Bernardo Conceição tem 17 anos, mora na Ramada, Odivelas, e sofre de paralisia cerebral, que lhe limita seriamente o movimento. Mas o Bernardo quer andar e a mãe, Anabela, quer responder ao anseio dele.
Notícias frequentes sobre a recuperação de crianças após tratamento intensivo num centro especializado de Cuba levaram Anabela Conceição, viúva e desempregada, a iniciar uma campanha com o objectivo de financiar a viagem e estadia em Havana. Rifas, bailes, donativos, tudo é bem-vindo para que o jovem possa um dia andar pelo seu pé. Mas não tem sido fácil.
O rapaz sofre de paralisia cerebral desde os 20 dias de vida, quando foi submetido a uma intervenção cirúrgica na sequência de uma hidrocefalia. Aos seis anos ficou órfão de pai e as dificuldades financeiras levaram a que interrompesse os tratamentos de medicina alternativa a que foi sujeito nos primeiros tempos. Bernardo ficou totalmente dependente da mãe, que deixou de trabalhar para cuidar dele, mesmo porque os horários da instituição que passou a frequentar (das 08h00 às 16h00) não são compatíveis com um horário regular de trabalho.
Foi em Junho de 2009, durante um passeio para pessoas com mobilidade condicionada promovido pela Câmara de Odivelas, que rapaz e mãe ficaram a conhecer histórias de crianças com paralisia cerebral sujeitas a tratamento intensivo no Centro Internacional de Restauração Neurológica de Cuba. Parecia existir esperança também para o jovem. "Informei--me e eles disseram que podiam ajudar o Bernardo", afirma Anabela. Desde então, os colegas da instituição que o rapaz frequenta mobilizaram-se para angariar fundos. Outras iniciativas, nomeadamente bailes cuja entrada reverte em favor do Bernardo, têm sido organizadas. Tudo junto resultou em oito mil euros. Mas a viagem e a estadia em Havana custam cerca de 30 mil euros. Para o adolescente, a simples possibilidade de andar significa melhoria assinalável de qualidade de vida.
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