sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O João precisa de ajuda para andar


Família humilde precisa de apoio para pagar tratamentos

João Miguel Conceição do Vale de Santarém, nasceu com graves problemas de saúde e aos 9 anos de idade ainda não consegue andar. Os médicos dizem que ainda há esperança de começar a caminhar pelo seu pé. Mas só até aos 13 anos, depois dessa idade as possibilidades serão muito reduzidas. E apontam a necessidade de tratamentos de fisioterapia e o uso de um andarilho. Sem ajudas, com o tempo a passar, é em desespero que a Cristina Isabel, a mãe da criança, nos contacta, a pedir ajuda. Quase todas as portas se têm fechado aos seus desesperados pedidos de ajuda.  A excepção é a empresária Kikas que está a pagar tratamentos de fisioterapia.

"Já escrevi à Fátima Lopes, ao Luís Gouxa e à Júlia Pinheiro, a pedir para falarem do caso do João Miguel na televisão, mas nunca nos deram resposta. Ainda tenho esperança, acho que se fosse à televisão poderia aparecer alguém para nos ajudar", afirma.

João Miguel é um menino esperto, educado e muito conversador. Não fossem as limitações motoras e passaria por uma criança normal. Nasceu prematuro, de 33 semanas, com complicações no parto que provocaram asfixia neonatal, hemorragia intra-ventricular e hidrocefalia. Come sozinho, fala muito bem, relaciona-se com facilidade com outras pessoas e, com outras crianças da sua idade, gosta muito de brincar. A família vive numa casa humilde, antiga, mas muito limpa e arrumada, ao ponto da criança poder gatinhar pelo chão e continuar com a roupa limpa.

"O nosso único rendimento é o salário do meu marido, serralheiro civil no Cartaxo, já que não posso empregar-me para poder acompanhar e apoiar o João Miguel", conta Cristina Isabel, de 33 anos, diabética e insulino-dependente.

A APPACDM - Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental do Vale de Santarém tem sido o grande apoio desta criança e da sua família. Ali frequentou o jardim-de-infância Joaninha e desde os 6 anos anda na escola da APPACDM. É também aqui que faz dois tratamentos de fisioterapia por semana, e sessões de hipoterapia (equitação) e natação.

Está inscrito para frequentar a escola normal, o que talvez o ajudasse, mas a escola do Vale de Santanrém não tem rampas para cadeiras de rodas e não há professora de apoio para acompanhar o percurso escolar do João. "Tenho também procurado ajuda para comprar um computador que permitiria ao João aprender mais rapidamente a ler e a escrever, mas ainda não conseguimos nenhum apoio", conta-nos.

"Estamos a correr contra o tempo, o João só tem até aos 13 anos para começar a andar e como não consigo ajudas de ninguém para o meu filho, meti na cabeça que não sou boa mãe e entrei várias vezes em profunda depressão", afirma. O seu maior desejo é "que o João se transformasse numa criança com autonomia, para poder chegar a adulto com uma vida mais independente.

Kikas ajuda a pagar tratamentos de fisioterapia

Os tratamentos de fisioterapia ultrapassam o magro orçamento familiar, pelo que Cristina Isabel tem recorrido à solidariedade dos amigos e vizinhos para conseguir reforçar os tratamentos de fisioterapia.

Uma das poucas portas que se abriram ao seu pedido de ajuda foi da empresária do Vele de Santarém, Manuela Antónia. "Quando soube que a Kikas tinha auxiliado uma outra criança com paralisia mental que fez um tratamento em Cuba, também lhe pedi ajuda; ela disse que ir a Cuba é muito caro e como os médicos também dizem que o tratamento pode ser feito cá, já nos ajudou com o pagamento de 30 sessões de fisioterapia numa clínica no Cartaxo que custaram 450 euros", conta Cristina Isabel.

Oito meses à espera da cadeira de rodas

Desde do início do ano que está à espera que a Segurança Social financie a compra de uma cadeira de rodas, tendo a criança de se deslocar no velho carrinho de bebé já a romper-se. "Tenho ido lá todos os meses, saber como está o processo, a dada altura nem sabiam dos papéis, e da última vez justificaram a demora com a espera dos acessórios da cadeira e com a escolha de uma cadeira mais económica que ainda não veio", conta a mãe, apontando para o velho carrinho de bebé onde já não cabe o corpo de João Miguel.

Recomendado pelo médico o andarilho que permitiria ao João Miguel começar a dar os primeiros passos e ganhar força nas pernas custa cerca de 1000 euros. Depois de vários pedidos de ajuda junto do presidente Moita Flores e da vereadora Luísa Féria, foi remetido para uma assistente social que arrumou o assunto com a lapidar resposta do "não há verba", sem procurar outra forma de ajudar a criança.

E só agora, quando o menino está a começar a deixar de usar fralda, Cristina soube, pela mãe de um colega, que existiam ajudas para a compra de fraldas. "Nestes 9 anos, nem um cêntimo recebi de ajuda e com tantas assistentes sociais com quem falei, nem uma foi capaz de nos informar que na Segurança Social existia esse apoio", lamenta. Os 170 euros de abono que recebe por mês não chegam para pagar as fraldas e os medicamentos.

Por: João Baptista


3 comentários:

  1. Fiquei muito sensibilizada por saber que no nosso pais nenhuma entidade se predispõe a ajudar uma família e uma criança nos momentos que mais necessita. Não podendo ajudar financeiramente e com muita pena minha, peço que me enviem para o meu email este artigo com os contactos e um número de conta que eu prometo mandar para todos os meus amigos e pode ser que surja algumas ajudas.Diga-me também do que necessitam mais urgentemente? Bjs

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  2. ola ,não fiquei muito admirada com o que li porque infelismente sei o que esta mãe passa porque tambem sou mãe de uma linda criança especial e sei o que passo e corro para a minha filha ter o que precisa para o minimo de qualidade de vida. Mas eu vim foi tentar ajudar esta mãe, e esta criança.vou dar o contacto do Professor Andre que é uma das pessoas que faz a avaliação do meio de comunicação destas crianças para depois nos fornecerem o tal computador adquado a cada caso .A mãe que contacte e pessa uma avaliação com este prfessor 219457600. a nivel do andarilho o Hospital onde o menino é seguido pode-lhe comprar um ou emprestar desde que o médico do menino que trabalha la faça uma requesição interna. sei o que digo porque foi as voltas que dei para a minha filha ter o andarilho e o material informatico mais adquado para trabalhar na escola.Não desista mãe que só nós e que podemos correr por eles .bj

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  3. Olá! Andei a tentar saber se existiria um número de conta para ajudar a família e ficaram de me contactar em breve para dar esta informação aos possíveis interessados. Penso que o que será mais necessário será o computador, cadeira de rodas e as sessões de fisioterapia.

    Pelo que me foi permitido saber existem também questões sobre as quais devemos reflectir...Qual é a situação escolar do João? Ele frequenta a escola pública?

    É que pelo que foi dado a entender pelo artigo, o João frequenta a APPACDM...Não tenho nada contra a instituição, muito pelo contrário, é uma das instituições que mais merece o meu louvor...Mas não deveria estar esta criança com os seus pares?

    Deixo apenas aqui algumas questões para reflectirmos...

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