliação do retorno venoso no ductus permite detectar a existência de síndrome de transfusão feto-fetal com uma sensibilidade na ordem dos 80 por cento. De acordo com os investigadores, quando um dos fetos, ou os dois, têm problemas de retorno venoso no ductus, o risco de haver partilha do sistema circulatório é 20 vezes maior do que o normal.

Este estudo resulta de uma investigação iniciada em 1996, altura em que os cientistas da FMUP revelaram, num artigo científico que teve grande impacto junto da comunidade científica internacional - existem mais de 200 citações deste trabalho - , que a avaliação do retorno venoso no ductus permite detectar patologias cromossómicas (trissomia 13, 18 e 21) e problemas cardíacos em fetos com 11 a 14 semanas de gestação.

Método revolucionário

Estas informações revolucionaram a prática clínica da Obstetrícia, sendo que actualmente, em todos os países desenvolvidos o teste do ductus venoso (também conhecido como “teste do ductus da Escola do Porto”) é incluído nos rastreios realizados às grávidas, contribuindo para a diminuição dos casos de gravidezes que prosseguem sem que a trissomia ou os problemas cardíacos sejam diagnosticados.

O teste do ductus venoso, associado a outros dois testes - análise da translucência nucal e osso do nariz - e à idade da mãe, consegue predizer a existência de doenças genéticas e cardíacas com uma sensibilidade de 95 por cento.

O diagnóstico da síndrome de transfusão feto-fetal entre os dois e três meses de gestação permite a realização de uma intervenção cirúrgica com melhoria do prognóstico. O problema pode ser solucionado com uma cirurgia invasiva que põe termo à troca de sangue entre os dois fetos, que passam a receber a corrente sanguínea como se fossem “gémeos falsos”.

Embora se trate de uma intervenção com riscos, é a única forma de evitar a morte dos dois bebés. Esta cirurgia ainda não é realizada em Portugal, tendo os casos detectados de ser encaminhados para o King´s College School of Medicine em Londres com o qual existe um protocolo de colaboração na assistência, formação e investigação.

Esta linha de investigação da FMUP em torno do ductus venoso tem mais de 15 anos e já mereceu vários prémios nacionais e internacionais, sendo de destacar o primeiro Prémio da International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology, uma Menção Honrosa do Grande Prémio Bial (2008) e uma Menção Honrosa do Prémio Pfizer (2005).


segunda-feira, 29 de março de 2010

Aprender a viver o autismo com um sorriso

Mais do que uma escola, a Unidade de Autismo do Centro Escolar de Baião, que comemora dois anos de vida, é uma luz ao fundo do túnel para as cinco crianças autistas que a frequentam. Em Portugal, há 1080 meninos que recorrem a este ensino especializado.

Os olhos grandes e expressivos da Inês. oito anos, não deixam adivinhar que ela é um dos inúmeros rostos do autismo em Portugal. Tal como muitas das crianças que sofrem da perturbação, a Inês vive enclausurada num mundo muito seu. Gosta muito do quarto dela, de brincar e de ver os desenhos animados na televisão. "Gosta de estar sozinha", conta a mãe, Manuela Pinto.

Inês é uma das cinco crianças a frequentarem a Unidade de Autismo do Centro Escolar de Baião. Em Portugal, são apoiadas 1080 crianças autistas pelas unidades de ensino especial. Mais do que uma escola, são a esperança de que é possível alcançar um futuro melhor.

A unidade do concelho de Baião comemora este ano o segundo ano lectivo de funcionamento e a Inês foi uma das suas primeiras alunas. Desde que frequenta a escola já consegue comer sozinha, acender e apagar a luz. São estes pequenos gestos do quotidiano que transformam a menina numa heroína de palmo e meio. A Inês testemunhou a evolução do seu colega de carteira, o Diogo, também ele um pequeno herói. Apesar da dificuldade em andar, o menino meigo e sardento "já vem até ao carro sozinho quando sabe que é para ir para a escola". "Alegra-me muito", orgulha-se o pai, António Vieira.

Os dois colegas de escola são acompanhados por nove profissionais que integram a equipa da Unidade de Autismo do Centro Escolar de Baião, desde terapeutas da fala e ocupacionais até aos professores do ensino especial. Paulo Fernandes, um dos três professores, diz que acompanhar os cinco alunos "é sempre gratificante, porque sentimos que estamos a ajudar estas crianças a evoluir, a ter mais qualidade de vida e autonomia". Os sucessos são alcançados "de uma forma diária". O psicólogo e coordenador da unidade, Duarte Pacheco, concorda: "Só o facto de os alunos aprenderem a lavar os dentes, a pegar num lápis ou a fazerem um pequeno exercício já é um grande desenvolvimento".

Evolução é também uma palavra bem aplicada no caso do Samuel, um outro aluno, colega da Inês e do Diogo, que "mudou totalmente" desde que está na unidade. A mãe, Rolinda Coelho, garante que, em apenas cinco meses de escola, o menino "está mais calmo". Com oito anos, o Samuel, de sorriso fácil e doce, já está "um adulto". Se, no início do ano lectivo, não podia ver a mãe a entrar na escola que logo corria para os seus braços num pranto, hoje fica ao seu lado, calmo com a perspectiva de passar o resto do dia na escola, junto dos amigos. A unidade está situada a mais de 50 quilómetros de sua casa, pelo que o menino faz, diariamente, e tal como os seus dois colegas mais velhos, uma longa viagem de táxi até Baião. É apenas um pequeno esforço recompensado pelos obstáculos que, aos poucos, vão ultrapassando.

Estes dois colegas do Samuel, que com ele, a Inês e o Diogo, partilham a atenção dos professores, são o Ângelo e o Rui, respectivamente de 12 e 10 anos. Dos cinco, o Ângelo é o único que fala. É um comunicador nato e desde que anda na unidade até já aprendeu a ler. Mas não é esta a façanha mais extraordinária do menino. O silêncio costuma ser o esconderijo do Rui, um menino que sofre do Síndrome de Asperger e cuja comunicação verbal é, praticamente, inexistente. Contudo, sentado num muro em frente à piscina, o Rui murmura e repete as palavras do Ângelo, o seu melhor amigo. Nenhuma terapia, nenhum método de ensino poderia igualar o que esta amizade especial alcançou.

O Ângelo gosta da escola porque, segundo o próprio, "é fixe" e porque, na unidade, pode brincar com o melhor amigo. Para além das brincadeiras com o Rui, um dos momentos que mais lhe trazem felicidade é, precisamente, quando o calendário semanal marca a quinta-feira, o dia da piscina. Na unidade, cada dia da semana corresponde a uma actividade terapêutica. Começa com o dia da ginástica, à segunda-feira, e a culinária, à terça. Segue-se o dia da inclusão inversa, à quarta.

Quem estiver interessado pode assistir a um pequeno vídeo, realizado pelo JN e que retrata o quotidiano na Unidade de Autismo do Centro Escolar de Baião, no concelho do Porto, que comemora o segundo aniversário de um projecto que tem ajudado famílias especiais a viver com o autismo: Escola ensina a viver com o autismo - JN




Inclusão

Realmente espectacular!!! Sinto-me pequeno perante tal testemunho de vida!!!

Não me atrevo a comentar...Há momentos na vida em que as imagens dizem muito mais que as palavras...

domingo, 28 de março de 2010

Ciclo de Sábados - "Falando com quem faz": "A Escola que temos não serve"


Decorreu na manhã de dia 27 de Março a primeira sessão do Ciclo de Sábado: "Falando com quem faz..." no Norte, mais precisamente em Canelas, no Instituto Piaget.

Esta sessão contou com  o Professor Jorge Barbosa como dinamizador e o tema "A Escola que temos não serve".

Numa manhã primaveril, não foram muitos os presentes mas como diz o ditado "poucos mas bons". Os presentes estavam bastante atentos e interessados, havendo uma partilha de experiências desde do primeiro momento.

Da sessão muito haveria a dizer, tanto pela pertinência do tema, bem como pela grande qualidade do orador, o Professor Jorge Barbosa.

Segundo o Professor Jorge Barbosa, numa altura em que tanto se questiona o papel do professor e da Escola, importa num primeiro momento referir que muitos que a criticam são "analistas" que na grande maioria dos casos pensam mal.

Importa referir, que é tão válido para o País rentibilizar a sua economia, mas se a Educação estiver mal poucos serão os avanços a esse nível.

Há muitas reformas a decorrer mas falta a mais importante, a da Educação. Uma reforma que seja organizada, sustentada, "com pés e cabeça".

O mais grave de tudo é haver algumas comparações, realizadas por pessoas que pensam "saber falar" e "saber pensar", da escola a uma empresa, onde lhes é permitido fazer rankings. Isto é inaceitável!!!
Do ponto de vista do orador algo está mal quando os professores têm de fazer "500" reuniões, de onde não sai nada.

Um outro ponto muito importante é o Apoio, quem precisa de apoio não são as disciplinas, são os alunos. É importar rever o currículo de algumas disciplinas, são estas que necessitam de ajuda numa primeira instância para depois apoiarmos adequadamente as nossas crianças.

Um ponto crucial para a Escola, para o seu desenvolvimento é a organização da mesma. É irrealista uma Escola ter quase tantos coordenadores como professores, esquecendo-se o mais importante, o trabalho com os alunos. Desta forma a Escola, a sua organização, não é funcional

Quando os professores pedem mais autoridade, devem repensar o seu pedido, pois o mais importante é poderem ter mais autonomiaO prefixo das palavras é o mesmo, mas o significado é muito diferente.
Esta autoridade pode ser perversa, se aplicada sem "competência" pode resultar em ''vandalismo".
Acaba por ser preocupante a maneira como muitos professores vêm os alunos, a autoridade e o próprio conceito de Escola. Isto pode resultar em comportamentos desajustados.

Importa definir alguns pontos essenciais, de modo a termos uma escola mais funcional.

- A ideia de organização, da direcção de uma escola.

Não faz confusão ao orador poder ser o Ministério, ou outra entidade a escolher o Director. Mas, para isso era necessário termos uma escola funcional.
É necessário "abrir portas" para a comunidade, ser e criar meios apelativos para discutir assuntos pertinentes para a comunidade. As escolas têm de perceber que é preciso ouvir todos os elementos da comunidade.

Centrar o processo ensino-aprendizagem no aluno e nas suas necessidades

Não se concebe uma escola que não trabalhe em torno do aluno. É essencial que o trabalho se centre nos alunos, nas suas necessidades, nos seus interesses.

- A Educação Especial

Segundo o Professor Jorge Barbosa, a Educação Especial não deveria estar organizada em departamentos; até porque existem departamentos com apenas um professor.

Deveria estar organizada em Equipas Educativas que solicitavam a necessidade de um docente de educação especial que respondesse às necessidades de determinado aluno.

''Vejo a Educação Especial, não como especial mas como Resposta Especifica do aluno."

Um professor pertence ao grupo, a uma unidade; pertence a uma equipa que deve ter em conta as necessidades dos alunos.

A referência de uma escola deve vir pela acreditação da Comunidade. A escola passa a ser de referência quando a comunidade assim o entende.

O orador fez uma breve referência à história da Educação Especial com exemplos concretos e de forma muito elucidativa. Afirmou ter existido um recuo nas políticas e nas práticas, esquecendo-se o mais importante: os alunos e as suas necessidades.

Quando questionado se esta é a escola é ideal para um aluno com multideficiência, o Professor Jorge Barbosa respondeu com uma outra questão:

"Será esta escola ideal para qualquer criança?"

É importante mudar todo o modelo organizacional da escola. Não apenas para estas crianças, Mas sim para todos, sem excepção. Todos os alunos são "educáveis" o processo para o fazer é que difere, respeitando as características de cada um.

O orador afirmou que é importante sermos sinceros com as pessoas, pessoas/crianças que carecem de estratégias diferenciadas para responder às suas necessidades.

A escola é importante tanto a nível social como a nível de formativo. "Toda a gente tem direito à Escola".

Há meninos que aprendem mal porque desprezam a sua educação, as suas capacidades. É fundamental olharmos e trabalharmos com cada criança nas suas áreas fortes.

É fundamental adequar um percurso educativo, de modo a superar as necessidades de cada criança. Esse processo educativo tem de organizado com base nas áreas fortes da criança e respeitando o seu ritmo.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Trissomia 21 pode desenvolver bronquiolites

Um estudo holandês revela que a Trissomia 21 é um factor de risco agravado para o desenvolvimento de bronquiolites. A investigação incide no vírus sincial respiratório que apenas circula no Inverno e está associado à humidade.




                                                                                                          In: http://tv1.rtp.pt/noticias/

Ciclo de Sábados - "Falando com quem faz": Norte

É já amanhã que começa o Ciclo de Sábados: "Falando com quem faz..." no Norte, depois do sucesso das três primeiras sessões é com grande expectativa que se aguarda pelo evento.

Esta sessão será dinamizada pelo Dr. Jorge Barbosa e o tema "A Escola que temos não serve".

Quem estiver interessado ainda pode inscrever-se... Aqui fica o programa, para amanhã, do "Falando com quem faz..." NORTE

Data: 27/03/2010

Tema: A Escola que temos não serve

Dinamizador: Jorge Barbosa

Local: Instituto PIAGET
Escola Superior de Educação, Rua António Sérgio, Apartado 551
4410 - 269 Canelas VNG

Pais pouco atentos a jovens agressores em casos de bullying

Quase todos os dias se sentem nervosos, irritados, deprimidos e cansados. Têm medo, dificuldade em adormecer, dores de cabeça e de costas. Não gostam da escola. Estes são alguns dos sintomas físicos e psicológicos partilhados por adolescente envolvidos em bullying, de acordo um estudo da investigadora da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, Margarida Gaspar de Matos, que vai ser apresentado esta noite em Gaia, no âmbito de uma série de colóquios promovidos pela Associação Nacional de Professores.

As vítimas, por regra, têm dificuldade em fazer amigos, sentem-se sozinhas e infelizes. Já os agressores, que muitas vezes consomem álcool e fumam, mostram ter fraca supervisão dos pais, que mal sabem onde estão os filhos depois das aulas, o que fazem nos tempos livres, como gastam o dinheiro e onde saem à noite.

No estudo, Prevenção da violência interpessoal em meio escolar, constatou-se que a violência que existe está associada ao consumo de substâncias, falta de gosto pela escola, faltas às aulas, má relação com os professores, distância na comunicação com os pais e mau ambiente na zona onde vivem.

De acordo com a investigadora, que é também co-autora dos livros Violência, Bullying e Delinquência e Jovens com saúde - Diálogo com uma geração, escrito com Daniel Sampaio, a maior parte dos agressores e das vítimas são rapazes e, embora seja um dado que deva ser encarado com "cuidado", será o Alentejo a zona com mais escolas com casos de violência.

A docente, psicóloga e investigadora salienta, porém, que a maior parte dos alunos não se envolve em situações de violência e que esta, mesmo na sociedade em geral, não está a aumentar - o que há é "mais visibilidade, porque já não é tolerada socialmente".

Como o PÚBLICO noticiou esta semana, os inquéritos internacionais, com base em questionários, dão conta que, entre 2002 e 2008, houve um decréscimo tanto dos alunos que dizem ser vítimas de bullying como dos que se assumem como agressores. Estudos referem que um quarto dos estudantes do ensino público em Portugal já esteve envolvido em situações de bullying mas não apontam para um aumento nos últimos anos.

Menos alunos violentos

Para prevenir a violência, a escola deve adoptar medidas "técnico-científicas" e "não apenas políticas": "As escolas que têm problemas devem usar o estatuto de autonomia para provocar um debate que inclua professores, alunos, pais, auxiliares, outros profissionais da área e, a partir daí, deve chegar-se a um regulamento simples e partilhado", defende Margarida Gaspar de Matos. Deve também "haver um reforço de auxiliares para os recreios" e "incentivos" que fomentem o "sucesso escolar e de vida". "Apenas vigilância e punições são estratégias ineficazes" que "podem mesmo tornar-se perversas e aumentar a violência", diz.

De acordo com a investigação, que vai ser publicada no próximo mês na revista Child and Adolescent Psychology, o número de alunos que não se envolvem em situações de violência "aumentou significativamente", entre 2002 e 2006, nas escolas públicas em Portugal, relativamente ao período compreendido entre 1998 e 2002. São as raparigas e os alunos mais velhos os que menos se envolvem.


quinta-feira, 25 de março de 2010

Identificados dois genes associados ao autismo

Foram identificados dois genes associados com o distúrbio o espectro autista (ASD − autistic apectrum disorders, nas siglas em inglês), num novo estudo realizado com 661 famílias.

Os investigadores, que publicaram o estudo na recente revista BioMed Central’s Molecular Autism, descobriram variações nos genes de duas proteínas cerebrais, a LRRN3 e a LRRTM3, que estão associados significativamente à susceptibilidade de ASD.

Anthony Monaco, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, trabalhou com uma equipa internacional para estudar os genes em famílias do Reino Unido, Holanda, Itália e Alemanha. O investigador garantiu que “para o nosso conhecimento, esta é uma das mais complexas análises sobre a associação entre estes genes cerebrais e a relação com o risco de ASD”.

As proteínas codificadas por estes dois genes têm implicações no desenvolvimento do cérebro, prejudicando muitas vezes os indivíduos autistas. A LRRN3 tem um papel importante no desenvolvimento e manutenção do sistema nervoso enquanto a LRRTM3 faz parte do conjunto de proteínas usadas para organizar as conexões sinápticas.

Segundo Monaco, “este é um estudo centrado nos genes e na tentativa de identificar as variantes comuns na população do Reino Unido e em outras populações europeias. Os estudos futuros destes genes e da sua função vão contribuir para o desenvolvimento de informações sobre a patologia do ASD”.


Professora diz que bullying existe em todas as escolas e atinge todas as classes sociais

O bullying é um fenómeno que existe em todas as escolas, em maior ou menor grau, atinge todas as camadas sociais e para o qual os professores não estão preparados, alerta a professora Alice Carrilho.

Depois de realizar um trabalho de mestrado sobre o tema, baseado na percepção dos docentes, esta professora de uma escola do concelho da Covilhã com 3.º Ciclo e secundário adverte, em entrevista à Lusa, que há ainda muito a fazer.

“Os professores não sabem como lidar com o problema. Quando ocorre, muitas vezes não sabem detectar se é bullying ou uma agressão ocasional”, relata.

Uma das maiores dificuldades decorre do facto de os casos serem camuflados. “É um acto de violência física ou psicológica que é escondido. Aos agressores não interessa que se saiba e o agredido tem medo de dizer que é alvo de bullying por receio de vir a sofrer consequências piores”, observa.

Por outro lado, refere, há “uma certa cultura” entre as crianças e os jovens de não denunciarem estas situações.

“Não sei se tem a ver com o nosso passado histórico, mas, para usar a linguagem deles, não gostam de ‘chibar os colegas, de ser bufos’”, assinala, referindo que as testemunhas também preferem não intervir com medo de serem o próximo alvo.

Há 22 anos no ensino, a professora defende que o mais importante é fazer um trabalho de prevenção: “Sobretudo falar do assunto, tratar o tema nas escolas”.

A medida, defende, pode ser aplicada aproveitando os tempos de Estudo Acompanhado, Formação Cívica e Área de Projecto para abordar o problema, promovendo também no 12.º ano um trabalho de investigação.

Alice Carrilho considera que o assunto deve ser mais divulgado. “Sente-se que é um bocadinho tema tabu em algumas escolas”, diz, sustentando que seria útil pôr os alunos a refletir e trabalhar sobre o tema.

“Eu própria já fiz isso. Gostei muito do trabalho e os alunos também e descobriram que há comportamentos que eles consideravam que não eram bullying e de facto são”, revela, indicando que é preciso “alertar consciências”.

Alice Carrilho constata que o fenómeno “não é muito valorizado”. “Alguns adultos acham que as crianças têm de crescer e de saber defender-se, uma espécie de prova de passagem para a vida adulta”, observa.

Segundo a professora, não se trata de um fenómeno recente, sempre existiu só que agora tem mais divulgação, porque “há pedopsiquiatras, há psicólogos, fala-se mais em direitos humanos e em direitos das crianças”.

Os professores, advoga, devem ter formação e o ideal será existir uma equipa multidisciplinar com psicólogos e pedopsiquiatras. “Eles, de certeza, nos seus gabinetes, atendem muitas crianças que são alvo de bullying porque é um fenómeno que deixa marcas psicológicas”.

Neste sentido, sugere um trabalho com o apoio de entidades exteriores à escola, que envolva médicos, professores, psicólogos, agentes da PSP e outras instituições.

A professora defende que deve dar-se mais visibilidade ao tema, “sobretudo não ter medo de falar dele”.

“É importante falar do assunto e fazer com que as testemunhas não sejam passivas e comecem a ter um papel activo na resolução deste problema”, frisa.

Inclusão

É muito importante, fundamental criarmos um mundo acessível e diferente!



Qual a melhor altura para o seu filho largar as fraldas?

Se não podemos nem devemos forçar uma criança a comer ou a dormir, também não podemos nem devemos forçá-la a fazer chichi e cocó quando queremos e onde queremos.

Não existe nenhuma idade específica para iniciar o treino de largar as fraldas. A idade adequada depende do desenvolvimento físico e psicológico de cada criança. As crianças menores de 12 meses não possuem controlo sobre a bexiga ou os movimentos intestinais e, mesmo após os 18 meses, esse controlo ainda é mínimo. Normalmente, entre os 18 e os 24 meses a criança começa a dar sinais de estar pronta. Há, no entanto, algumas crianças que só se sentem preparadas por volta dos 30 meses ou até mesmo depois.

A criança precisa também de estar emocionalmente preparada. É necessário que se encontre disposta, sem conflitos e sem sinais de medo. Quando há alguma resistência, é conveniente esperar mais algum tempo.

Deixar as fraldas depende de aspectos fisiológicos, mas também de aspectos cognitivos, psicológicos e emocionais. Deve, por isso, e para perceber se ela estará pronta para este passo, avaliar, separadamente, alguns parâmetros de desenvolvimento do seu filho.

Como saber se o seu filho está preparado?

Procure os seguintes sinais antes de tentar tirar-lhe as fraldas:

Ao nível do desenvolvimento fisiológico e motor:

A criança demonstra estar consciente das suas necessidades, antes de fazer, agachando-se, escondendo-se;

Já não faz cocó durante a noite;

Mantém-se com a fralda seca durante longos períodos, talvez até durante a sesta;

Faz uma grande quantidade de chichi (menos vezes) e não pouquinho de cada vez (e muitas vezes);

Adopta hábitos regulares para fazer cocó;

Consegue despir-se sozinha, baixar as calças, tirar a fralda, baixar e subir as cuecas

Ao nível do desenvolvimento cognitivo e linguagem:

Domina o vocabulário envolvido no processo de deixar as fraldas (depende de cada família encontrar as palavras mais adequadas para o efeito);

A criança compreende instruções complexas, que envolvem várias fases (vai ao teu quarto buscar o livro e põe-no no saco, por exemplo);


A criança gosta de imitar o comportamento dos mais velhos e repetir aquilo que dizem.
A nível emocional e social:

Demonstra desejo de agradar aos pais

Revela autodomínio;

Quer ser como as outras, faz tudo o que fazem as crianças mais velhas, para ser crescida e se sentir integrada.

Alguns conselhos aos pais...

Tenham muita paciência;

Não ponham fralda à criança no fim-de-semana só porque é mais cómodo. No caso de terem de sair de casa, usem as "fraldas-cuecas" para prevenir acidentes no carro, mas continuem a levar a criança à casa de banho com frequência e a lembrá-la que deve pedir para fazer chichi e cocó. Nunca dizer "faz na fralda"!;

"Acertem agulhas" em caso de divórcio. Haver regras diferentes em casa da mãe e do pai dificulta o processo e baralha muito as crianças;

Mostrem muita satisfação de cada vez que a criança pede para fazer chichi ou cocó e faz no bacio ou na sanita. Valorizá-la e felicitá-la por uma conquista que é sua;

Nunca repreendam a criança por uma distracção. Estar preparado para a ocorrência de "acidentes", estes fazem parte do processo. Repreensões e humilhações podem fazer com que a criança se recuse a colaborar e deixe de querer andar sem fralda;

Nunca forcem uma criança a estar sentada no bacio. Se a criança parece preparada, mas depois o processo se torna muito complicado, se ela se recusa, se faz constantemente chichi no chão, talvez seja melhor adiar por algum tempo uma nova tentativa;

Não caiam na tentação de fazer comparações com outras crianças. Cada criança é única!

Cada criança tem o seu ritmo e nesta como noutras questões é preciso dar tempo ao tempo. E se não podemos nem devemos forçar uma criança a comer ou a dormir, também não podemos nem devemos forçá-la a fazer chichi e cocó quando queremos e onde queremos.

Mais cedo ou mais tarde todas acabam abandonando as fraldas. Ansiedade ou intolerância só dificultam o processo.

De: Clara Machado, com a colaboração de Albina Silva, pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga

quarta-feira, 24 de março de 2010

Jogos Paraolímpicos de Inverno de Vancouver 2010

Os Paraolímpicos de Inverno de 2010 serão realizadas entre 12 e 21 de Março, em Vancouver, no Canadá, e arredores, na província canadense da Columbia Britânica. Ao todo, devem participar cerca de 400 atletas de 40 países dos Jogos da X Paraolímpicos de Inverno. Esta será a segunda edição dos Paraolímpicos no Canadá. Os primeiros Jogos Paraolímpicos no país foram realizados no Verão de 1976 em Toronto.

Os cinco desportos que estão no programa dos Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2010 são os seguintes:

• Biatlo
• Esqui Alpino
• Esqui Cross-country
• Curling em cadeira de rodas
• Hóquei sentado

Os Países participantes nos Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2010 são:

África do Sul
Alemanha
Austrália
Áustria
Bielorrússia
Canadá
Cazaquistão
Coreia do Sul
Eslováquia
Eslovénia
Estados Unidos
Espanha
França
Grã-Bretanha
Hungria
Islândia
Itália
Japão
México
Noruega
Holanda
Polónia
República Checa
Rússia
Sérvia
Suécia
Suíça
Ucrânia

Calendário dos Jogos Paraolímpicos de Inverno:

Biatlo - 13 e 17

Esqui Alpino - 13 a 16 e 18 a 21

Esqui Cross-country - 14, 15, 18, 20 e 21

Curling em cadeira de rodas - 13 a 20

Hóquei sentado - 13, 14 e 16 a 20

Deixo-vos com um slideshow da sessão de abertura, retirado do youtube:

DREN recua e já admite fazer obras em escola para receber criança em cadeira de rodas

A inexistência na Escola EB 2,3 Francisco Torrinha, no Porto, de acessos para alunos com problemas de mobilidade pode impedir a matrícula de uma criança que sofre de paralisia cerebral residente a 300 metros de distância do estabelecimento. A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) está alertada para a situação desde Outubro e, depois de, segundo os pais, lhes ter dito para matricularem o filho noutra escola, enviou ontem, depois de contactada pelo PÚBLICO, dois técnicos ao estabelecimento, admitindo resolver o problema de uma forma "alternativa".

Desde Outubro de 2009 que os pais de A., uma criança que se desloca em cadeira de rodas e que frequenta o quarto ano, têm vindo a fazer diligências junto da escola referida e da DREN no sentido de ser resolvido o problema de mobilidade no estabelecimento de ensino que o filho do casal poderá frequentar no ano lectivo de 2010-2011. A mãe, Alexandra Moreira, lembra que avisou os organismos responsáveis com um ano de antecedência, tarefa que considera nem ser da sua responsabilidade.

"O meu filho faz parte deste agrupamento escolar desde os seis anos, Esta era uma situação que já deveria ser do conhecimento das duas entidades", argumenta. Após uma troca de e-mails entre os pais, DREN e estabelecimento de ensino, Alexandra Moreira afirma ter sido convocada para uma reunião, realizada a 19 de Março, com o director adjunto da DREN, Manuel Oliveira, a coordenadora doGabinete de Apoio ao Ensino Especial, Conceição Menino, e com Maria José Baganha, do gabinete de obras do mesmo organismo, na qual diz ter-lhe sido informado que não havia dinheiro para as obras e que, por isso mesmo, o aluno teria que se inscrever noutra escola.

Alexandra Moreira considera a atitude da DREN discriminatória, não só para o seu filho, mas para todas as crianças na mesma situação. "O que explicamos ao nosso filho? Dizemos-lhe que não pode ir para a escola, acompanhado dos amigos, porque é deficiente motor?" A encarregada de educação não encontra justificação para que se desloque para outro estabelecimento de ensino "um aluno que pode e tem direito a frequentar uma escola a 300 metros de casa", e que, "por não se cumprir a lei, terá que abandonar os colegas de aulas de sempre".

A mãe sublinha o facto de ter iniciado os contactos a tempo suficiente de se programar o orçamento de 2010 e invoca o Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, que prevê "a criação de condições para a adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação num ou vários domínios da escola".

Ontem, já depois de contactado pelo PÚBLICO, o gabinete de comunicação da DREN afirmou que dois técnicos se deslocaram à escola para averiguar uma possível alternativa para que o aluno pudesse frequentar o estabelecimento de ensino já no próximo ano lectivo. No entanto, não adiantou qual será a alternativa nem garantiu que a mesma se concretize. Alexandra Moreira afirmou ter sido contactada ao final da tarde por Conceição Menino, que lhe disse que estava a ser estudada a hipótese de se montar nas escadas da escola uma plataforma elevatória. Algo que em Novembro de 2009 tinha sido considerado inviável por peritos do agrupamento.

ELOGIAR NOSSOS FILHOS: MANIPULAÇÃO OU CELEBRAÇÃO?

"Nos últimos anos, vários autores têm recomendado que os pais evitem os elogios tanto quanto as críticas a seus filhos. Eles vêm no elogio um modo de os pais manipularem o comportamento dos filhos - mais sutil que a bronca e a crítica, mas tão nocivo quanto. Certamente eu já vi os pais usarem mal o elogio. Mas também vejo os pais usarem o elogio de um modo que considero normal e saudável. Depois de muito pensar e discutir com colegas, concluí que evitar totalmente o elogio é uma atitude precipitada. Devemos nos abster de elogios artificiais e nocivos, mas existe um tipo de elogio autêntico que brota espontaneamente do coração e dá aos nossos filhos aquilo de que eles mais necessitam: um incentivo amoroso e verdadeiro.

Em discussões desse gênero é essencial esclarecer de quê estamos falando. Eu chamo de "elogio artificial" palavras usadas com a intenção deliberada de reforçar um determinado comportamento, visando atingir um objetivo que é dos pais e não necessariamente da criança.

Por exemplo:

"Diga obrigada à vovó. Que boa menina!"

"Seja um bom menino e dê o brinquedo a sua irmãzinha... que menino comportado!"

Chamo de "elogio autêntico" às palavras carinhosas que brotam espontaneamente do coração dos pais, sem qualquer intenção de manipular o comportamento dos filhos.

Por exemplo:

"Uau! Que cartão lindo você fez para mim! Obrigada!"

"Oba! Você varreu o chão! Que surpresa agradável!"

A principal diferença entre esses dois tipos de elogio é a nossa intenção. Estamos simplesmente expressando a nossa alegria naquele momento ou estamos querendo treinar a criança para o futuro, oferecendo uma aprovação estudada? É evidente que se oferecermos nosso amor e aprovação às crianças quando elas são "boazinhas" e negarmos o amor e a aprovação quando elas são "ruins", estaremos abusando de nosso poder sobre elas. E estaremos passando a mesma mensagem nociva do castigo: a criança só é amada sob a condição de fazer aquilo que consideramos certo. É obrigação dos pais evitar esse tipo de manipulação. Mas se ao tentar evitar a manipulação negarmos nosso modo de ser autêntico e evitarmos fazer qualquer declaração positiva, estaremos perdendo a chance de ter uma relação mais verdadeira com nossos filhos. É como se deixássemos de estar presentes para a criança. Se fizermos isso, estaremos renunciando a alguns dos momentos mais felizes de qualquer relacionamento: as palavras e atitudes espontâneas que celebram o amor e a alegria entre nós."

De: Jan Hunt, Psicóloga diretora do "The Natural Child Project"

terça-feira, 23 de março de 2010

Professoras portuguesas ganham prémio internacional com livro «Os Mistérios do Sono»

O livro infanto-juvenil Os Mistérios do Sono, de Teresa Paiva e Helena Rebelo Pinto, docentes da Universidade de Lisboa, foi distinguido com um prémio da Associação Mundial de Medicina do Sono.O livro, lançado na passada sexta-feira - Dia Mundial do Sono - pretende "fomentar o alerta para os problemas do sono", disse à agência Lusa Teresa Paiva, explicando que um dos grandes problemas é o sono das crianças e dos adolescentes.

"O que nós tentamos é fazer com que as pessoas estejam sempre atentas ou que haja sempre algo que venha lembrar que é importante que as crianças e os adolescentes durmam", referiu a especialista em assuntos do sono, adiantando que serão ainda lançados mais dois livros sobre a matéria, um no Dia Mundial da Criança e outro no Congresso Europeu do Sono, que vai decorrer em Lisboa.

"O objectivo é fomentar a descoberta e o interesse pelos assuntos, através de histórias que eles têm habitualmente na vida deles, e ensinar os problemas do sono. Há umas experiências que eles são levados a fazer e nas quais aprendem os problemas do sono", explicou a docente.

Este é um livro "que tem um profundo mistério, que é o próprio sono, e um personagem mistério, que só se revela no fim para manter o interesse dos miúdos", embora Teresa Paiva acredite que este livro também é lido por adultos “com agrado”.

O sono dos portugueses

Sobre os distúrbios do sono da população portuguesa, Teresa Paiva disse que "há uns anos atrás sabia-se que 47 por cento dos portugueses adultos não estavam satisfeitos com o seu sono, actualmente os indicadores objectivos são certamente mais complicados".
 
De acordo com a especialista, há vários estudos portugueses que demonstram que a prevalência da insónia é muito grande e que nos estudantes universitários e de liceu há uma grande prevalência de sonolência.
 
Há também uma relação provada entre o sucesso escolar e as horas de sono, sendo que num estudo a mais de 900 estudantes do Instituto Superior Técnico, apurou-se que "os alunos que têm notas acima de 18 dormem muito significativamente mais do que os que têm média de 15, 13 e 10" sublinhou Teresa Paiva.

Nasceu o meu irmão

"Por vezes, o nascimento de um irmão pode vir a revelar-se numa etapa muito difícil para uma criança. A ansiedade pode dar lugar ao sentimento de segurança e traduzir-se em alterações de comportamento. Cabe aos pais intervir para ajudar a criança a viver serenamente esta nova etapa da sua vida.

"Sentia-me só, posto de lado, esquecido...

O meu coração era uma mancha negra, tão negra como a noite e estava triste e zangado com toda a gente. Tinha vontade de dar pontapés às árvores, bater no meu cão e insultar todos os que me rodeavam.

Tudo isto por causa de uma 'coisita' pequena e avermelhada, que no dia 10 de Março quisera sair da barriga da minha mãe, para perturbar a minha paz."

Foram estas as palavras de um pré-adolescente ao recordar o nascimento do irmão. Tinha 6 anos quando o "intruso" se colocara entre ele e os pais.

O nascimento de um irmão pode constituir uma etapa muito difícil na vida de uma criança. Esta que até ao nascimento do irmão ocupava o "papel principal" no contexto familiar sente que, com o nascimento deste, a maior parte do tempo e atenção que lhe eram dedicados pelos pais é canalizada para o irmão mais novo. Para a criança esta mudança de atitude dos pais pode significar que eles já não gostam tanto dela. Por esta razão vai entrar em competição com o irmão, no sentido de conseguir a atenção dos pais e poder tirar vantagens disso. A criança procura defender o seu estatuto privilegiado e tenta minimizar os prejuízos provocados pelo nascimento do irmão.

Todo este processo envolve geralmente ansiedade, que frequentemente se traduz em determinados comportamentos típicos, tais como: regressão no controlo dos esfíncteres (deixar de reter as fezes e a urina), regressão na capacidade de expressão verbal (palavras que já eram pronunciadas correctamente passam a sê-lo de uma forma incorrecta) e alterações de humor (birras, choro frequente, etc.). Apesar de estes comportamentos serem normais, eles significam que esta está a ser uma etapa difícil para a criança. Por esta razão, os pais devem intervir activamente no sentido de ajudar a criança a viver esta nova etapa da sua vida de uma forma mais adequada.

Embora cada caso seja um caso e não existam receitas, gostaria de deixar-lhe algumas sugestões que poderão ajudar a apoiar mais adequadamente o seu filho nesta etapa:

O nascimento de um irmão deve ser comunicado à criança antes de ocorrer. Não existe uma forma única de o fazer, o importante é que a explicação seja adequada à faixa etária da criança. Um jogo ou uma história pode ser uma boa forma de comunicar o nascimento do irmão, sobretudo se a criança for muito pequena.

Dê ao seu filho a oportunidade de colaborar em todos os preparativos relacionados com o nascimento do irmão: escolher a decoração do quarto, comprar roupas e outros produtos de que o bebé irá necessitar

Após o nascimento, envolva o seu filho o mais possível nas tarefas relacionadas com o cuidar do bem-estar do irmão, mostrando-lhe o quanto é útil a sua colaboração. As tarefas exigidas à criança deverão ajustar-se ao seu nível de competência. Por exemplo, a criança não tem idade para mudar a fralda, mas poderá ir colocar a suja no caixote do lixo.

Sempre que seja oportuno chame-lhe a atenção para as vantagens de ser mais crescido: ser grande implica poder comunicar de uma forma mais eficaz e poder deslocar-se de uma forma mais autónoma.

Se anteriormente existiam momentos de grande convívio entre a criança e os pais, estes devem continuar a existir. Por exemplo, se ao domingo o pai costumava levar a criança a passear no parque, deverá continuar a fazê-lo, ainda que o tempo dispensado nesta actividade possa ser menor.

Seja exigente no cumprimento das regras já estabelecidas antes do nascimento do irmão. Esta exigência deve no entanto ser feita de uma forma muito afectuosa, para que a criança não veja nos castigos nem na exigência um sinal de falta de amor dos pais.

Sorria: a tarefa não é fácil, mas vale a pena!"

De: Adriana Campos